A explosão da frota de Belo Horizonte na última década – o número de veículos saltou de 655 mil, em 2000, para quase 1,3 milhão, em 2010 – levou o trânsito da cidade planejada pelo engenheiro Aarão Reis (1853/1936) a recuar ao tempo das carroças. Levantamento da BHTrans em importantes corredores mostra que a velocidade média, no horário de pico da manhã, é um grande teste de paciência para motoristas e passageiros. O resultado são longas filas de congestionamentos, cruzamentos fechados, buzinaços e, claro, tempo – muito tempo mesmo – perdido a caminho do trabalho ou da escola.
A empresa municipal levantou o vaivém de carros em 17 vias. O maior martírio é enfrentado pelos que trafegam na estreita Rua Niquelina, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste, onde a velocidade média é de 13,42 km/h. A situação é crítica até mesmo em pistas construídas para evacuar o trânsito rapidamente, como na Via Expressa, que corta bairros da Região Oeste e Noroeste, com média de 24,5 km/h. A planilha da BHTrans foi elaborada em 2009 e leva em conta apenas a circulação de automóveis.
A empresa municipal levantou o vaivém de carros em 17 vias. O maior martírio é enfrentado pelos que trafegam na estreita Rua Niquelina, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste, onde a velocidade média é de 13,42 km/h. A situação é crítica até mesmo em pistas construídas para evacuar o trânsito rapidamente, como na Via Expressa, que corta bairros da Região Oeste e Noroeste, com média de 24,5 km/h. A planilha da BHTrans foi elaborada em 2009 e leva em conta apenas a circulação de automóveis.
“A velocidade média vem reduzindo ano a ano”, constatou o diretor de Planejamento da BHTrans, Célio Freitas. Ele atribui o resultado ao aumento estrondoso da frota, que cresce num ritmo bem mais acelerado que o da população. Hoje, há um veículo para cada 1,7 habitante da capital – enquanto a frota é de quase 1,3 milhão, a população soma 2.258.096 pessoas, segundo dados preliminares do Censo 2010, divulgados neste mês pelo IBGE. Em 2000, a relação era de um carro para cada 3,4 habitantes.
No entanto, a quantidade de veículos emplacados na cidade não é a única responsável pelo caos. A rápida verticalização do município em áreas cujo sistema viário é deficiente contribui para as retenções. É o caso dos bairros Santo Antônio, na Região Centro-Sul, e Buritis, na Oeste, onde sair de casa é um tormento na parte da manhã. A morosidade do poder público em desengavetar projetos viários prioritários, principalmente a expansão do metrô, pode, literalmente, parar o trânsito da cidade nos próximos anos.
O alerta vem do professor Ronaldo Gouvêa, do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG e ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). “A tendência, algum dia, é a do trânsito parar. Não se pode ir contra a lei da física: dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. É preciso mais investimentos em transporte público”, defende o especialista. A planilha da BHTrans serve como estudo importante para mostrar à União a importância de o projeto da expansão do metrô ser retirado com urgência da gaveta.
A construção dos ramais 2 (Barreiro/Área Hospitalar) e 3 (Pampulha/Savassi) do trem metropolitano é essencial para convencer motoristas a deixarem os carros na garagem. Mas a megaobra não sairá do papel tão cedo: a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que o projeto executivo da linha 2 ainda não foi concluído e o da 3 sequer tem data para começar. “Dizem que o metrô é caro, mas não fazem a conta de quanto a sociedade pagará, no futuro, com as horas perdidas nos congestionamentos”, alerta Gouvêa.
Fonte: Estado de Minas
No entanto, a quantidade de veículos emplacados na cidade não é a única responsável pelo caos. A rápida verticalização do município em áreas cujo sistema viário é deficiente contribui para as retenções. É o caso dos bairros Santo Antônio, na Região Centro-Sul, e Buritis, na Oeste, onde sair de casa é um tormento na parte da manhã. A morosidade do poder público em desengavetar projetos viários prioritários, principalmente a expansão do metrô, pode, literalmente, parar o trânsito da cidade nos próximos anos.
O alerta vem do professor Ronaldo Gouvêa, do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG e ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). “A tendência, algum dia, é a do trânsito parar. Não se pode ir contra a lei da física: dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo. É preciso mais investimentos em transporte público”, defende o especialista. A planilha da BHTrans serve como estudo importante para mostrar à União a importância de o projeto da expansão do metrô ser retirado com urgência da gaveta.
A construção dos ramais 2 (Barreiro/Área Hospitalar) e 3 (Pampulha/Savassi) do trem metropolitano é essencial para convencer motoristas a deixarem os carros na garagem. Mas a megaobra não sairá do papel tão cedo: a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que o projeto executivo da linha 2 ainda não foi concluído e o da 3 sequer tem data para começar. “Dizem que o metrô é caro, mas não fazem a conta de quanto a sociedade pagará, no futuro, com as horas perdidas nos congestionamentos”, alerta Gouvêa.
Fonte: Estado de Minas
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