Depois de se notabilizar por ser o primeiro corredor de ônibus por onde os coletivos não conseguiam passar, a Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, agora se transformou em estrada de lixo e lama. A queixa da vez é contra o rio fétido que se pereniza ao longo dos 4,4 quilômetros da via, que corta seis bairros do município. Especialmente em frente ao Centro da Moda e no trecho entre as Ruas Caetés e Lauro Diniz, em Peixinhos. O mau cheiro e o risco constante de tomar um banho de dejetos irritam moradores e provam que quatro anos de reforma não foram suficientes para deixar a avenida pronta para uso.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem |
"Antes, essa rua só ficava assim quando chovia. Agora é todo dia", reclama Izael Gomes, 65 anos, dono de um ferro-velho e morador do local há 43 anos. Ele conta que o pessoal da prefeitura esteve na avenida há pouco dias, limpou as galerias, mas o alagamento voltou logo depois. A clientela do comércio precisa ficar atenta se não quiser ser atingida pela lama espirrada quando os carros passam.
Segundo Cleonice Torres, dona de um bar e moradora da Presidente Kennedy há 23 anos, a dificuldade de drenagem se acentuou depois da construção de um comércio ao lado do Centro de Moda. "A galeria foi entupida com metralha", reclama. Não é difícil entender por que a água não escoa. Basta observar a falta de manutenção do sistema de drenagem. Quando não ficam obstruídas por lixo de toda sorte, as galerias estão abertas ou com a tampa quebrada, colaborando para agravar outro ponto vulnerável da avenida: as calçadas. Os pedestres precisam se esgueirar no passeio estreito para desviar dos buracos e das poças de lama.
Mas a Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura de Olinda garante que a ordenação do passeio público é obra prioritária para 2014. "Antes disso, precisamos liquidar algumas pendências, como asfaltar ruas que ligam a Avenida Presidente Kennedy à Avenida Brasília, na Vila Popular, para facilitar o acesso ao bairro de Águas Compridas sem precisar passar pela Kennedy", explica o secretário Manoel Sátiro.
Quanto ao alagamento na via, o secretário afirma que o problema só será resolvido definitivamente com a dragagem do Rio Beberibe, que passa por trás do Centro da Moda. "Nós limpamos as canaletas há cerca de dez dias. Mas a água vai para o rio e retorna por causa do assoreamento", argumenta.
O secretário alega ainda que as canaletas antigas são muito estreitas e não suportam mais o volume de água. Esse é um dos motivos da inundação constante no trecho entre as Ruas Caetés e Lauro Diniz. Seria preciso alargar e adaptar o sistema de drenagem à nova realidade, mas não há previsão para essa obra. "É um serviço grande e não temos recursos para isso no momento", finaliza Manoel Sátiro.
Claudia Parente
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