Um impasse entre os Sindicatos dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (STTR) Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Amazonas (Sinetram) pode prejudicar os usuários do transporte coletivo por mais 15 dias. Na tarde de ontem, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), tentou em vão, selar um acordo entre as entidades.
No início da greve, na última sexta-feira, dia 30, o Poder Público revelou que a manifestação dos rodoviários tinha cunho político e não iria interferir na situação, que envolvia apenas empregador e empregado. Na tarde de ontem a Prefeitura voltou atrás e ‘pediu ajuda’ a Federação das Cooperativas do Tranporte Executivo do Estado do Amazonas (Fecotram), que a partir de hoje coloca 52 veículos a mais nas ruas.
Durante audiência realizada às 16h de ontem na sede do TRT do bairro Praça 14, Zona Sul, a desembargadora Luiza Maria Falabela Veiga, apresentou uma proposta de um reajuste salarial para categoria dos rodoviário em 5%, mas a decisão não foi aceita pelo Sinetram. “Estamos trabalhando no limite da cota.
Ano passado houve reajuste de salários e diminuição da passagem. Se aceitarmos esse acordo é melhor devolver os coletivos para financeiras. Essa proposta é como um coberto pequeno, se pudar de para um lado, descobre do outro”, comentou. A categoria dos rodoviários pleiteia o reajuste salarial de 10%, mais participação nos lucros e resultados, a inclusão de plano odontológico, o aumento no valor da cesta básica e ticket refeição saindo dos atuais R$ 286,00 para R$ 390,00, além da redução da jornada de trabalho de 7h20 para 6h. Atualmente, o motorista recebe R$ 1.449,00, e o cobrador R$ 724,00.Passado quatro dias de paralisação, o único acordo que está sendo cumprido é da cota de funcionamento do transporte.
A determinação da Justiça é que nos horários de pico, entre 5h e 9h da manhã e entre 16h e 19h, cerca de 60% da frota esteja rodando, após esse horário, apenas 40% dos carros estará nas ruas.A desembargadora Luiza Falabela, acredita que a categoria dos servidores está correta em reivindicar melhorias salariais, mas acredita que a paralisação dos serviços já se tornou desnecessária. “ No meu entendimento esse greve já perdeu o sentido. Tenho certeza de que o Poder Executivo vai buscar a melhor proposta para todos”, disse.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Josildo Oliveira, informou que a categoria não irá ceder e a previsão é que o transporte coletivo fique paraliado ainda por 15 dias.Na audiência de ontem ficou decidido apenas, que na próxima segunda-feira, dia 10, às 9h, uma nova audiência de instrução de julgamento será realizada no TRT, mas o advogado do sindicato, Ricardo Lemos, informou que nenhum acordo deverá ser fechado neste novo encontro. Enquanto nenhum dos lados decide ceder, a população enfrenta a falta de ônibus nas paradas.
Manaus tem melhor salário para motoristas
Manaus é, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, a capital brasileira que paga melhor aos motoristas do transporte coletivo, com salário nominal de 1.449,59, para uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Os dados da categoria constam no site com última atualização em 2 de março de 2010.
Manaus é, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, a capital brasileira que paga melhor aos motoristas do transporte coletivo, com salário nominal de 1.449,59, para uma jornada de trabalho de 44 horas semanais. Os dados da categoria constam no site com última atualização em 2 de março de 2010.
Atrás de Manaus, estão Porto Alegre e São Paulo, com vencimentos de R$ 1.433,99 e R$ 1.416,76, respectivamente. A diferença é que Porto Alegre possui jornada de 43h semanais e São Paulo de 42h e nas duas localidades os motoristas recebem o tíquete alimentação. Segundo a entidade, as informações foram prestadas por sindicatos e entidades regionais.
Já no caso dos cobradores, o salário nominal destes trabalhadores em Manaus é de 724,72, perdendo para Porto Alegre (R$ 861,52) São Paulo (R$ 817,61), Cuiabá (R$ 795) Florianópolis (R$ 782,19) e ainda Campo Grande (R$ 737,80).
Fonte: Em Tempo
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