Uma alternativa para reduzir o trânsito nas cidades com mais de 500 mil habitantes é a implantação do sistema BRT - Bus Rapis Transit, segundo a NTU - Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Segundo estudos da entidade, um ônibus substitui 50 carros ou 70 motos, o que aliviaria não apenas o trânsito, mas também as emissões de gases poluentes.
Para Marcos Bicalho dos Santos, diretor da NTU, "a implantação de sistemas BRT com serviços mais rápidos e de maior qualidade iria, sem dúvida, atrair usuários de carros e motos. Essa seria uma forma, relativamente rápida, de promover, com baixo custo, melhorias no trânsito e na qualidade do ar".
O problema, segundo a NTU, é que o Brasil oferece grandes facilidades para que a população compre carros ou motos, com isso há um grande incentivo para o uso do transporte individual. Com isso, 30% dos deslocamentos são feitos em veículos individuais, que ocupam 70% das ruas.
"Para que tenhamos uma solução adequada para o trânsito e o meio ambiente, principalmente, nos centros urbanos, é preciso estimular a população a usar o transporte coletivo. Paralelamente, é preciso oferecer melhores condições no transporte coletivo por ônibus, implantando os sistemas BRT", acredita Bicalho.
O sistema BRT implica em utilizar ônibus de alta capacidade, que proporcionam serviço rápido, confortável, eficiente e de alta qualidade, circulando em corredores exclusivos. Seria muito parecido com o metrô, mas a céu aberto e sobre pneus. Este sistema prevê tempo menor de parada e pagamentos de tarifas em estações.
As principais características do BRT são: corredores exclusivos para a circulação do transporte coletivo, embarques e desembarques rápidos, através de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos, sistema de pré-pagamento de tarifas nas estações, veículos de alta capacidade, modernos e com tecnologias mais limpas e transferências entre rotas sem incidência de custos.
Um corredor de BRT de 10 km leva, em média, de 24 a 36 meses para ser construído e tem o custo de R$ 100 milhões. O sistema está presente em mais de 80 cidades no mundo, entre elas, naquelas que sediaram a Copa da África do Sul e, no Brasil, em Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Goiânia (GO).
Para que haja a melhoria da qualidade do transporte urbano por ônibus nas capitais e nos municípios com mais de 500 mil habitantes é fundamental investir também na renovação da frota. Atualmente são 105 mil ônibus em operação no País.
"A criação de incentivos fiscais e linhas de crédito especiais são importantes para que as empresas de transporte público possam renovar suas frotas. Além disso, a construção de uma rede multimodal de transportes nas cidades, que incluam as linhas de ônibus convencionais, BRT, metrôs e trens, permitiriam otimizar o transporte coletivo urbano, reduzindo custos com a operação", complementou Bicalho.
Outro ponto que irá contribuir com a equação da mobilidade urbana x poluição são as novas tecnologias a serem implantadas nos ônibus, inclusive nos modelos que circularão nos BRTs. Uma delas são os motores padrão Euro V, que atenderão a fase sete do Proconve (Programa de Controle da Poluição do ar por veículos automotores), e equiparão os ônibus que serão fabricados a partir de 2012. Esses veículos serão equipados com catalisadores de descarga e funcionarão com o diesel S10 - que é um combustível mais limpo, pois concentra somente 10 partículas por milhão de enxofre.
Fonte: Autoinforme
1 comentários:
O VLT também é alternativa viável para municípios com mais de 500 mil habitantes. O texto poderia trabalhar a ideia de que no Brasil existe um lobby das empresas de ônibus para o uso de sistemas de ônibus (BRT). Porém o BRT hoje é alternativa real no país, uma vez que é o sistema mais rápido para se construir. A Copa é nossa, mas o transporte público não!
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