Hoje, os rodoviários fizeram assembleias simultâneas nas garagens de dez empresas que circulam em Salvador e em todas as 11 do transporte metropolitano. Na capital baiana, as empresas atingidas foram: Axé, União, Boa Viagem, Praia Grande, Joevanza, Transol, Capital, Ilha Tropical, ITT e São Cristóvão-Modelo.
"As assembleias foram feitas para discutir a campanha salarial, já que houve cinco rodadas de negociação e as empresas estão debochando. Não saíram do zero, o patrão só diz não, não, não. Outros movimentos vão ser feitos pela frente até que o patrão coloque números na mesa", disse Euvaldo Alves, vice-presidente do sindicato.
Segundo o tesoureiro do sindicato, Hélio Ferreira, nesta quarta, a categoria fará uma assembleia geral na sede do Sinergia, de 9h às 12h e de 15h às 17h. "Esta será uma semana de manifestações, porque o patronato não ofereceu propostas de reajuste", afirmou Ferreira.
De acordo com Jorge Castro, assessor para assuntos sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte Geral (STEPS), a paralisação surpreeendeu a todos. "Estamos surpresos com essa atitude por um motivo simples: nós temos um calendário de negociações com o sindicato dos trabalhadores para os dias 5, 10 e 12. Aí eles tomam uma atitude dessas, sem avisar, que só prejudica a população", afirmou.
Ainda segundo Castro, não há impasse, já que as negociações continuam sendo realizadas. "Os índices que permeiam a inflação ainda nem foram divulgados, então eu não posso oferecer proposta, ainda está tudo em aberto", declarou.
A mobilização da categoria complicou o trânsito da cidade porque, segundo a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), aumentou a circulação de veículos de transporte clandestino.
Conforme um agente da Transalvador, não houve condições de coibir a ação dos clandestinos porque o volume de veículos é grande. “Nas principais vias, os pontos de ônibus estão superlotados e o transporte clandestino está operando com vans e motocicletas desde cedo”, afirmou o agente.
População - A paralisação nas garagens de transporte urbano atingiu principalmente moradores do Subúrbio Ferroviário, já que todas as empresas que circulam nesta região participaram de assembleia.
Para o mecânico Claudionor Santos, de 52 anos, a paralisação é justa, apesar dos prejuizos à população. "Eles reivindicam os direitos deles, mas nós acabamos prejudicados", afirma Claudionor, que aguardava o ônibus na Avenida Barros Reis, próximo a uma garagem da empresa União.
A técnica em laboratório Nívea Almeida, de 39 anos, saiu de casa às 5h30 para pegar um ônibus na Estação Pirajá, mas, até as 8h, ainda não havia conseguido. O ônibus que ela pega pertence à frota de uma das empresas que parou hoje. "Todo mundo foi pego de surpresa. Eles estão no direito deles, mas a população sempre acaba prejudicada, afirmou Nívea, que precisava chegar ao trabalho às 7h.
Fonte: A Tarde
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