O novo sistema de transporte coletivo de Belo Horizonte apresenta falhas que podem prejudicar a acessibilidade, segundo a presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conped), Kátia Ferraz Ferreira, que é cadeirante. Ela aponta problemas, como poucas rampas e dificuldade para chegar às estações. O BRT, também chamado de Move, deve ser inaugurado neste sábado (8).
Nas estações da Avenida Santos Dumont, no Centro, só há rampa em um dos lados. ”Você tem que andar uma grande distância, para o outro lado da estação, para acessar a rampa”, diz a presidente da Conped.
Em um dos pontos, o símbolo de acessibilidade indica uma incoerência. No local onde está afixada a imagem, há uma cancela e, em seguida, uma escada.
A presidente da entidade identifica ainda problemas no piso. “A bolinha indicativa para o cego está lisa e está inadequada. Tinha que ser mais áspera, e não tem a presença do piso tátil na rampa”, explica a representante do conselho.
Na Avenida Cristiano Machado, a rampa virou um obstáculo, devido à inclinação acentuada, segundo Kátia. Entrar no ônibus pode ser mais um desafio, já que existe um espaço entre o veículo e a plataforma.
As condições de acesso ao BRT preocupam a presidente do Conped. “Nós do conselho estadual acionamos o Ministério Público Estadual e Federal para que eles ajudassem a exigir o cumprimento das normas de acessibilidade, para que o cidadão tenha acesso ao serviço e que tenha menos desgaste possível”, afirma Kátia Ferraz Ferreira.
A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que as questões de acessibilidade no BRT estão sendo discutidas com um grupo de pessoas com deficiência. A companhia admite que nem todos os problemas serão resolvidos até a inauguração do sistema. Por isso, monitores treinados para atender pessoas com deficiência orientarão os usuários, segundo a BHTrans.
Ainda de acordo com a empresa, a distância média ideal entre os ônibus e as plataformas é de 13 centímetros, e os motoristas estão sendo treinados para isso. A companhia garantiu, ainda, que todos os veículos possuem uma rampa de acesso à estação, para facilitar o embarque e desembarque de cadeirantes. Sobre a ação movida pelo conselho, a BHTrans informou que não foi notificada.
Já a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura alegou que toda a construção está de acordo com os requisitos da norma de acessibilidade urbana, inclusive a largura das rampas de acesso e passarelas. Disse também que as estações do BRT estão preparadas para garantir o conforto e a segurança dos usuários.
Informações: G1 Minas
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