O Centro de Fortaleza, as ruas e as avenidas que dão acesso aquela área pararam totalmente ontem à tarde. O caos foi resultado da estratégia utilizada por motoristas, cobradores e fiscais do transporte público que entraram em greve por tempo indeterminado. Desta vez a ação adotada pelo movimento foi diferente da greve anterior em que paravam os terminais. Antes, o que estava concentrado em locais estratégicos como garagens, chegou até mesmo às ruas e calçadas das residências.
Aguanambi, Domingos Olímpio, Tristão Gonçalves, General Sampaio, Carapinima, 13 de Maio, da Universidade e João Pessoa foram as principais avenidas que tiveram fluxos de veículos interrompidos.
Até quem não utiliza o transporte público acompanhou o desespero de milhares de pessoas que tentavam chegar aos seus destinos. Elas eram obrigadas a descer dos ônibus por orientação dos fiscais do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), que temiam a violência provocada pelos manifestantes. O problema é que os grevistas abordavam os ônibus, secavam os pneus e, aos poucos, as ruas estavam bloqueadas.
O trânsito virou um caos. Ao tentar furar o congestionamento instalado, motoristas de carros particulares e motociclistas invadiam as calçadas e assustavam os milhares de pedestres que transitavam, em sentido duplo, as avenidas e ruas. Idosos e até crianças tiveram que caminhar longas distâncias. Das 16 até as 20horas, um congestionamento de aproximadamente seis quilômetros se formou entre os bairros Porangabussu e Centro.
Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania de Fortaleza (AMC) tentavam controlar alguns trechos caóticos, como a Avenida Domingos Olímpio, onde um ônibus ficou atravessado no cruzamento com a Tristão Gonçalves. No entanto, o esforço não foi suficiente para conter o movimento. Tanto que, o Batalhão de Choque foi acionado para dar reforço. Helicópteros da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciopaer) sobrevoaram a área central no horário de pico.
Nos locais em que a AMC não conseguiu chegar, motoristas de ônibus que não aderiram à greve foram obrigados a abandonar seus carros por conta dos bloqueios provocados.Iniciada ao meio-dia em avenidas de grande fluxo como José Bastos, Leste-Oeste, Bezerra de Menezes, Dedé Brasil, Santos Dumont e com reflexos nos terminais, a segunda greve instaurada em 50 dias, chegou ao seu ápice.
A segurança foi reforçada em cada terminal. Na Parangaba, por exemplo, 40 agentes do pelotão especial da Guarda Municipal montaram vigilância desde as primeiras horas da manhã. Uma viatura da PM circulava de meia em meia hora com a ajuda de motopatrulheiros. O Sindiônibus também disponibilizou um carro-socorro para a reposição de pneus e uma equipe de mecânicos.
As empresas fizeram o mesmo, no entanto, os mecânicos não conseguiram suprir a demanda. Para se ter uma ideia, somente na Domingos Olímpio, entre a Avenida de Universidade e a Imperador, 50 ônibus tiveram os pneus esvaziados.
Fonte: Diário do Nordeste
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