O edital para escolha do novo sistema de transporte coletivo urbano vem sendo elaborado em Cuiabá. A pergunta que se faz é sobre o melhor modelo para a Capital que, conurbada com Várzea Grande, soma 750 mil habitantes. A expectativa da administração municipal é que, com a proximidade da Copa de 2014, o município regulamente o serviço para ônibus, micro-ônibus e ônibus sanfonados.
Para se chegar ao ideal, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rômulo Dante Orrico Filho, entende que é preciso utilizar as formas de transportes disponíveis, sejam veículo leve sobre trilhos (VLT), metrô ou ônibus de trânsito rápido (BRT), de maneira inteligente. “Tão importante quanto a escolha do modelo é a inserção humana. Todos eles podem ser úteis, mas tem que se discutir as vantagens e ter um projeto de cidade”, frisou.
Subsecretário do Rio de Janeiro, Rômulo Filho e uma equipe de especialistas em engenharia de transporte estão na Capital para orientar técnicos da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTU) na elaboração do edital. Perguntado se o modelo mais adequado para a Capital é o BRT, como está previsto o Mundial de 2014, o professor disse que o transporte público é a conjugação de três fatores, um deles ligado à produção das atividades para as quais ele vai servir. “Tem que se estudar um serviço de transporte e oferta viária pensando nas atividades que as pessoas têm que fazer.
O sistema tem como base uma rede estrutural, que interliga os polos geradores da cidade”. Ele lembrou ainda que as cidades se tornaram multipolares e que é preciso repensar essas redes para atender ou acompanhar esse crescimento. Mas também é preciso pensar nos custos. “Justificam-se serviços de alta capacidade se existem corredores de intenso uso e se há um densamento (populacional)”, frisou. Professora da Universidade de Brasília (UnB), Yaeko Yamashita, chamou a atenção para a questão da estrutura urbana. “O transporte é um dos elementos da infraestrutura para que se possa sediar uma Copa.
É preciso pensar num projeto de cidade em que se permita fazer investimento desde estradas, transportes à saúde, turismo, lazer, rede de hotelaria, segurança”, citou. A equipe também chamou atenção para a localização geográfica da cidade, considerada Centro Geodésico da América, e para importância do centro histórico. “O sistema para se sustentar precisa ter gente, depende de planejamento e achar que é meramente transporte ou tecnologia o impacto (negativo) vai ser grande”, disse.
Atualmente, somente na Capital três empresas operam no sistema convencional com 407 ônibus, além de 24 do alternativo, com 82 micro-ônibus. A média de usuários é de 260 mil ao dia. O modelo do edital para o setor deve ser concluído em 60 dias.
Fonte: Diário de Cuiabá
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