Não é novidade que o sistema de transporte e a mobilidade no Recife precisam de alternativas aos carros particulares. Uma das opções é o sistema de metrô, que entrou em operação na cidade em 1985. Alternativa testada e aprovada nas cidades mais populosas do mundo, o veículo tem a vantagem de correr solto pelos trilhos sem nenhum obstáculo. Na capital pernambucana, no entanto, o metrô cresceu pouco: opera apenas em duas linhas para transportar 380 mil passageiros por dia. As opções de transporte dentro do Grande Recife são tema da terceira reportagem da série sobre mobilidade, exibida no Bom Dia Pernambuco desta quarta (23).
Pelos cálculos da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano da Prefeitura do Recife, levando em conta as desapropriações que seriam feitas, os gastos com a implantação do metrô será de R$ 450 milhões. O valor da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seria de R$ 120 milhões. Já para a instalação do Bus Rapid Transit (BRT), o custo fica em R$ 20 milhões.
Muitos passageiros sonham com a possibilidade de ampliação do serviço. “Se tivesse um metrô, como tem em outros estados, ou outros países, um ônibus que fosse decente, onde a frequência fosse maior. O usuário esperasse menos, as linhas funcionassem com mais frequência, eu acho que valia a pena investir pra que o usuário se sentisse melhor”, afirma o representante comercial Sérgio Lucena. “Imagine, uma linha de metrô de Piedade [Jaboatão] até Olinda, passando pelo centro do Recife, que beleza seria isso”, diz o professor Antônio Flávio. Apesar da necessidade, a ampliação do sistema de metrô está descartada no estado por enquanto.
Já o uso do VLT na Avenida Norte ainda está sendo estudado pela Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. Seria necessário dispor de uma extensão de sete quilômetros, além de obras anteriores à implantação do serviço. O sistema funciona com o veículo andando sobre trilhos próprios na rua, como ônibus. Para isso, ele precisa de uma faixa exclusiva. Cada vagão tem aproximadamente 33 metros e, segundo a Prefeitura do Recife, não vale a pena fazer uma composição com menos de dois ou três vagões.
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“[É preciso fazer obras iniciais como] por exemplo, criar os binários da Avenida Norte, uma via muito demandada de trânsito, tanto de ônibus quanto de automóveis, motocicletas e bicicletas. É preciso criar as alternativas para construir a obra. Você terá que dar também uma solução para toda e qualquer possibilidade de alagamento da Avenida Norte por conta que o VLT não suporta esse tipo de situação. [...] É um equipamento novo e pode atrair, quem sabe, parcelas da classe média que usam aquelas vias no entorno para deslocamentos diários”, explica o secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga.
Todas as iniciativas tomadas para tentar melhorar a circulação de veículos e pessoas na Região Metropolitana do Recife estão sendo tiradas do Plano Diretor de Transportes Urbanos, elaborado na década de 80 pela Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), ligada ao Ministério das Cidades e atualizado há seis anos. O plano defende um conjunto de alternativas e projeta soluções para até 2020.
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