Marcadas para começar no próximo mês, as obras de mobilidade urbana para a Copa de 2014 em Cuiabá e Várzea Grande, foram adiadas. Segundo a estimativa da Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (Agecopa), as empresas começam a atuar apenas em junho, com 3 meses de atraso. A demora coloca em risco a conclusão de todas as intervenções em tempo hábil para o evento. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) estipulou data de conclusão apenas para a Arena, Centros de Treinamentos (CTs) e Fan Parks, que devem estar concluídos até dezembro de 2013. Já o prazo para o término das obras que envolvem infraestrutura ficou a cargo do governo.
Na manhã desta segunda-feira (21), o primeiro projeto foi entregue para a Caixa Econômica Federal (CEF), que vai aprovar o documento para a liberação de crédito (ver matéria abaixo) para o corredor BRT (Bus Rapid Transit). Os demais serão entregues ainda este mês, afirma o diretor de Infraestrutura da Agecopa, Carlos Brito. Ele esclarece que os técnicos estão "lutando contra o tempo" e questiona o envolvimentos das entidades ligadas aos setores econômicos e também da população.
Conforme Brito, os projetos básicos estavam prontos, mas não puderam ser licitados devido a exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O órgão exigiu também a inclusão do projeto executivo, que adiou o processo de liberação de recursos. O diretor explica que o objetivo era conseguir autorização para a licitação, que dura em média 60 dias, e depois incluir os documentos específicos. "Também queremos fazer algo lícito e com uma fiscalização criteriosa, mas não podemos deixar de entender que o tempo é algo precioso".
Além de serem demoradas as construções, que envolvem túneis, viadutos e trincheiras, o diretor diz que há o risco de escassez de material, como cimento e ferro, além de mão-de-obra.
Brito cita que o evento já causou uma explosão no ramo imobiliário e a demanda do setor ocupou os profissionais qualificados. Outro fator agravante, são as empresas de grande porte. Muitas delas foram contratadas em outras capitais e Cuiabá pode ficar sem interessadas qualificadas e dispostas a participar da concorrência pública.
No quesito material, as empresas começam a ter problemas, as obras da Arena do Verdão, por exemplo, precisam ter alguns materiais importados.
Mobilização - O diretor assegura que não há risco de Cuiabá perder a condição de cidade sede, mas as pessoas e entidades estão perdendo oportunidades. "Eles preocupam-se apenas com as obras e deixam as oportunidades passarem. Não é apenas o governo que precisa de mobilização, a sociedade precisa acreditar na Copa e organizar-se para o evento".
A Fifa anunciou as cidades-sede há 17 meses e pouco foi feito pelas organizações, que não são ligadas diretamente ao governo. O diretor diz que haverá carência de profissionais qualificados e possibilidades de investimentos estão abertas, principalmente com relação a infraestrutura, restauração de centros históricos e linhas de crédito.
Brito explica que todas as construções estão localizadas de forma estratégica para promover a valorização cultural da cidade e a organização urbana, atraindo as pessoas e estabelecimentos para áreas, que hoje formam vazios.
Ele cita como exemplo os Campos Oficiais de Treinamento (COTs). Um deles será instalado no estádio Eurico Gaspar Dutra, conhecido como "Dutrinha". O diretor afirma que a condição do local é caótica, mas a importância histórica do local é grande.
Dentro do projeto, ainda está previsto a mudança do Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa da Costa, onda foi instalada a primeira cadeia pública de Cuiabá. A idéia é construir no imóvel um museu com objetos e documentos relacionados com Eurico Gaspar Dutra, que era cuiabano e foi presidente da República.
A obra, de acordo com Brito, vai atrair os olhos dos turistas para área histórica e facilitará o acesso a créditos para a revitalização da região do Porto, que hoje tem casarões antigos abandonados.
As outras unidades estão previstas para a região do bairro Dom Aquino, Morada do Ouro e há uma discussão sobre a implantação de um centro na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O diretor acredita que ter atletas de alto desempenho dentro da instituição pode ser a base para vários estudos e até mesmo um centro para preparação de atletas mato-grossenses. "Hoje, os atletas precisam procurar outras capitais e até fora do Brasil a estrutura para aumentar a rentabilidade na modalidade esportiva".
Em Várzea Grande será construído um COT nas proximidades da antiga Feicovag. O projeto já atrai investimentos para o local, sendo que uma empresa ofereceu o terreno, bem como o projeto para Agecopa, na intenção de garantir a construção no local.
Dinheiro - As obras da Copa de 2014 têm cerca de R$ 1,5 bilhão garantidos por meio de linhas de crédito e investimentos a fundo perdido, ou seja, sem retorno aos cofres públicos. Do dinheiro, R$ 454 milhões serão provenientes da Caixa Econômica Federal (CEF) e R$ 394 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ambos como crédito, que serão ressarcidos pelo governo do Estado.
O restante vem do governo Estadual, com R$ 160 milhões, e do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), com R$ 380 milhões.
A ligação entre as regiões de Cuiabá é prejudicada pela condição caótica do trânsito. Com as obras de mobilidade urbana, o acesso será facilitado. "A definição de longe não será a mesma. Com transporte coletivo eficiente e fim dos congestionamentos, o motorista vai perder menos tempo no trânsito".
As faixas exclusivas para ônibus serão instaladas nas principais vias de Cuiabá e Várzea Grande.
BRT - Mesmo necessitando de ajustes, o projeto do corredor BRT (Bus Rapid Transit) Aeroporto-CPA foi entregue para Caixa Econômica Federal, a qual deve acompanhar as mudanças necessárias para a conclusão do projeto. O objetivo é analisar e aprovar o que não precisa de mais intervenções e, assim, dar agilidade ao processo.
O superintendente da Caixa Econômica, Ivo Zecchin, explica que os projetos para o BRT são feitos com a interferência de muitos setores, como Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que libera licenças ambientais para as obras, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que trata das edificações tombadas.
Segundo o diretor de Planejamento e Gestão da Agecopa, Yênes Magalhães, entre os pontos do corredor Aeroporto-CPA que necessitam de mudanças está o encontro das Avenidas Rubens de Mendonça e Mato Grosso. Até então, a área receberia um viaduto, mas por se tratar de uma região com muitos casarões tombados pelo Patrimônio Histórico o elevado será substituído por semáforos temporizados.
Outro ponto de discussão é o cruzamento com o Rio Cuiabá, que também deverá ser modificado. "O objetivo principal, nesse caso, é reduzir as desapropriações. Na semana que vem devemos apresentar uma nova proposta para esse local".
Quanto ao projeto específico do corredor Coxipó-Centro, a previsão é que ele seja apresentado para a Caixa Econômica na primeira semana de março. As obras dos 2 corredores BRTs vão custar R$ 422 milhões e serão financiadas pela Caixa por meio do programa Pró-Transporte.
O diretor de planejamento garante ainda que o plano de Mobilidade Urbana de Cuiabá para o Mundial de 2014, que inclui os corredores BRT, será entregue em no máximo 15 dias.
Na manhã desta segunda-feira (21), o primeiro projeto foi entregue para a Caixa Econômica Federal (CEF), que vai aprovar o documento para a liberação de crédito (ver matéria abaixo) para o corredor BRT (Bus Rapid Transit). Os demais serão entregues ainda este mês, afirma o diretor de Infraestrutura da Agecopa, Carlos Brito. Ele esclarece que os técnicos estão "lutando contra o tempo" e questiona o envolvimentos das entidades ligadas aos setores econômicos e também da população.
Conforme Brito, os projetos básicos estavam prontos, mas não puderam ser licitados devido a exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O órgão exigiu também a inclusão do projeto executivo, que adiou o processo de liberação de recursos. O diretor explica que o objetivo era conseguir autorização para a licitação, que dura em média 60 dias, e depois incluir os documentos específicos. "Também queremos fazer algo lícito e com uma fiscalização criteriosa, mas não podemos deixar de entender que o tempo é algo precioso".
Além de serem demoradas as construções, que envolvem túneis, viadutos e trincheiras, o diretor diz que há o risco de escassez de material, como cimento e ferro, além de mão-de-obra.
Brito cita que o evento já causou uma explosão no ramo imobiliário e a demanda do setor ocupou os profissionais qualificados. Outro fator agravante, são as empresas de grande porte. Muitas delas foram contratadas em outras capitais e Cuiabá pode ficar sem interessadas qualificadas e dispostas a participar da concorrência pública.
No quesito material, as empresas começam a ter problemas, as obras da Arena do Verdão, por exemplo, precisam ter alguns materiais importados.
Mobilização - O diretor assegura que não há risco de Cuiabá perder a condição de cidade sede, mas as pessoas e entidades estão perdendo oportunidades. "Eles preocupam-se apenas com as obras e deixam as oportunidades passarem. Não é apenas o governo que precisa de mobilização, a sociedade precisa acreditar na Copa e organizar-se para o evento".
A Fifa anunciou as cidades-sede há 17 meses e pouco foi feito pelas organizações, que não são ligadas diretamente ao governo. O diretor diz que haverá carência de profissionais qualificados e possibilidades de investimentos estão abertas, principalmente com relação a infraestrutura, restauração de centros históricos e linhas de crédito.
Brito explica que todas as construções estão localizadas de forma estratégica para promover a valorização cultural da cidade e a organização urbana, atraindo as pessoas e estabelecimentos para áreas, que hoje formam vazios.
Ele cita como exemplo os Campos Oficiais de Treinamento (COTs). Um deles será instalado no estádio Eurico Gaspar Dutra, conhecido como "Dutrinha". O diretor afirma que a condição do local é caótica, mas a importância histórica do local é grande.
Dentro do projeto, ainda está previsto a mudança do Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa da Costa, onda foi instalada a primeira cadeia pública de Cuiabá. A idéia é construir no imóvel um museu com objetos e documentos relacionados com Eurico Gaspar Dutra, que era cuiabano e foi presidente da República.
A obra, de acordo com Brito, vai atrair os olhos dos turistas para área histórica e facilitará o acesso a créditos para a revitalização da região do Porto, que hoje tem casarões antigos abandonados.
As outras unidades estão previstas para a região do bairro Dom Aquino, Morada do Ouro e há uma discussão sobre a implantação de um centro na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O diretor acredita que ter atletas de alto desempenho dentro da instituição pode ser a base para vários estudos e até mesmo um centro para preparação de atletas mato-grossenses. "Hoje, os atletas precisam procurar outras capitais e até fora do Brasil a estrutura para aumentar a rentabilidade na modalidade esportiva".
Em Várzea Grande será construído um COT nas proximidades da antiga Feicovag. O projeto já atrai investimentos para o local, sendo que uma empresa ofereceu o terreno, bem como o projeto para Agecopa, na intenção de garantir a construção no local.
Dinheiro - As obras da Copa de 2014 têm cerca de R$ 1,5 bilhão garantidos por meio de linhas de crédito e investimentos a fundo perdido, ou seja, sem retorno aos cofres públicos. Do dinheiro, R$ 454 milhões serão provenientes da Caixa Econômica Federal (CEF) e R$ 394 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ambos como crédito, que serão ressarcidos pelo governo do Estado.
O restante vem do governo Estadual, com R$ 160 milhões, e do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), com R$ 380 milhões.
A ligação entre as regiões de Cuiabá é prejudicada pela condição caótica do trânsito. Com as obras de mobilidade urbana, o acesso será facilitado. "A definição de longe não será a mesma. Com transporte coletivo eficiente e fim dos congestionamentos, o motorista vai perder menos tempo no trânsito".
As faixas exclusivas para ônibus serão instaladas nas principais vias de Cuiabá e Várzea Grande.
BRT - Mesmo necessitando de ajustes, o projeto do corredor BRT (Bus Rapid Transit) Aeroporto-CPA foi entregue para Caixa Econômica Federal, a qual deve acompanhar as mudanças necessárias para a conclusão do projeto. O objetivo é analisar e aprovar o que não precisa de mais intervenções e, assim, dar agilidade ao processo.
O superintendente da Caixa Econômica, Ivo Zecchin, explica que os projetos para o BRT são feitos com a interferência de muitos setores, como Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que libera licenças ambientais para as obras, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que trata das edificações tombadas.
Segundo o diretor de Planejamento e Gestão da Agecopa, Yênes Magalhães, entre os pontos do corredor Aeroporto-CPA que necessitam de mudanças está o encontro das Avenidas Rubens de Mendonça e Mato Grosso. Até então, a área receberia um viaduto, mas por se tratar de uma região com muitos casarões tombados pelo Patrimônio Histórico o elevado será substituído por semáforos temporizados.
Outro ponto de discussão é o cruzamento com o Rio Cuiabá, que também deverá ser modificado. "O objetivo principal, nesse caso, é reduzir as desapropriações. Na semana que vem devemos apresentar uma nova proposta para esse local".
Quanto ao projeto específico do corredor Coxipó-Centro, a previsão é que ele seja apresentado para a Caixa Econômica na primeira semana de março. As obras dos 2 corredores BRTs vão custar R$ 422 milhões e serão financiadas pela Caixa por meio do programa Pró-Transporte.
O diretor de planejamento garante ainda que o plano de Mobilidade Urbana de Cuiabá para o Mundial de 2014, que inclui os corredores BRT, será entregue em no máximo 15 dias.
Fonte: Gazeta Digital
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