Com cerca de 260 mil habitantes, Volta Redonda possui pouco mais de 100 mil automóveis - quase um para cada dois moradores. Apesar dos números impressionantes, a cidade também apresenta uma quantia considerável de pessoas que se deslocam a pé ou de bicicleta: 60 mil pessoas, quase o mesmo número de habitantes que utilizam os transportes coletivos diariamente (68 mil). E os adeptos da boa caminhada ou das pedaladas pelas ruas da Cidade do Aço podem, dentro de poucos meses, ganhar ainda mais espaço: a prefeitura aguarda apenas a liberação por parte da Caixa Econômica Federal para iniciar a implantação de mais 24 quilômetros de ciclovias na cidade.
De acordo com o diretor-presidente da Suser (Superintendência de Serviços Rodoviários, Paulo Barenco, serão duas frentes de trabalho, orçadas em R$ 4,1 milhões: a primeira, de 11 quilômetros, vai ligar o bairro Santa Rita do Zarur à ciclovia da Radial Leste, no Aero Clube, aproveitando a faixa que já existe em parte da Avenida Nossa Senhora do Amparo; a segunda, por sua vez, terá 13 quilômetros e circundará todo o perímetro da CSN, interligando-se aos sete quilômetros existentes na Avenida almirante Adalberto de Barros Nunes. Ao final das obras - que devem durar seis meses e serão executadas pela Sinasc, que atende a cidades como o Rio de Janeiro - a cidade será servida por 33 quilômetros de ciclovias. A construção também prevê a instalação de bicicletários e paraciclos, a fim de facilitar a vida de quem utilizar a malha cicloviária do município.
"Existe também a intenção de implementar a ligação entre a praça Monte Castelo, no bairro Sessenta, ao Colégio Manoel Marinho, além de adequar no mesmo padrão o trecho que existe no trevo de acesso ao Três Poços até o limite da cidade com Pinheiral após a conclusão da Rodovia do Contorno. Nossa intenção é termos um total de 50 quilômetros de ciclovias", garantiu Barenco.
O representante da autarquia explicou que a iniciativa faz parte do projeto do governo federal para incentivar o uso de transportes não motorizados iniciado em 2008, e que o plano apresentado pelo município foi aprovado no ano passado. Do valor necessário para a realização das obras, o Ministério das Cidades vai entrar com R$ 2,9 milhões, sendo o R$ 1,2 milhão restante de responsabilidade do governo municipal.
O diretor explicou que já está em andamento um estudo para incentivar o uso do tradicional transporte em duas rodas não apenas para o trabalho, como também para o lazer.
"O objetivo é dar segurança para quem utiliza a bicicleta e também para aqueles que costumam fazer deslocamentos curtos (cerca de um quilômetro) a pé. Também pretendemos incentivar, com isso, o uso por outros que reclamam dos obstáculos encontrados nas vias públicas. A prefeitura se preocupa com a questão do espaço ocupado pelo automóvel nas ruas, temos um potencial para ampliar até cem mil o número de pessoas usando o transporte cicloviário", afirmou Barenco, destacando que, atualmente, entre 35 e 40% dos deslocamentos diários no município são feitos a pé ou de bicicleta.
Interligação
Mesmo que ainda aguarde a aprovação por parte da Caixa Econômica (responsável pela liberação da verba federal) para o início efetivo das obras, e empresa vencedora da licitação já começou a vistoriar os trechos a serem construídos. Outro ponto destacado pelo diretor-presidente da Suser é a ligação da ciclovia que vai "cercar" a CSN com a que será construída a partir da via Sérgio Braga, no Conforto, ao Centro de Barra Mansa, anunciada pela vice-prefeita barramansense Ruth Coutinho há poucas semanas.
"A grande vantagem é que os governos federal, estadual e municipal estão pensando esta questão de forma integrada", elogiou.
Fonte: Diário do Vale
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