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Ônibus híbrido que integra motor a diesel e elétrico está em operação em Florianópolis

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Um veículo de transporte coletivo mais silencioso, menos poluente, mais econômico e sustentável. Assim é o ônibus de tecnologia híbrida em teste nas ruas de Florianópolis desde o final de novembro  pela empresa Canasvieiras. O coletivo fabricado pela Volvo, que já opera com uma frota de 30 veículos em Curitiba há um ano, irá operar em diferentes linhas do Norte da Ilha até o início do mês de março do próximo ano.
Débora Klempous/ND
O ônibus tem um sistema de trabalho integrado entre o motor a diesel e um sistema elétrico que usa duas baterias de íons de lítio. Sempre ao arrancar, o ônibus é movido somente pelo motor elétrico. A partir de 20km/h, o motor a diesel é ativado junto com o sistema elétrico e eles trabalham juntos.

Essa tecnologia permite a redução de até 50% na emissão de poluentes e 35% de economia em combustível.  Se for operado corretamente, faz uma média entre 4km/litro e 4,7 km/litro. Hoje, os ônibus comuns que operam na região central, com trânsito, por exemplo, conseguem fazer entre 2km/litro e 3km/litro.
Além do sistema elétrico, o ônibus tem freios ABS integrados a sistema de controle de estabilidade, tração e direção elétrica. Toda vez que o veículo é ligado, o painel indica a leitura do sistema híbrido e a quantidade de carga do sistema elétrico, durante a operação, e depois avalia a eficiência de acordo com as frenagens. A recarga das baterias é feita durante o percurso. Quando há desaceleração e o motor a diesel é desligado, o motor elétrico inverte a polaridade e vira gerador elétrico, regulando o consumo de energia.

Veículo deve operar em linhas de baixa velocidade

A capacidade máxima do veículo em teste na Capital é de 80 passageiros.  Por causa das portas dos dois lados, o número de assentos é reduzido: permite até 36 pessoas sentadas. Segundo o gerente de manutenção da Canasvieiras, Luiz Paulo dos Santos, o ônibus foi criado para operar em diferentes modelos de transporte, mas se fosse operar na Capital, poderia ser adaptado e poderia caber até 100 pessoas.

Cada veículo desse tipo custa R$ 600 mil, praticamente o dobro do valor de um ônibus comum de tamanho semelhante. Santos explica que esse coletivo foi desenvolvido para operar em linhas de velocidade baixa, com paradas constantes. Em linhas diretas, a recarga seria menos constante e não teria a eficiência desejada.

O silêncio é um fator interessante, mas pode ser problemático inicialmente. Assim que o ônibus para em semáforos ou no ponto de embarque e desembarque, a impressão que dá é que o veículo está desligado. Como a partida também é silenciosa, pode desequilibrar alguns passageiros desatentos em uma arrancada. Por isso, os motoristas já estão sendo treinados.

A empresa oferece uma hora de curso teórico relativo ao funcionamento e depois uma hora de teste prático. Apesar dos motoristas do veículo terem sido pré selecionados e treinados, o objetivo é que todos possam conhecer a nova tecnologia. A primeira orientação é dar um toque de leve para avisar e os passageiros sentirem o movimento.

Este é o sexto veículo de tecnologia e modelo diferente que a empresa Canasvieiras testa em Florianópolis neste ano. Segundo o gerente de operações, a empresa está formando parcerias com os fabricantes para testar novas tecnologias com o objetivo de estudar modelos mais eficientes, que atendam a demanda da cidade, e avaliar junto com o órgão gestor se o modelo é viável ou não. “Pode não ser usado agora, mas quando necessitarmos mudar os veículos e tecnologias, já teremos conhecimento do que tem no mercado", disse. 

Todos os testes foram acompanhados pela Secretaria de Mobilidade Urbana de Florianópolis. Vinicius Cofferri, diretor de Planejamento da secretaria, acompanhou o desenvolvimento do veículo em uma volta na região central e afirmou que a prefeitura está acompanhando o processo de avaliação. “Para um futuro plano de troca de frota, é interessante conhecer novas tecnologias para fazer um planejamento adequado. O custo pode parecer alto, mas os números de economia e eficiência justificam o investimento. É preciso analisar o veículo mais adequado para cada trajeto e o meio mais apropriado para cada operação”, afirmou.

por Letícia Mathias
Informações: ND Online

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