Um estudo feito pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte mostra que 10% dos motoristas de ônibus da capital mineira estão afastados por causa do estresse. A violência e o medo de ser a próxima vítima de criminosos são as principais causas dos problemas relacionados aos pedidos de afastamento do trabalho.
Um motorista, que não quis de identificar, conta que estava trabalhando, por volta das 23h, e dois passageiros menores de idade desceram do ônibus para pegar carona na traseira do coletivo. A polícia teria flagrado os adolescentes e pedido para que ambos voltassem ao interior do veículo. Porém, com a saída dos militares, os suspeitos passaram a ameaçar o motorista de ônibus.
— Eu dirigi sob ameaças. Me fizeram furar os sinais de trânsito, me pediram para invadir a contramão e ainda ameaçaram me matar, caso eu parasse o ônibus.
Enquanto alguns profissionais trabalham no limite, outros reagem de forma impulsiva, como o caso de um motorista de ônibus que abandou o coletivo no meio da rua, na Praça Sete, em Belo Horizonte, após discutir com uma passageira. Um mês depois, outro motorista parou o coletivo na região da Savassi porque teve uma crise de choro. Ele disse que não tinha mais condições de conduzir o veículo. Os médicos concluíram que ele foi mais uma vítima do estresse.
Para o psicólogo Fernando Rocha Nobre, desacelarar o aumento dos índices de estresse ao voltante não é uma tarefa fácil, mas é possível. Desde que os problemas relacionados ao trânsito sejam discutidos sob uma ótica diferente e com mais urgência.
— A tendência é que, quando há um engarrafamento, a violência e a agressividade das pessoas apareça. Dependendo do trauma é muito difícil que um motorista volte a dirigir bem como antes. Trânsito deveria ser uma questão de saúde pública. Ou seja, as autoridades deveriam priorizar o transporte coletivo, investir no metrô e aumentar a segurança.
Informações: R7.com
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