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Transporte coletivo em Salvador e o desafio da mobilidade

sábado, 24 de setembro de 2011

Se o transporte coletivo de Salvador algum dia virasse filme, o gênero dificilmente poderia ser outro que não o da aventura. É que o meio mais utilizado pelos soteropolitanos e, em geral, por todos os brasileiros - 62% da população segundo dados da Confederação Nacional de Indústrias- ainda é um imenso desafio a ser vencido pelos gestores públicos, privados e pela própria sociedade civil. De todos as modalidades de locomoção, essa é a que recebe as mais severas críticas. Apesar disso, é quase impossível pensar mobilidade urbana no Brasil sem pensar no transporte coletivo, especialmente nos ônibus.

Uma das principais fontes de insatisfação dos usuários vem justamente da relação custo benefício. A tarifa hoje, na capital baiana, de R$2,50 por cada percurso e com poucas combinações nas estações de transbordo, é um peso grande no orçamento das famílias."Andar de ônibus em Salvador é a única coisa que me faz ter um pouco de raiva da cidade. A tarifa é muito cara e o transporte não é decente. As linhas perto de sua casa ou do trabalho muitas vezes não levam até o local que você quer, obrigado a tomar dois, três transportes. Aqui o ônibus também só roda até a meia noite e é um sacrifício mesmo", diz a advogada Michelle Machado, 28 anos.

Abordagens

A questão da segurança é um dos principais pontos destacados por quem necessita usar os serviços do transporte. O número de assaltos e de outras formas de violência promovem uma desconfiança generalizada e um clima de tensão permanente no cotidiano. Para muita gente, pegar ônibus depois das 22h é um risco efetivamente alto. A própria vida cultural da cidade recebe o impacto direto dessa situação, uma vez que as opções, para quem quer lazer e entretenimento, envolvem sempre o carro, a carona ou táxi, quase nunca barato.

Para a estudante de medicina, Karen Seifarth, 25 anos, o problema do transporte coletivo em Salvador começa desde o ponto de ônibus: "Eles são inseguros. Tenho medo de ser abordada ou assediada. Em alguns casos, é preciso andar muito para chegar até lá, porque não a capilaridade das vias na cidade não é boa. Depois os ônibus demoram muito para chegar e normalmente são cheios e sujos". Karen, que já foi assaltada dentro do ônibus, necessita do transporte para chegar diariamente à faculdade e as demais atividades: "Para mim, que sempre ando com livros, é um transtorno. Se está chovendo, por exemplo, os pontos da cidade não oferecem nenhuma proteção eficiente.

No caso de nós mulheres ainda temos temos que nos preocupar com a roupa para entrar no ônibus. E mesmo estando normal eles se aproveitam do aperto e dos balanços. É um horror", desabafa.

As contradições: "Querem tudo, mas não oferecem nada"

Ao mesmo tempo em que é visível a insuficiência dos ônibus para atender a atual demanda, o aumento da frota, no já caótico tráfego diário, é quase inimaginável. Essa faca de duas pontas, para Hélio Vieira, diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários, a única saída viável são as políticas públicas: "A gente sabe que precisa delas para mudar esse cenário. A realidade é muito complicada porque não teve planejamento nem política de transporte coletivo. E, ao mesmo tempo, todo mundo quer tudo, mas não oferece nada".

Outro ponto destacado pelo dirigente é a falta de infra-estrutura generalizara para o trabalho dos profissionais. "Porque muitas pessoas acham que a culpa do transporte ser assim é do motorista e do cobrador, mas nós também sofremos as consequências de um transporte ruim. Não temos infra-estrutura nos terminais nem para fazer as necessidades fisiológicas de quem trabalha 7h por dia no trânsito. São 12 anos de um metrô que não existe e quem acaba carregando a cidade são os rodoviários mesmo", afirma.

O ciclo sem fim

O ônibus, quando bem aproveitado e gerido, pode gerar economia para toda a cidade. Além, de contribuir com o fluxo mais livre das metrópoles e de poluir menos do que os automóveis. Na maioria das capitas europeias ou mesmo em algumas cidades latino-americanas, como São Paulo, Curitiba, Bogotá e Buenos Aires, o transporte público é algo apropriado por quase toda a população, isto é, não tem o estigma de que é exclusivo dos mais pobres, dos que não tem condições para comprar o carro.

"Eu realmente detesto dirigir, me estresso muito, é difícil encontrar vagas e tudo mais. Eu escolheria o ônibus, mas tive que deixar o transporte coletivo porque na minha rotina era inviável. Perdia muito tempo esperando, não dava para conciliar com a faculdade e o trabalho", declara Marina Barreto, 23 anos, estudante de arquitetura. Ela conta, entretanto, que a mudança não implicou numa melhora total do quadro, especialmente no quesito segurança: "No ônibus, um cara sentou do meu lado e o outro atrás. Colocaram a faca na minha barriga e me roubaram. Agora que tenho carro, o medo é o mesmo. Inclusive, sendo mulher, me acho mais suscetivel no carro", finaliza.

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