Os passageiros do sistema de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) há muito tempo precisam conviver com a superlotação e o pequeno número de interconexões com o Metrô de São Paulo. Mas nos últimos meses, os problemas que têm se tornado cada vez mais comuns e difíceis de contornar são as constantes falhas no sistema, e consequentes atrasos nos trens. Mesmo com um orçamento de pouco mais de R$ 1 bilhão para as seis linhas em 2012, o sistema férreo de São Paulo está ultrapassado. Para estudiosos como o professor da USP (Universidade de São Paulo) e especialista em ferrovias Telmo Porto, serão necessários no mínimo dez anos para que o sistema se modernize e passe a atender a demanda.
Em dez anos certamente estará melhor do que está hoje. Para atender bem toda a metrópole, podemos pensar em dez ou 12 anos pela frente.
Porto afirma que são vários os motivos que provocam o entrave às melhorias no sistema. Ele conta que, quase tudo que se utiliza em uma ferrovia exige um longo processo até sua aquisição. Um trem novo, por exemplo, demanda projeto, encomenda, fabricação e teste. Além dessa demora prática, segundo o especialista, os avanços se tornam difíceis porque precisam ser feitos em um sistema já em funcionamento.
Porto afirma que são vários os motivos que provocam o entrave às melhorias no sistema. Ele conta que, quase tudo que se utiliza em uma ferrovia exige um longo processo até sua aquisição. Um trem novo, por exemplo, demanda projeto, encomenda, fabricação e teste. Além dessa demora prática, segundo o especialista, os avanços se tornam difíceis porque precisam ser feitos em um sistema já em funcionamento.
- Você pode despejar recursos que a CPTM não vai melhorar do dia para a noite. Não se pode mexer na via sem mexer na rede aérea. Não se pode mexer na via sem mexer na sinalização. Não dá para colocar trens supermodernos se você não tem sinalização para isso. Além de tudo, o sistema está operando e é preciso pensar em reduzir os prejuízos ao usuário comum.
Exemplo de que o problema do sistema não seria resolvido apenas com dinheiro é dado pelo diretor do sindicato Central do Brasil, que representa as linhas 11-Coral e 12-Safira. segundo Wagner Zambom, entre 2010 e 2011, apesar do investimento do governo de São Paulo na CPTM ter caído de R$ 1,13 bilhões para R$ 981 milhões, a companhia não conseguiu utilizar todo o investimento destinado aos ramais por falta de infraestrutura.
- Um dos exemplos é a falta de espaço físico para construir uma estação.
Aumento de usuários e acidentes O problema do "atraso" da CPTM se torna ainda mais grave com o aumento, a cada dia, do número de passageiros que utilizam o sistema, principalmente após a integração com o Metrô, sem custo. Segundo dados divulgados pelo próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB), de janeiro a março deste ano, a CPTM transportou cerca de 130 milhões de passageiros em quase 150 mil viagens. Em poucos anos, o número de clientes subiu de 1 milhão por dia para quase 3 milhões.
Exemplo de que o problema do sistema não seria resolvido apenas com dinheiro é dado pelo diretor do sindicato Central do Brasil, que representa as linhas 11-Coral e 12-Safira. segundo Wagner Zambom, entre 2010 e 2011, apesar do investimento do governo de São Paulo na CPTM ter caído de R$ 1,13 bilhões para R$ 981 milhões, a companhia não conseguiu utilizar todo o investimento destinado aos ramais por falta de infraestrutura.
- Um dos exemplos é a falta de espaço físico para construir uma estação.
Aumento de usuários e acidentes O problema do "atraso" da CPTM se torna ainda mais grave com o aumento, a cada dia, do número de passageiros que utilizam o sistema, principalmente após a integração com o Metrô, sem custo. Segundo dados divulgados pelo próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB), de janeiro a março deste ano, a CPTM transportou cerca de 130 milhões de passageiros em quase 150 mil viagens. Em poucos anos, o número de clientes subiu de 1 milhão por dia para quase 3 milhões.
De acordo com o presidente do sindicato Ferroviário das Empresas de São Paulo, Eluis Alves de Matos, que representa as linhas 7-Rubi e 10- Turquesa, as áreas para onde os recursos são destinados são falhas.
- Houve compras de trens novos, por exemplo, mas não se investiu na questão de alimentação de energia, ou seja, na construção de redes aérea. É preciso também reformar as estações para atender a nova realidade, elas ainda são antigas.
- Houve compras de trens novos, por exemplo, mas não se investiu na questão de alimentação de energia, ou seja, na construção de redes aérea. É preciso também reformar as estações para atender a nova realidade, elas ainda são antigas.
No último dia 14, um problema no sistema de alimentação de energia dos trens causou uma pane na linha 9-Esmeralda que prejudicou o transporte ao longo de toda a manhã.
Para o diretor de manutenção do sindicato Zona Sorocabana, que representa as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, Alessandro Viana, a CPTM cresceu sem planejamento. Segundo ele, os dirigentes da companhia acreditaram que deveriam investir em compras de trens, porém, o “governo esqueceu que precisa de estrutura” para atender estas composições, além de manutenção das vias.
- Há uma dificuldade da CPTM em otimizar os investimentos. Hoje, são 250 km de vias com 7.500 funcionários. Já o Metrô tem 70 km com 9.500 funcionários. O Metrô tem norma que regulamenta o serviço, a CPTM não tem. Não tem qualidade em manutenção.
Além destas dificuldades, Viana conta que os funcionários vivem "dias de pressão" no trabalho para conseguir cumprir as metas exigidas pelo governo, como, por exemplo, diminuir o tempo de intervalo entre um trem e outro.
- O operador não tem tempo de ir ao banheiro, o tempo de formação diminuiu de um ano para três meses e tudo mais. Como você dá um equipamento caro na mão de um maquinista com três ou quatro meses de formação? Quando acontece um acidente, o vilão da história é maquinista, que leva a culpa.
Para o diretor de manutenção do sindicato Zona Sorocabana, que representa as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, Alessandro Viana, a CPTM cresceu sem planejamento. Segundo ele, os dirigentes da companhia acreditaram que deveriam investir em compras de trens, porém, o “governo esqueceu que precisa de estrutura” para atender estas composições, além de manutenção das vias.
- Há uma dificuldade da CPTM em otimizar os investimentos. Hoje, são 250 km de vias com 7.500 funcionários. Já o Metrô tem 70 km com 9.500 funcionários. O Metrô tem norma que regulamenta o serviço, a CPTM não tem. Não tem qualidade em manutenção.
Além destas dificuldades, Viana conta que os funcionários vivem "dias de pressão" no trabalho para conseguir cumprir as metas exigidas pelo governo, como, por exemplo, diminuir o tempo de intervalo entre um trem e outro.
- O operador não tem tempo de ir ao banheiro, o tempo de formação diminuiu de um ano para três meses e tudo mais. Como você dá um equipamento caro na mão de um maquinista com três ou quatro meses de formação? Quando acontece um acidente, o vilão da história é maquinista, que leva a culpa.
No final de 2011, cinco funcionários da CPTM morreram em dois acidentes registrados em menos de uma semana. No dia 27 de novembro, três funcionários da companhia morreram atropelados na linha férrea, entre as estações Belém e Tatuapé da linha 11-Coral. No dia 2 de dezembro dois trabalhadores foram atropelados por um trem na estação Barueri e morreram.
Fonte: R7.com
0 comentários:
Postar um comentário