Continua a greve dos rodoviários. A reunião entre patrões e empregados durou mais de cinco horas e não chegou a um consenso. O dissídio coletivo foi determinado pelo Ministério Público do Trabalho e nesta quinta-feira (05), às 15h, a justiça decidirá o destino da paralisação.
Participaram da negociação, o desembargador presidente do TRT, André Genn, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviários de Pernambuco, Patrício Magalhães, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana/PE), Fernando Bandeira, e o procurador Fábio Farias. A reunião começou às 13h30 e somente no início desta noite foi determinado que a decisão ficará a cargo da justiça, tendo em vista a impossibilidade de acordo entre as partes.
Os dissídios coletivos são ações propostas à Justiça do Trabalho por pessoas jurídicas (Sindicatos, Federações ou Confederações de trabalhadores ou de empregadores) para solucionar questões que não puderam ser solucionadas pela negociação direta entre trabalhadores e empregadores.
No documento, o procurador-chefe afirmou que "os diálogos entabulados entre os sindicatos, patronal e de empregados haviam chegado a um comum acordo, ou seja, existia uma expectativa de aceitação dos termos negociados na medida em que todos entendiam que as propostas eram suficientes para a tranquilização do movimento de trabalhadores. Imperioso se fazia que a assembleia tivesse uma maior cautela na deflagração de seu movimento, até como reafirmação do primado da boa-fé que deve orientar todo e qualquer espaço de diálogo, mormente quando são interesses superiores da sociedade que se encontram em jogo."
Esta manhã, os passageiros, afetados normalmente com a oferta insuficiente de veículos tiveram a situação agravada. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, o sistema começou o dia operando com 47% da frota e em grande dificuldade. Ou seja, dos 2.400 coletivos que circulam atendendo a 390 linhas, apenas 1.200 estavam nas ruas. Segundo o consórcio, a equipe de fiscalização e da diretoria de operações conseguiu aumentar esse percentual para 53% no final da manhã e para 57% nas primeiras horas da tarde.
A greve foi decidida em assembleia realizada na tarde de ontem na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviários de Pernambuco, em Santo Amaro. A categoria, que pede aumento de 30%, não aceitou a última proposta do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana/PE), de reajuste médio de 8%. Em encontro mediado pelo Ministério Público do Trabalho nesta segunda-feira (02), patrões ofereceram um aumento que elevaria para R$ 1,5 mil o salário dos motoristas, para R$ 690 o dos cobradores e dos fiscais e despachantes para R$ 970. Outros trabalhadores que não têm sindicato próprio teriam aumento de 7%, mais vale-refeição no valor de R$ 160 para todos.
Com informações da repórter Anamaria Nascimento, do Diario de Pernambuco
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