O arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, defendeu, em Campinas, o que chamou de metronização do ônibus, ou seja, dar ao ônibus a mesma performance do metrô. “O futuro está na superfície, porque não há mais condições de aplicar tanto dinheiro em metrô”, disse o ex-governador do Paraná e primeiro a implantar um sistema de BRT no País.
Ele alertou, no entanto, que, sem a concepção correta da cidade, não adiantará aumentar a frota.Curitiba fez sucesso com seu sistema de transporte porque planejou, disse Lerner. Não apenas linhas de ônibus e corredores, mas especialmente porque utilizou o transporte como indutor de desenvolvimento. Nos anos 70, integrou o transporte ao uso do solo.
A opção foi por implantar um desenvolvimento radial a partir do Centro, por corredores de transportes. As indústrias que ficavam no entorno do Centro foram levadas para a região oeste, no Distrito Industrial, e um novo zoneamento foi estabelecido ao longo dos corredores, priorizando o uso residencial e serviços.
Assim, Curitiba tem hoje 72 quilômetros de corredores. Junto com isso, foi criado um sistema trinário de transporte, ou seja, um conjunto de três vias de 100 a 200 metros entre elas, sendo uma via rápida para o centro, uma via em sentido único para os bairros e, no centro, uma pista com três vias, formada por uma canaleta exclusiva e duas vias de acesso local.
Para atender a demanda, a cidade se estruturou de tal forma que hoje tem nove ônibus operando na linha circular, 50 convencionais, 385 atuando nas linhas troncos, 24 articulados, 162 biarticulados, além de articulados interbairros e linhas diretas.
O BRT de Curitiba nasceu, segundo Lerner, porque a cidade não tinha dinheiro para implantar metrô, problema da maioria das grandes cidades. A utilização de ônibus em corredores exclusivos, embarques e desembarques rápidos por meio de plataformas elevadas no mesmo nível dos veículos e o sistema de pré-pagamento da tarifa deram agilidade ao sistema. (MTC/AAN)
Fonte: PUC Campinas
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