Por determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Metrô/DF teve que funcionar parcialmente nesta terça-feira (16), tendo de operar com pelo menos 80% da capacidade no horário de pico do fim da tarde. Por causa da greve, deflagrada na segunda-feira (15), todo o serviço foi paralisado, o que acabou por prejudicar 160 mil passageiros.
A audiência com os metroviários, que teve início na tarde da última segunda e durou 11 horas, acabou sem acordo. Assim, a Justiça determinou que das 6h às 9h devem estar trabalhando 360 dos 600 funcionários do metrô, garantindo a operação de 12 trens. Depois, até as 16h, 30% da frota, ou seja, seis trens devem voltar a circular. Das 16h às 19h, a operação aumenta novamente para 80% da capacidade, 16 trens. A direção do Metrô/DF admite que a operação parcial ainda pode trazer dificuldades para os 160 mil passageiros.
Nessa segunda-feira (15), na volta pra casa, milhares de pessoas enfrentaram congestionamentos e ônibus lotados. Na Rodoviária do Plano Piloto (centro de Brasília), filas mais longas e a viagem de volta para casa também. “Nem imagino. Isso é o que mais cansa a gente”, reclama uma mulher. “O trabalhador brasileiro não merece isso que está acontecendo. Acho que o transporte público, além de estarmos pagando, deveria ser bem servido”, acrescenta o administrador Manoel Ferreira da Silva.
Cerca de 160 mil pessoas, que usam o metrô, tiveram que pensar em outro itinerário. O jeito foi se apertar dentro dos ônibus, em um teste de paciência. A frota foi reforçada com mais 300 coletivos, mas o número de carros particulares também aumentou. Segundo estimativa do Detran, 200 mil veículos a mais nas ruas, o que deixou o trânsito mais complicado.
Na via marginal da EPIA, em frente ao shopping, duas batidas em menos de meia hora. A primeira foi o engavetamento de três carros. Depois, a colisão entre um veículo e um ônibus. Os acidentes também causaram muita confusão na via marginal que passa em frente à parada de ônibus do shopping.
Na saída do Setor de Oficinas Sul, houve muita retenção e os motoristas tiveram que ter paciência. “Quando vou de metrô gasto 15 minutos para chegar em casa. Hoje já tem uma hora que estou na parada e até agora nada”, contou uma mulher. “Vou ter que ter muita paciência porque se eu não pegar esse agora, o próximo ônibus vai demorar muito”, disse um homem.
Negociações
Os metroviários fazem nova assembléia nesta terça-feira (16), a partir das 12h, na Praça do Relógio em Taguatinga, cidade próxima a Brasília. E às 14h, está marcada uma nova audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com a direção do Metrô/DF.
O governo propôs reajustar os salários de acordo com a inflação. Mas para o comando da greve, a proposta é insuficiente. “Houve a sinalização da criação da gratificação, de 13%, mas para iniciar em novembro. Então, por exemplo, tem coisas que eu creio que a categoria vai pesar. Porém, ainda está muito longe daquilo que tinha sido pedido”, fala o secretário da administração do SindMetrô, Carlos Alberto Cassiano Silva. As negociações envolvem 77 itens.
Os funcionários do metrô querem aumento salarial de 120%, adicional de periculosidade e risco de vida, abono e gratificação por operações, auxílios de creche e alimentação, redução na jornada de trabalho de quarenta para trinta horas semanais, rodízio de folga nos feriados e a convocação de cerca de 300 aprovados no último concurso.
Fonte: G1
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