Seja em uma pequena empresa, seja numa grande metrópole como São Paulo, planejar é sempre algo indispensável. E, para Jaime Lerner – arquiteto, urbanista e ex-prefeito de Curitiba – essa é uma bandeira que deve ser carregada por empresários e administradores públicos, para que o mundo se torne mais sustentável.
Apresentando a cidade que governou por duas vezes como um exemplo do que significa sustentabilidade (Curitiba é referência internacional em planejamento urbano e apontada como a que oferece melhor qualidade de vida no Brasil), Lerner afirmou em sua palestra na HSM ExpoManagement 2011 que o caminhou mais acertado para um futuro sustentável é a integração entre o verde e o concreto, por meio de políticas públicas acertadas.
"Planejamento de cidades toma tempo, mas nós temos que fazer. E aí, quando vamos vendo resultados importantes com ações simples e pontuais, nos motivamos a continuar o trabalho", afirma Lerner.
O arquiteto destaca, entretanto, que as ações pontuais não devem ser interpretadas como medidas imediatistas. Para ele, tudo deve ser planejado, e bem planejado. Só que isso não deve significar tornar morosa qualquer ação. "É importante que a gente dê celeridade aos processos, fugindo da burocracia. É importante, uma vez tomada a decisão política, agir rápido, sob o risco de sermos barrados pelo medo de colocar novas ideias em prática", afirma.
Sistemas de mobilidade eficientes
Sem dúvida o maior destaque do plano urbano de Curitiba, sua estrutura para transporte e deslocamento foi citada reiteradas vezes por Jaime Lerner, para quem "cidades sustentáveis são cidades com bons sistemas de mobilidade".
Chamando atenção para o caso de São Paulo, que sofre diariamente com quilômetros de engarrafamento e tem buscado diversificar seu sistema com – por exemplo – a ampliação das suas linhas de metrô, Lerner disse que simplesmente condenar o uso de carros e ampliar o transporte coletivo não garante que a mobilidade vai ser mais eficiente. "O sistema ideal é o que você leva menos de um minuto esperando. E uma linha de metrô, por exemplo, não vai passar na porta da sua casa", afirma.
A integração de diferentes modelos de transporte e locomoção é a saída para o caos das grandes cidades, acredita Lerner, de modo que atendam a três requisitos básicos: rapidez, capacidade e frequência.
Nesse contexto, o sistema empregador (empresas e Estado) também deve dar sua contribuição, explica o urbanista. "Direcionar seus negócios a locais de fácil mobilidade" é uma atitude sustentável, afirma Lerner, para quem "sustentabilidade é a relação entre o que você desperdiça e o que você poupa".
"Tem banco que acha que é sustentável só por que imprime cheque em papel reciclado. Será que é só isso mesmo?", questiona Lerner.
Ideias
Depois da teoria, vem a prática. E Jaime Lerner tem tudo isso na manga. Responsável por projetos ambiciosos e, ao mesmo tempo, bastante plausíveis (conforme ele mesmo garante) ao redor do mundo, o arquiteto apresentou várias ideias que poderiam resolver parte dos problemas das grandes cidades brasileiras.
Um dos seus conceitos é o de cidade sem periferia. Aqui, a ideia é integrar o máximo de pontos possíveis através de um sistema de mobilidade integrado, através do qual todas as distâncias seriam reduzidas e o deslocamento de uma ponta à outra mais distante seria feito em um tempo inimaginável hoje. Na composição desse modelo, você pode incluir aí metrô, ônibus, vans, bicicletas, mini-carros elétricos, suas pernas e até o seu carro, normalmente condenado por quem idealiza sistemas de mobilidade ideais.
Para São Paulo, o urbanista propõe uma grande teia que reuniria trilhos de metrô, carris elétricos, ciclovias e espaços agradáveis e movimentados para pedestres, fator que para ele é fundamental. "Os espaços para pedestres não podem ser isolados", destaca.
Por fim, o Lerner político ainda criticou a construção das arenas da Copa, e foi enfático: "o problema do Brasil não são estádios, é mobilidade urbana. Tem aqui em São Paulo o Morumbi, e não vão utilizar por conta do trânsito?", questiona o ex-prefeito de Curitiba.
Apresentando a cidade que governou por duas vezes como um exemplo do que significa sustentabilidade (Curitiba é referência internacional em planejamento urbano e apontada como a que oferece melhor qualidade de vida no Brasil), Lerner afirmou em sua palestra na HSM ExpoManagement 2011 que o caminhou mais acertado para um futuro sustentável é a integração entre o verde e o concreto, por meio de políticas públicas acertadas.
"Planejamento de cidades toma tempo, mas nós temos que fazer. E aí, quando vamos vendo resultados importantes com ações simples e pontuais, nos motivamos a continuar o trabalho", afirma Lerner.
O arquiteto destaca, entretanto, que as ações pontuais não devem ser interpretadas como medidas imediatistas. Para ele, tudo deve ser planejado, e bem planejado. Só que isso não deve significar tornar morosa qualquer ação. "É importante que a gente dê celeridade aos processos, fugindo da burocracia. É importante, uma vez tomada a decisão política, agir rápido, sob o risco de sermos barrados pelo medo de colocar novas ideias em prática", afirma.
Sistemas de mobilidade eficientes
Sem dúvida o maior destaque do plano urbano de Curitiba, sua estrutura para transporte e deslocamento foi citada reiteradas vezes por Jaime Lerner, para quem "cidades sustentáveis são cidades com bons sistemas de mobilidade".
Chamando atenção para o caso de São Paulo, que sofre diariamente com quilômetros de engarrafamento e tem buscado diversificar seu sistema com – por exemplo – a ampliação das suas linhas de metrô, Lerner disse que simplesmente condenar o uso de carros e ampliar o transporte coletivo não garante que a mobilidade vai ser mais eficiente. "O sistema ideal é o que você leva menos de um minuto esperando. E uma linha de metrô, por exemplo, não vai passar na porta da sua casa", afirma.
A integração de diferentes modelos de transporte e locomoção é a saída para o caos das grandes cidades, acredita Lerner, de modo que atendam a três requisitos básicos: rapidez, capacidade e frequência.
Nesse contexto, o sistema empregador (empresas e Estado) também deve dar sua contribuição, explica o urbanista. "Direcionar seus negócios a locais de fácil mobilidade" é uma atitude sustentável, afirma Lerner, para quem "sustentabilidade é a relação entre o que você desperdiça e o que você poupa".
"Tem banco que acha que é sustentável só por que imprime cheque em papel reciclado. Será que é só isso mesmo?", questiona Lerner.
Ideias
Depois da teoria, vem a prática. E Jaime Lerner tem tudo isso na manga. Responsável por projetos ambiciosos e, ao mesmo tempo, bastante plausíveis (conforme ele mesmo garante) ao redor do mundo, o arquiteto apresentou várias ideias que poderiam resolver parte dos problemas das grandes cidades brasileiras.
Um dos seus conceitos é o de cidade sem periferia. Aqui, a ideia é integrar o máximo de pontos possíveis através de um sistema de mobilidade integrado, através do qual todas as distâncias seriam reduzidas e o deslocamento de uma ponta à outra mais distante seria feito em um tempo inimaginável hoje. Na composição desse modelo, você pode incluir aí metrô, ônibus, vans, bicicletas, mini-carros elétricos, suas pernas e até o seu carro, normalmente condenado por quem idealiza sistemas de mobilidade ideais.
Para São Paulo, o urbanista propõe uma grande teia que reuniria trilhos de metrô, carris elétricos, ciclovias e espaços agradáveis e movimentados para pedestres, fator que para ele é fundamental. "Os espaços para pedestres não podem ser isolados", destaca.
Por fim, o Lerner político ainda criticou a construção das arenas da Copa, e foi enfático: "o problema do Brasil não são estádios, é mobilidade urbana. Tem aqui em São Paulo o Morumbi, e não vão utilizar por conta do trânsito?", questiona o ex-prefeito de Curitiba.
Fonte: Administradores.com.br
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