O Corredor Metropolitano Diadema Săo Paulo (antigo Diadema-Brooklin), uma das obras mais antigas e inacabadas pelo Estado, pode começar a funcionar no fim de julho. Foram mais de 20 anos de espera. O corredor de ônibus que liga Diadema a Zona Sul de Săo Paulo é intervençăo mais antiga que o Rodoanel Mário Covas.
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informou que as obras terminam em meados do męs que vem. Em fase final, estăo sendo instalados os 36 pontos de paradas e estaçőes de transferęncia. Um dos pontos quase concluídos fica próximo ŕ divisa entre a Capital e Diadema, no Jardim Miriam. O investimento ultrapassa R$ 24 milhőes.
O corredor começou a ser construído em 1986 e năo prevę desapropriaçőes. Sinalização vertical e horizontal estăo sendo colocadas na faixa viária. Até o final do próximo mês, os semáforos já devem entrar em funcionamento. A expectativa do superintendente da empresa, José Jacques Namur Yazbek, é de que năo haja atraso nos trabalhos. "Vamos conseguir cumprir a planilha de obras. Assim, cabe apenas ao governo anunciar oficialmente a inauguraçăo", disse Yazbek.
Ônibus a diesel vão atender mais de 70 mil passageiros por dia. A tarifa que o usuário deve pagar ao embarcar em um ponto de Diadema, por exemplo, é de R$ 2,60. A promessa é de agilidade no trajeto, já que os veículos văo trafegar por faixa preferencial. As empresas que vão operar o sistema são a própria EMTU e a SPTrans.
Na estação Morumbi, haverá integração com a linha 9-Esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Futuramente, outra interligação será estendida: quando concluída, a estação Campo Belo vai permitir o acesso integrado com o Metrô (linha 5- Lilás). O usuário que precisar acessar a linha de trem pode pagar uma taxa de R$ 5 ao embarcar nos ônibus do corredor. É um desconto de R$ 0,30 sobre a passagem.
O ex-governador José Serra (PSDB) havia prometido em 2008, durante solenidade na Cidade Ademar, divisa com Diadema, que os veículos do corredor seriam elétricos. Contudo, o superintendente da EMTU afirmou que trata-se de um projeto. "Primeiro vamos iniciar as viagens com veículos a diesel. Mas o Estado tem planos para instalar o sistema elétrico", afirmou Yazbek. Além das intervençőes ao longo do trecho, nas próximas semanas a EMTU deve tratar dos carros estacionados no corredor, em Diadema.
Os motoristas se acostumaram com o espaço aberto, transformado em estacionamento gratuito. Lojistas também colocam carros novos e semi-novos à exposiçăo na via inacabada. "Em breve vamos instalar sinalizaçăo indicando que o local é faixa exclusiva. Se for necessário, vamos contatar os empreendedores que transgredirem as normas", pontuou o superintendente.
Surpresa - Por causa da demora na entrega do corredor, muitos passageiros se esqueceram da finalidade da via exclusiva. Mas a rapidez nas viagens atrai a atenção dos usuários. "Tenho de pegar todos os dias ônibus para a Zona Sul. Se realmente for diminuir o tempo de viagem, vou economizar tempo", disse o motorista Marcos Martiliano, morador de Diadema. O técnico em eletrônica Luiz Carlos Silva se preocupa com a integraçăo com Metrô e CPTM. "Tenho de vir para Diadema várias vezes por semana", disse.
O ponto de parada que está sendo construído no Jardim Miriam deve atender a uma demanda de passageiros residentes do Condomínio Residencial Cupecę, com mais de 5 mil moradores. O sub-síndico Durval Marques dos Santos disse que a maioria dos moradores utiliza as linhas de ônibus da avenida Cupecę, por onde corta o corredor: "Vai facilitar nossa vida".”Para o professor da FEI e especialista em trânsito, Creso de Franco Peixoto, o corredor exclusivo de coletivos pode melhorar o tráfego da Regiăo Metropolitana. Mas ressalva que a solução mais viável é a instalaçăo de VLTs (veículos leves sobre trilhos). "É um sistema com resultados muitos positivos na Europa. Mas năo basta. É preciso que o Estado integre todo o transporte público", salientou.
Fonte: Renan Fonseca - Jornal ABCD Maior
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