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População não aprova retirada de cobradores no transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande

quinta-feira, 31 de março de 2011

Com o intuito de aumentar a segurança do sistema de Transporte Coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, a Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) firmou uma parceria com o Sindicato dos Motoristas, por meio do qual os cobradores serão retirados dos ônibus. No entanto, a iniciativa – ainda em teste – já tem causado transtornos para a população. 

De acordo com o diretor de transportes da SMTU, Gabriel Müller, as empresas responsáveis pelo transporte coletivo de Cuiabá e Várzea Grande, assim como pelo intermunicipal, solicitaram autorização para retirada dos cobradores em linhas de baixa demanda, aos domingos, como uma forma de teste. Entretanto, o teste já foi estendido para todos os dias da semana – ainda nas linhas de baixa. “As reclamações são pontuais, são ônibus que carregam 200 ou 300 pessoas por dia, não gera tumulto”.

Contudo, a fisioterapeuta Giani Morais – que utiliza o transporte coletivo diariamente – informou que o congestionamento em horário de pico está extrapolado e muitos passageiros estão reclamando. “O motorista tem que receber, dar o troco, liberar a catraca, cuidar das portas quando os passageiros entram e saem. Antes era o cobrador que cuidava das portas, principalmente quando eram idosos. Isso está causando muito congestionamento”.

Mas de acordo com Müller, a mudança total não será imediata e dependerá da adaptação dos passageiros. “A mudança deve ocorrer em 13 meses, podendo se estender ainda mais, pois a retirada total dos cobradores depende de uma análise cautelosa e principalmente dos munícipes. Para a mudança total, precisamos de 100% de bilhetagem, tirar o dinheiro de circulação e oficializar o sistema eletrônico. Não sabemos se vamos acompanhar os 13 meses, os munícipes serão os sensores”. 

Porém, para o estudante Heitor Rafael Cáceres, quando o sistema de cartão começou a ser implantado já era visto que isso iria acontecer. “Nós já sabíamos, mas é muito ruim e está todo mundo reclamando. Esses dias um senhor chegou com R$ 50 e o motorista levou um tempão para conseguir arrumar o troco, congestionou tudo. Quem sofre somos nós e os motoristas. E quando implantarem o sistema eletrônico? Vai ser horrível para quem anda de ônibus esporadicamente, terá que comprar um cartão para andar uma vez e muitas vezes nem tem dinheiro para isso”.

Quanto a esse fato, Müller garantiu que já está sendo implantado o “Cartão Tem”, um cartão provisório onde o passageiro compra cinco passagens, as usa, e quando acaba já fica no sistema para reciclagem. “Campo Grande já tem esse sistema, Goiânia também e está dando certo, mas para isso precisa de 100% de bilhetagem”.  

Emprego – De acordo com o diretor de transportes nenhum cobrador ficará sem emprego. “Eles estão sendo treinados para retornar como motoristas e dessa forma não perderem a receita. Mesmo porque, com a Copa do Mundo a demanda será muito maior e o número de motoristas será insuficiente”. 


Fonte: VG Notícias

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