O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou nesta quinta-feira (28) que a Prefeitura de São Paulo desistiu de construir novos corredores de ônibus através de parcerias público-privadas. Os projetos devem ser agora financiados com verba do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).
“Foi abandonado [a proposta de fazer via PPP]. Vamos fazer com dinheiro do governo federal por meio do PAC ”, afirmou Tatto. De acordo com ele, a escolha foi tomada para acelerar os projetos. “Para não perder tempo. Nem sempre é fácil estruturar as PPPs”, afirmou.
Segundo a secretaria, o dinheiro do PAC deve ser utilizado para construção de 80 km a serem licitados até o fim do ano. Segundo Tatto, o custo dos corredores é de R$ 25 a R$ 30 milhões por quilômetro. O início das obras está previsto para 2014 com término até 2016.
O prefeito Fernando Haddad (PT) prometeu durante campanha eleitoral entregar 150 km de corredores até o fim da sua gestão.
A previsão é que os novos corredores tenham faixas exclusivas para ultrapassagem, enterramento de fios, embarque nas paradas e controle de horário de veículos. O sistema é conhecido como BRT (transporte rápido de ônibus, na sigla em inglês). As Avenidas Aricanduva, Bandeirantes, 23 de Maio, Radial Leste, Celso Garcia, Tancredo Neves e Marechal Tito são algumas com previsão de construção de novos corredores.
70 km licitados
Nesta quinta-feira (28), foi publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo o nome das empresas selecionadas para participar das obras dos 70 km de corredores de ônibus licitados no ano passado. O valor total é de cerca de R$ 1,4 bilhão.
As obras incluem os 17 km de corredor de ônibus na Radial Leste, 12 km de corredor no sistema Capão Redondo/Campo Limpo/Vila Sônia, a reforma de 14 km de corredor na Avenida Inajar de Souza, a construção do Terminal Jardim Ângela e do complexo viário de acesso ao terminal.
Nova operação
Ainda segundo Tatto, a Prefeitura de São Paulo irá reformular o sistema operacional nos corredores de ônibus para aumentar a velocidade média dos veículos que trafegam pela faixa exclusiva. Atualmente, a velocidade média dos ônibus é de 13 km/h.
Para que os ônibus consigam andar com mais rapidez e alcancem até 25 km/h, a Secretaria Municipal de Transportes irá diminuir o número de linhas sobrepostas e linhas locais. “Nós vamos tirar um monte de linhas dos corredores”, afirmou o secretário Jilmar Tatto.
De acordo com estimativas prefeitura, 30% das 1.350 linhas da cidade registram sobreposição. Do total, 230 linhas utilizam os corredores de ônibus.
Outra medida adotada é a mudança na estrutura das GETs (Gerências Regionais da CET). O gerente responsável por cada GET, são oito no total, vai trabalhar em conjunto com um funcionário que coordena o planejamento da São Paulo Transportes (SPTrans) fiscalizando a velocidade dos ônibus nos corredores por um sistema on-line. Quando os gargalos foram identificados e solucionados, a prefeitura pretende aumentar a velocidade dos veículos nas vias secundárias.
Bicicletas
O secretário de Transportes afirmou ainda que, no pacote de obras em planejamento para o trânsito, pretende incluir a integração do empréstimo de bicicletas ao transporte público. A intenção é ter bicicletários espalhados por vários pontos, desde praças até equipamentos públicos, através de uma concessão. Ainda não há informações sobre os custos das obras.
Segundo o projeto da Secretaria Municipal de Transportes, para a bicicleta ser emprestada não será necessário o uso de cartões de crédito, sistema utilizado atualmente por algumas empresas.
O novo modelo em estudo utilizaria o pagamento através do Bilhete Único. O débito deve ocorrer somente no momento que o passageiro fizer a integração com terminais de ônibus, trens ou metrô.
“A empresa que fornecer as bicicletas ganha com a publicidade nos equipamentos”, afirmou o secretário de Transportes. “Para pegar a bicicleta, o usuário não paga a passagem, apenas quando ele fizer a integração com outro modal”, explicou.
Para agilizar a viagem dos ciclistas, a Prefeitura diz que vai construir ciclovias sobre as calçadas, do lado direito da via, onde existirem corredores de ônibus. Para a implantação das ciclovias será necessário aterrar os fios e reformar as calçadas.
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