A cidade de Sorocaba, a 86 km de São Paulo, passa por crescimento acelerado. Condomínios, indústrias, shoppings, avenidas, parques e ciclovias estão sendo construídos.
Ainda que possamos, nos últimos anos, identificar ações efetivas que impactaram beneficamente os usuários do transporte coletivo em Sorocaba como as Áreas de Transferências (ATs) em algumas regiões, os ônibus adaptados e os movidos a gás natural, pouco se fez no sentido de novas alternativas para o transporte da população.
Enquanto o planeta vê no transporte de massa a solução para a mobilidade urbana, a cidade de Sorocaba gasta milhões pensando quase que exclusivamente no transporte individual, fazendo reinar o todo poderoso carro.
Como exemplos podemos citar os projetos das marginais da Rod. Raposo Tavares, o Sorocaba Total 1, Sorocaba Total 2, as vias do Parque Tecnológico e as ciclovias. Todos estes considerados projetos definitivos de grande porte, mas que não foram pensados em sua interação com o transporte coletivo, pois não dispõem de baias de acessos para paradas de ônibus, calçadas elevadas no nível de altura dos coletivos, mini-terminais ou corredores exclusivos para ônibus.
É bom lembrar que o Site VIVAcidade já chegou a propor projetos de como otimizar a marginal direita do Rio Sorocaba para o transporte de passageiros. Recentemente, o site idealizou a utilização de um metrô de superfície ou trem que ligaria a região do Campolim, percorrendo a marginal direita, até o acesso da Rod. Castelinho.
Aproveitando o momento favorável para o debate sobre o tema, até porque a própria Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos precisa saber se Sorocaba tem projetos que contemplem corredores de ônibus e transporte de massa, para implantar um terminal ferroviário de transporte intermunicipal de passageiros na cidade, o leitor do Site VIVAcidade e também usuário do transporte coletivo de Sorocaba, Rodrigo Alves de Paula, nos enviou proposta de um moderno sistema de transporte coletivo para a futura marginal direita do Rio Sorocaba.
Ainda que o projeto abaixo não seja novidade do ponto de vista prático (já que a discussão recai apenas sobre o tipo de modal a ser utilizado), o mesmo é de grande valia, pois serve para complementar e melhorar os projetos já propostos para a marginal direta do Rio Sorocaba.
Confira abaixo a íntegra do texto:
Pensando Diferente
Na semana passada, o jornal Cruzeiro do Sul noticiou que a prefeitura de Sorocaba iniciou estudos para a construção da avenida marginal direita do Rio Sorocaba, entre a Ponte do Pinheiros e o trevo da Castelinho. A nova pista de três faixas teria trânsito único no sentido Centro-Bairro, o que ajudaria a desafogar a atual Av. Dom Aguirre e, conseqüentemente, todo o tráfego na área central.
Projetada desde a década de 1960, a Marginal Direita sempre foi um sonho dos administradores locais para resolver os problemas de mobilidade urbana de Sorocaba. Entretanto, os tempos agora são outros. Estamos numa época em que a prioridade ao automóvel precisa ser reduzida, face aos problemas ambientais e econômicos diante da possível escassez de petróleo num futuro próximo.
Não se pode desprezar os benefícios que a Marginal Direita traria para a cidade; mas, devemos pensar diferente. A cidade recebe, diariamente, cerca de 50 novos carros e a construção de uma nova avenida tem apenas efeito paliativo, podendo estar congestionada nos próximos anos. As avenidas do plano Sorocaba Total são um ótimo exemplo: elas já estão nascendo obsoletas (sem complexos viários, semáforos inteligentes e vias para ônibus) e não resolverão os problemas de mobilidade urbana em nossa cidade.
Se devemos pensar diferente, então o que podemos fazer com a Marginal Direita? É simples: um corredor de transporte de massa, como o BRT (Bus Rapid Transit, ou Corredor de Ônibus).
A margem direita do Rio Sorocaba tem as características ideais para um sistema BRT, onde a sua construção demandaria poucas desapropriações e o eixo atenderia bairros populosos e com potencial para novos usuários do transporte coletivo, como Santa Rosália, Vila Rica, Porcel e Iguatemi.
O corredor BRT da margem direita interligaria o Terminal São Paulo e o trevo da Castelinho, com 3.600 metros de extensão em termos alternados entre viadutos e superfície. Além do Terminal São Paulo, duas estações seriam construídas ao longo do trajeto: Santa Rosália (sobre a ponte da Rua Pe. Madureira) e Porcel (ao lado da Sorodiesel e trevo da Castelinho), sendo que a Estação Porcel seria um verdadeiro terminal intermodal para linhas urbanas e intermunicipais (na prática, a nova Rodoviária). As estações teriam cobrança antes do embarque e teriam linhas alimentadoras, ou seja, micro-ônibus ligando as estações aos bairros mais próximos.
Além disso, as linhas provenientes da Zona Industrial poderiam usar o corredor BRT para seguirem ao centro, proporcionando mais rapidez na viagem e menos tráfego em avenidas como Carlos Reinaldo Mendes e São Paulo.
Os custos de construção não seriam tão altos e os benefícios econômicos seriam bem maiores do que a nova Marginal Direita. O Corredor BRT também traria um legado para Sorocaba, tal como as atuais ciclovias da cidade.
Assim, vale a pena pensar diferente e ousar. Sorocaba é uma cidade moderna e merece ter um sistema de mobilidade urbana à altura do município e sua população. Rodrigo Alves de Paula.
Ainda que possamos, nos últimos anos, identificar ações efetivas que impactaram beneficamente os usuários do transporte coletivo em Sorocaba como as Áreas de Transferências (ATs) em algumas regiões, os ônibus adaptados e os movidos a gás natural, pouco se fez no sentido de novas alternativas para o transporte da população.
Enquanto o planeta vê no transporte de massa a solução para a mobilidade urbana, a cidade de Sorocaba gasta milhões pensando quase que exclusivamente no transporte individual, fazendo reinar o todo poderoso carro.
Como exemplos podemos citar os projetos das marginais da Rod. Raposo Tavares, o Sorocaba Total 1, Sorocaba Total 2, as vias do Parque Tecnológico e as ciclovias. Todos estes considerados projetos definitivos de grande porte, mas que não foram pensados em sua interação com o transporte coletivo, pois não dispõem de baias de acessos para paradas de ônibus, calçadas elevadas no nível de altura dos coletivos, mini-terminais ou corredores exclusivos para ônibus.
É bom lembrar que o Site VIVAcidade já chegou a propor projetos de como otimizar a marginal direita do Rio Sorocaba para o transporte de passageiros. Recentemente, o site idealizou a utilização de um metrô de superfície ou trem que ligaria a região do Campolim, percorrendo a marginal direita, até o acesso da Rod. Castelinho.
Aproveitando o momento favorável para o debate sobre o tema, até porque a própria Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos precisa saber se Sorocaba tem projetos que contemplem corredores de ônibus e transporte de massa, para implantar um terminal ferroviário de transporte intermunicipal de passageiros na cidade, o leitor do Site VIVAcidade e também usuário do transporte coletivo de Sorocaba, Rodrigo Alves de Paula, nos enviou proposta de um moderno sistema de transporte coletivo para a futura marginal direita do Rio Sorocaba.
Ainda que o projeto abaixo não seja novidade do ponto de vista prático (já que a discussão recai apenas sobre o tipo de modal a ser utilizado), o mesmo é de grande valia, pois serve para complementar e melhorar os projetos já propostos para a marginal direta do Rio Sorocaba.
Confira abaixo a íntegra do texto:
Pensando Diferente
Na semana passada, o jornal Cruzeiro do Sul noticiou que a prefeitura de Sorocaba iniciou estudos para a construção da avenida marginal direita do Rio Sorocaba, entre a Ponte do Pinheiros e o trevo da Castelinho. A nova pista de três faixas teria trânsito único no sentido Centro-Bairro, o que ajudaria a desafogar a atual Av. Dom Aguirre e, conseqüentemente, todo o tráfego na área central.
Projetada desde a década de 1960, a Marginal Direita sempre foi um sonho dos administradores locais para resolver os problemas de mobilidade urbana de Sorocaba. Entretanto, os tempos agora são outros. Estamos numa época em que a prioridade ao automóvel precisa ser reduzida, face aos problemas ambientais e econômicos diante da possível escassez de petróleo num futuro próximo.
Não se pode desprezar os benefícios que a Marginal Direita traria para a cidade; mas, devemos pensar diferente. A cidade recebe, diariamente, cerca de 50 novos carros e a construção de uma nova avenida tem apenas efeito paliativo, podendo estar congestionada nos próximos anos. As avenidas do plano Sorocaba Total são um ótimo exemplo: elas já estão nascendo obsoletas (sem complexos viários, semáforos inteligentes e vias para ônibus) e não resolverão os problemas de mobilidade urbana em nossa cidade.
Se devemos pensar diferente, então o que podemos fazer com a Marginal Direita? É simples: um corredor de transporte de massa, como o BRT (Bus Rapid Transit, ou Corredor de Ônibus).
A margem direita do Rio Sorocaba tem as características ideais para um sistema BRT, onde a sua construção demandaria poucas desapropriações e o eixo atenderia bairros populosos e com potencial para novos usuários do transporte coletivo, como Santa Rosália, Vila Rica, Porcel e Iguatemi.
O corredor BRT da margem direita interligaria o Terminal São Paulo e o trevo da Castelinho, com 3.600 metros de extensão em termos alternados entre viadutos e superfície. Além do Terminal São Paulo, duas estações seriam construídas ao longo do trajeto: Santa Rosália (sobre a ponte da Rua Pe. Madureira) e Porcel (ao lado da Sorodiesel e trevo da Castelinho), sendo que a Estação Porcel seria um verdadeiro terminal intermodal para linhas urbanas e intermunicipais (na prática, a nova Rodoviária). As estações teriam cobrança antes do embarque e teriam linhas alimentadoras, ou seja, micro-ônibus ligando as estações aos bairros mais próximos.
Além disso, as linhas provenientes da Zona Industrial poderiam usar o corredor BRT para seguirem ao centro, proporcionando mais rapidez na viagem e menos tráfego em avenidas como Carlos Reinaldo Mendes e São Paulo.
Os custos de construção não seriam tão altos e os benefícios econômicos seriam bem maiores do que a nova Marginal Direita. O Corredor BRT também traria um legado para Sorocaba, tal como as atuais ciclovias da cidade.
Assim, vale a pena pensar diferente e ousar. Sorocaba é uma cidade moderna e merece ter um sistema de mobilidade urbana à altura do município e sua população. Rodrigo Alves de Paula.
Fonte: Viva Cidade
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