Foi o melhor resultado para esse mês na história do setor. No acumulado dos primeiros oito meses, a marca também foi recorde. Neste ano, até agora, o segmento vendeu 2,37 milhões de veículos, crescimento de 8% frente ao mesmo período anterior.
No entanto, o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, ressalta que, pela média diária (dividindo o volume mensal pelo número de dias úteis), em agosto houve retração (de 2%). Isso porque o mês passado teve dois dias a mais (23 frente a 21 em julho).
Para os representantes do setor, o recuo era previsto. "Houve encolhimento do prazo de financiamento, a inadimplência está grande e os bancos estão mais seletivos", diz o presidente do Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do Estado de São Paulo, Octávio Vallejo.
Além disso, Reze assinala que parte do mercado é impulsionada por negócios das montadoras com frotistas e locadoras. Dos automóveis comercializados pelas quatro grandes (Fiat, Volkswagen, GM e Ford), de janeiro a agosto, para empresas, 72,7% (356 mil veículos) foram por venda direta (faturado direto com a montadora).
Ele se queixa de que parte das locadoras (que se beneficiam de imposto menor na compra dos carros) estaria atuando como revenda, comercializando o carro zero antes do prazo legal de um ano após o licenciamento.
Outra reclamação do dirigente diz respeito aos estoques elevados, por causa do descompasso entre a demanda, que desacelerou, e a produção em alta das montadoras. Pelos número da Fenabrave, os carros nas lojas já somam 40 dias para desova, frente a 35 em julho. "A média confortável é 21 ou 22 dias. Nossa capacidade financeira está no limite e a rentabilidade caiu uma barbaridade", diz.
IMPORTADOS - De janeiro a agosto, o volume de automóveis e comerciais leves importados somou 319 mil. "Num universo de 2 milhões de unidades, não é motivo de preocupação", avalia Reze.
No entanto, o ritmo de vendas de veículos chineses impressiona. Em janeiro, eram 2.067 e, em agosto, 8.535. A presença das marcas desse país no Grande ABC mostra que a briga por mercado deve crescer. Uma delas, a JAC, que no início do ano abriu loja em Santo André, há poucos dias inaugurou ponto comercial em São Caetano. Nessa unidade, a gerente comercial, Danielle Tostes, diz que a meta é vender 100 carros por mês.
País segue em quarto lugar no ranking mundial
O Brasil se manteve na quarta colocação no ranking mundial de vendas de veículos zero-quilômetro em julho, de acordo com dados mais recentes da Jato Dynamics do Brasil, líder em fornecimento de informações automotivas.
A disputa continua acirrada pelas duas primeiras colocações. Os Estados Unidos lideram, com crescimento de 0,9% em relação a 2010, seguidos pela China, com alta de 7,5%. No acumulado do ano, as posições se invertem e o país asiático é o primeiro, com quase 8 milhões de veículos vendidos. Entretanto, os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países, os números englobam carros e comerciais leves.
Em terceiro lugar aparece o Japão, com queda de 23,5% em julho em comparação ao mesmo período do ano passado. O Brasil, por sua vez, registrou em julho crescimento de 0,9%. Na quinta e sexta colocações, seguem a Alemanha e a Rússia com alta de 10,6% e 26,8%. Depois, pela ordem, estão Índia, França, Grã-Bretanha e Itália, com resultados negativos de 7,8%, 6,7%, 3,2% e 11,4%, respectivamente.
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
Do Diário do Grande ABC
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