O novo corredor vai ter três quilômetros de extensão. A faixa exclusiva terá início na Luís Carlos Berrini (no final da Rua Funchal) e seguirá até o cruzamento da Avenida Roque Petroni Júnior - vai passar por um trecho de poucos metros da Chucri Zaidan. Haverá uma conversão na altura da Roque Petroni para fazer a interligação com o corredor de ônibus intermunicipal Diadema-Brooklin.
Serão investidos cerca de R$ 40 milhões. A estimativa da Secretaria dos Transportes é que pelo menos 33 linhas de ônibus utilizem o futuro corredor - quantidade que percorre atualmente a Berrini - e cerca de 150 mil passageiros serão transportados por dia.
O objetivo da Secretaria dos Transportes é acabar com os "conflitos" e disputa de espaço entre automóveis e ônibus. Atualmente, os veículos de transporte coletivo enfrentam congestionamentos e perdem muito tempo por causa da entrada e saída de carros nas garagens dos edifícios da Berrini. Mesmo com uma faixa de circulação a menos, a avaliação é que o trânsito ficaria mais organizado, melhorando a fluidez para os dois tipos de transporte.
"Um corredor na Berrini vai proporcionar um ordenamento melhor do trânsito, tanto para os ônibus quanto para os carros", diz o engenheiro de Tráfego e mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (Poli-USP) Sérgio Ejzenberg. O especialista avalia que a retirada dos ônibus do lado direito vai melhorar a situação dos automóveis e da própria região, uma vez que as entradas dos prédios não terão mais pontos, com aglomeração de pessoas na frente, e os veículos poderão entrar mais facilmente nas garagens.
Ejzenberg, porém, acredita que a situação vai ser mais positiva para os ônibus, pois a posição das paradas poderão ser mais bem estudadas. "Hoje os pontos de ônibus estão colocados onde há espaço. Não é possível posicioná-los segundo um estudo de demanda. Por isso vai melhorar o desempenho dos ônibus, mas é preciso que o corredor tenha área de ultrapassagem."
Os técnicos da São Paulo Transportes (SPTrans) ainda vão definir se haverá áreas de ultrapassagem. Uma das possibilidades é utilizar parte do canteiro central, que é largo - só não pode ser totalmente usado para esse fim porque há janelas de inspeção de córregos em determinados trechos.
Repercussão. Os motoristas que enfrentam diariamente os congestionamentos na Berrini temem que a situação piore com a perda de uma faixa de tráfego. "Com certeza vai melhorar a organização sem os ônibus do lado direito, o que vai dar uma agilidade maior para as outras duas faixas. Só tem de ver se não é muito carro para só duas faixas", diz o administrador de empresas Fábio Mendes, de 29 anos.
Por sua vez, os passageiros dos ônibus se empolgaram com a faixa exclusiva. "No horário de pico perco uns 40 minutos desde a Juscelino (Avenida Juscelino Kubitschek) até o meu trabalho, na Rua Guararapes. Em grande parte é por causa das filas de ônibus e carros", diz a publicitária Paula Baiadori, de 21 anos.
Rede de coletivos
10corredores exclusivos de ônibus - nos quais os demais veículos não podem trafegar - existem atualmente na capital paulista
10corredores exclusivos de ônibus - nos quais os demais veículos não podem trafegar - existem atualmente na capital paulista
4projetos de novos corredores foram anunciados neste ano: Radial Leste, Estrada de Itapecerica, Casa Verde e Berrini
66quilômetros de novos corredores é a promessa da gestão Gilberto Kassab (DEM) até 2012. Os quatro projetos anunciados até agora somam cerca de 40 km
Fonte: Estadão
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