Os metroviários de São Paulo ameaçam entrar em greve nesta quarta-feira (24), devido a um impasse nas negociações sobre o pagamento da participação nos resultados (PR). A discussão ocorre fora da data-base da categoria, que é 1º de maio. A Companhia do Metropolitano (Metrô) apresentou hoje (22) contraproposta ao Sindicato dos Metroviários, alterando a data do pagamento de fevereiro de 2013 para dois meses depois. A proposta foi rechaçada pelos sindicalistas. Para eles, o Metrô tem um “política elitista” de distribuição dos lucros.
Segundo a entidade, um assessor da presidência, cujo salário é superior a R$ 20 mil, recebe uma PR quatro vezes maior do que a recebida por um funcionário cujo salário é de R$ 1.225,51. “O Metrô manteve uma proposta que privilegia a alta chefia. "Na nossa conta, segundo o que eles nos passaram, só 400 funcionários – assessores e diretores – seriam beneficiados, e o restante, inclusive, receberia R$ 200 a menos na PR”, reclamou o vice-presidente da entidade, Sérgio Magalhães. A categoria quer uma distribuição mais justa da PR.
O Metrô marcou negociação com os dirigentes do sindicato para amanhã (23) de manhã. Mais tarde, às 15h, as partes se encontrarão em audiência com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT). “Não queremos fazer greve. Isso que falam é uma falácia. Fazer greve é terrível, então estamos tentando negociar de todas as formas”, disse Magalhães. Ele afirmou que o Metrô tem quebrado todas as normas negociais. “No essencial, a proposta deles continua sendo a mesma que a anterior, só que escrita de forma diferente”, comentou. No final de setembro, a categoria ameaçava greve em 4 de outubro, mas o movimento foi adiado após audiência no TRT à época. Após a audiência, os trabalhadores farão assembleia, marcada para as 18h30.
A categoria exige equiparação salarial e jornada de trabalho de 36 horas semanais para os funcionários de turno ininterrupto. Segundo o sindicato, os metroviários cumprem jornada excessiva.
Em nota, o Metrô declarou ter melhorado a proposta anterior, prevista no acordo coletivo de trabalho. A empresa buscou “a padronização das escalas de trabalho, respeitando as jornadas vigentes de, no máximo, 36 e 40 horas”. As condições dos intervalos continuaram as mesmas, segundo a nota. “Os intervalos remunerados para refeições e descanso para os empregados em regime de escala foram mantidos em 30 minutos, conforme acordo coletivo vigente”, diz a nota.
Assim como na paralisação ocorrida em 23 de maio, o sindicato propõe a liberação das catracas no dia da greve. O governo do estado e o Metrô, no entanto, rechaçam a proposta, alegando impossibilidade administrativa. Magalhães critica a posição do governo e aponta que este oferece, quando faz obras ou há contratempos, ônibus gratuitos para os mesmos trajetos das linhas de metrô que seriam interrompidas temporariamente. “É um contrassenso. Colocam mais ônibus nas ruas, provocando muito mais trânsito, mas proíbem a catraca livre. Passagem de ônibus de graça pode, de metrô, não”, disse.
Informações: Rede Brasil Atual
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