Se chove, Antônio Aquino carrega um guarda-chuva. Se faz sol, uma garrafinha de água. Os apetrechos ficam guardados na bicicleta velha de guerra, que o transporta nos 20 minutos que separam o terminal urbano de Pirabeiraba da casa onde o pedreiro mora, na Estrada Mildau. Aquino costuma ir de bicicleta ao terminal e de lá pegar o ônibus para o Centro faz isso em torno de cinco vezes por semana.
Quando falta espaço no bicicletário do terminal, o homem de 62 anos amarra a bicicleta (popularmente conhecida como zica) nos postes ou a deixa cadeada e encostada num canto, à espera que ele volte. De manhã, é bem difícil encontrar vaga. Mas não deixo de usar bicicleta, conta.
A rotina de Aquino é um exemplo de mobilidade, apesar da dificuldade que ele encontra. Os hábitos de transporte que dispensam carros foram verificados no ano passado em Joinville pelo Instituto do Planejamento Urbano (Ippuj). O trajeto feito inicialmente de bicicleta e completado por ônibus tem muita força nas regiões do Vila Nova e Pirabeiraba, por exemplo.
A Fundação Ippuj quer estimular o costume joinvilense e tem um projeto amplo (mas sem fonte de recursos definida) para ampliar e melhorar os bicicletários dos terminais dos bairros.
O pacote com custo estimado de R$ 550 mil pretende criar mais 342 vagas em bicicletários nos terminais de ônibus de Joinville. Segundo o projeto, seriam instalados bicicletários nos terminais onde não há esse tipo de vaga (como o Norte e o Tupy).
Para driblar o espaço restrito, como ocorre no Tupy, o bicicletário seria o modelo vertical, em que as bicicletas são guardadas enclinadas. Outros seis terminais em bairros ganhariam mais vagas ou melhorias, como cobertura e câmeras de monitoramento. Isso mesmo: por segurança, o movimento nos bicicletários nos terminais seria acompanhado por fiscais da Prefeitura.
No ano passado, técnicos da fundação perceberam, em um levantamento informal, que a cidade precisa do dobro de vagas que as hoje disponíveis em bicicletários públicos. A necessidade foi calculada por meio da contagem do número de bicicletas amarradas em lugares alternativos, como postes e grades, na falta de paraciclos.
Ainda assim, falta saber de onde virá o dinheiro. A intenção é conseguir verba por meio de uma emenda parlamentar. Mas está tudo na fase inicial, de “conversas”. Os R$ 500 mil viriam por financiamento e seriam somados a R$ 50 mil de contrapartida da Prefeitura.
Ainda assim, falta saber de onde virá o dinheiro. A intenção é conseguir verba por meio de uma emenda parlamentar. Mas está tudo na fase inicial, de “conversas”. Os R$ 500 mil viriam por financiamento e seriam somados a R$ 50 mil de contrapartida da Prefeitura.
Segundo o diretor executivo do Ippuj, Vladimir Constante, a emenda parece mais fácil do que aprovar o projeto em programas estaduais em ano eleitoral, em que o calendário de investimentos fica mais curto. Ele também vê empecilhos em programas do governo federal.
Fonte: A Notícia
0 comentários:
Postar um comentário