O início da operação do trem-bala terá efeito reduzido sobre o fluxo de passageiros do aeroporto de Congonhas (SP) e sobre os trechos mais congestionados da Dutra tanto na capital paulista como no Rio de Janeiro.
É o que mostra uma comparação da Folha dos estudos de viabilidade do projeto com os fluxos de transporte desses dois sistemas. O argumento de que o trem ajudaria a descongestionar o aeroporto e a estrada, já próximos da saturação, tem sido usado por integrantes do governo para defender o projeto.
No caso de Congonhas, a redução de passageiros projetada equivaleria a só 8,8% dos que utilizam o aeroporto por ano.
Já para a Dutra, o fluxo de veículos/dia cairia 6,6%, no máximo, no trecho mais engarrafado de São Paulo. No Rio, seria 3,6% menor.
Ouça comentários do repórter sobre o trem-bala
Só há redução significativa no fluxo de passageiros entre Campinas e São Paulo, que poderia perder até 8,7 mil veículos/dia (cerca de 30% do fluxo em Campinas).
A empresa Halcrow fez o estudo de viabilidade econômica do projeto. Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a pesquisa tem metodologia científica comprovada internacionalmente e o número de passageiros calculados foi obtido em pesquisas de opinião feitas com os usuários.
A agência informou que não comentaria os números.
Em 2008, a Halcrow projetou que, se o trem-bala estivesse em operação naquele ano, teria 4,4 milhões de passageiros/ano no trecho SP-RJ, 7,3 milhões no SP-Campinas e 4,9 milhões no SP-São José dos Campos-SP.
Os passageiros retirados desses principais trechos reduziriam fluxo de carro, ônibus e avião.
No caso dos aviões, foi projetada uma perda de 2 milhões de passageiros entre SP-RJ. Considerando 1 milhão em cada cidade, Congonhas ficaria com menos 8,8% dos 13,7 milhões dos usuários de 2008.
O percentual pode ser ainda pior porque naquele ano foi baixo o número de passageiros, após as restrições de uso impostas após o acidente com o avião da TAM, em 2007. Em 2006 foram 18,5 milhões de usuários.
"Ainda que 1 milhão possa parecer significativo, rapidamente seria absorvido pelo crescimento da aviação civil, que é de 30% ao ano", afirmou Pedro Azambuja, do Sindicato Nacional das Empresas Aeroportuárias.
Na Dutra, a média de veículos por trecho na chegada a São Paulo é de 124,2 mil ao dia. Considerando o estudo, no máximo 1.200 carros e ônibus deixariam de usar a via ao dia para fazer todo o trecho. Outros 7.100 de São José deixariam de usar a Dutra para ir à capital.
"É o fluxo de veículos das cidades do entorno que engarrafa, e o trem-bala não tira isso. Dos 900 mil veículos ao dia da Dutra, menos de 10% usam toda a via", afirmou Eduardo Rebuzzi, da Federação dos Transportadores de Carga do Rio de Janeiro.
Obra prioritária para o governo, o trem é orçado em R$ 33 bilhões -60% seriam financiados pelo BNDES. Estima-se que o custo real chegue a R$ 50 bilhões.
É o que mostra uma comparação da Folha dos estudos de viabilidade do projeto com os fluxos de transporte desses dois sistemas. O argumento de que o trem ajudaria a descongestionar o aeroporto e a estrada, já próximos da saturação, tem sido usado por integrantes do governo para defender o projeto.
No caso de Congonhas, a redução de passageiros projetada equivaleria a só 8,8% dos que utilizam o aeroporto por ano.
Já para a Dutra, o fluxo de veículos/dia cairia 6,6%, no máximo, no trecho mais engarrafado de São Paulo. No Rio, seria 3,6% menor.
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Só há redução significativa no fluxo de passageiros entre Campinas e São Paulo, que poderia perder até 8,7 mil veículos/dia (cerca de 30% do fluxo em Campinas).
A empresa Halcrow fez o estudo de viabilidade econômica do projeto. Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a pesquisa tem metodologia científica comprovada internacionalmente e o número de passageiros calculados foi obtido em pesquisas de opinião feitas com os usuários.
A agência informou que não comentaria os números.
Em 2008, a Halcrow projetou que, se o trem-bala estivesse em operação naquele ano, teria 4,4 milhões de passageiros/ano no trecho SP-RJ, 7,3 milhões no SP-Campinas e 4,9 milhões no SP-São José dos Campos-SP.
Os passageiros retirados desses principais trechos reduziriam fluxo de carro, ônibus e avião.
No caso dos aviões, foi projetada uma perda de 2 milhões de passageiros entre SP-RJ. Considerando 1 milhão em cada cidade, Congonhas ficaria com menos 8,8% dos 13,7 milhões dos usuários de 2008.
O percentual pode ser ainda pior porque naquele ano foi baixo o número de passageiros, após as restrições de uso impostas após o acidente com o avião da TAM, em 2007. Em 2006 foram 18,5 milhões de usuários.
"Ainda que 1 milhão possa parecer significativo, rapidamente seria absorvido pelo crescimento da aviação civil, que é de 30% ao ano", afirmou Pedro Azambuja, do Sindicato Nacional das Empresas Aeroportuárias.
Na Dutra, a média de veículos por trecho na chegada a São Paulo é de 124,2 mil ao dia. Considerando o estudo, no máximo 1.200 carros e ônibus deixariam de usar a via ao dia para fazer todo o trecho. Outros 7.100 de São José deixariam de usar a Dutra para ir à capital.
"É o fluxo de veículos das cidades do entorno que engarrafa, e o trem-bala não tira isso. Dos 900 mil veículos ao dia da Dutra, menos de 10% usam toda a via", afirmou Eduardo Rebuzzi, da Federação dos Transportadores de Carga do Rio de Janeiro.
Obra prioritária para o governo, o trem é orçado em R$ 33 bilhões -60% seriam financiados pelo BNDES. Estima-se que o custo real chegue a R$ 50 bilhões.
Detalhe do Projeto
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Fonte: Folha online
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