Começou a funcionar hoje um projeto piloto para integração por cartão-transporte. A iniciativa será testada na linha Vila Velha-Buriti, possibilitando que passageiros desçam de um ônibus e possam entrar em uma estação-tubo sem pagar nova passagem. Os usuários da linha passarão a testar uma solução para uma demanda antiga do transporte coletivo da cidade. Para a integração há tolerância de uma hora. Esta linha não faz parte da Rede Integrada de Transportes (RIT) e quem a utiliza não tem outra saída senão desembolsar mais R$ 2,20.
Quem descrer da linha Vila Velha-Buriti poderá fazer a integração com os ligeirinhos Inter 2 e Fazendinha – Tamandaré. Só será possível fazer a integração com o cartão-transporte e não com dinheiro, já que o sistema que libera a conta do usuário é acionado somente pelo cartão, que é pessoal. Haverá um validador exclusivo nesses locais para a liberação.
A medida já é utilizada em São Paulo e é válida tanto para integração com o ônibus quanto com o metrô. Em Curitiba, o objetivo é integrar pessoas que estão fora da RIT porque no local não há infraestrutura de terminais, como no bairro do Pilarzinho. Dados da prefeitura mostram que 93% dos passageiros pegam linhas integradas. A grande maioria de 7% restantes pega linhas com destinos diretos, como a Ahú-Los Angeles, e não precisa de integração.
O objetivo é testar o funcionamento do programa. Na linha testada, os beneficiados são, em sua maior parte, estudantes do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade). Com o tempo, a prefeitura pensa levar a novidade para os 7% sem integração direta.
Fernando Guignone argumenta que a integração poderá ser estendida a pessoas que vão utilizar algum serviço público. Por exemplo, um usuário que necessite ir ao Posto de Saúde ou a uma Rua da Cidadania, ficaria isento de pagar a volta.
Para Carlos Hardt, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR, a integração por cartão seria favorável e poderia ser estendida a todos, mas é preciso ficar atento ao aumento dos custos. A medida reduz a arrecadação e pode pesar no bolso do usuário. “É preciso pensar a política de transportes de uma forma geral”, defende. “Elas não dizem respeito só ao deslocamento e sim à administração da cidade.”
Fonte: Gazeta do Povo
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