A tarifa do transporte coletivo de Curitiba subiu R$ 0,30 à zero hora de hoje, saltando de R$ 2,20 para R$ 2,50. O aumento, de 13,64%, ficou acima do valor da inflação acumulada desde 12 de janeiro de 2009, data do último reajuste, que foi de 10,47%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). É o primeiro reajuste da passagem desde a entrada do modelo de concessão do transporte coletivo, que passou a vigorar em novembro do ano passado após um longo processo licitatório.
O preço da tarifa da Linha Turismo e do Circular Centro também aumentou, passando de R$ 20 para R$ 25 e de R$ 1,20 para R$ 1,50, respectivamente. Já a tarifa de domingo continua R$ 1,00. Atualmente, 1,1 milhão de passageiros pagantes utilizam o transporte coletivo de Curitiba todos os dias.
O preço da tarifa da Linha Turismo e do Circular Centro também aumentou, passando de R$ 20 para R$ 25 e de R$ 1,20 para R$ 1,50, respectivamente. Já a tarifa de domingo continua R$ 1,00. Atualmente, 1,1 milhão de passageiros pagantes utilizam o transporte coletivo de Curitiba todos os dias.
Com a alta na tarifa, o custo mensal com transporte passa a representar 23,85% ou quase R$ 130 do salário mínimo brasileiro, de R$ 545, levando em consideração um gasto de 52 tarifas no mês. “O aumento da passagem vem em um momento em que o trabalhador já está pressionado pela alta dos alimentos também acima da inflação. A cesta básica subiu 13% em Curitiba nos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo o aumento médio das categorias tem sido de 8%. São despesas importantes que pressionam significativamente o bolso do trabalhador”, alerta o economista e supervisor técnico do escritório regional do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PR), Cid Cordeiro. Ele explica que, no caso do Paraná, o piso regional de R$ 663 teria de ser reajustado em 14% para compensar o aumento da passagem no bolso dos trabalhadores.
De acordo com o diretor de transporte da Urbanização de Curitiba (URBS), Lubomir Antonio Ficinski Dunin, o aumento foi provocado pelo reajuste de 15% nos salários dos motoristas e cobradores, concedido em 2010 e 2011. “Foi um reajuste acima da inflação do período que as empresas foram obrigadas a conceder”, afirma. Além dos salários, explica Dunin, durante os dois anos em que o preço da passagem ficou congelado, o óleo diesel sofreu um acréscimo de 2,41%, os lubrificantes subiram 29,13% e peças e acessórios 9,24%. “Não tinha como não subir”, justifica.
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira, contesta a alegação da Urbs e diz que a data-base da categoria tem pouca influência na tarifa. “O nosso reajuste tem um impacto de apenas R$ 0,08 no preço da passagem. Queremos alertar a sociedade de que não somos os únicos responsáveis pelo aumento. O trabalhador não pode ser responsabilizado”, afirma.
Cordeiro, do Dieese, também critica a forma como a Urbs vem calculando os custos do transporte coletivo na cidade. Ele argumenta que os parâmetros estão defasados. “Para um reajuste mais preciso, e possivelmente mais baixo que este, o correto seria usar uma planilha de custos real, não baseada em médias, ainda mais defasadas”, defende.
Repúdio
A bancada do PT na Câmara Municipal de Curitiba repudia o aumento da tarifa do transporte público. De acordo com o vereador Jonny Stica, líder da bancada do partido, a prefeitura precisa atualizar o coeficiente técnico da atual planilha. “Alguns elementos que compõem a tabela estão defasados, como por exemplo, o que mede o desgaste dos pneus, calculado em 1988”, afirma.
Para o economista Lafaiete Neves, autor do livro Movimento Popular e Transporte Coletivo em Curitiba, nada justifica um aumento deste tamanho. “O sistema vai perder mais passageiros. Não houve um reajuste salarial no país que justifique este aumento. Ele é resultado da sanha dos empresários do transporte por lucro. Vários itens da planilha de custos estão inflados”, diz.
Fonte: Gazeta do Povo
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