“Antigamente o percurso das linhas era bem mais tranquilo; hoje em dia a gente já fica com medo quando um suspeito entra no ônibus”, comenta Jackson Rios, cobrador há 18 anos e vítima de três assaltos. “Eles entram nos ônibus como se fossem passageiros e acompanham o trajeto para depois anunciar o assalto; muitos param o ônibus e assaltam à noite, mas outros agem durante o dia mesmo.
”Segundo o cobrador, no momento do assalto o choque é grande e ninguém esboça reação. “Depois do susto a única coisa que passa pela cabeça é agradecer a Deus por não ter perdido a vida”, disse. Ele conta que geralmente os bandidos roubam até os passageiros e que muitos colegas seus sentem medo de trabalhar por causa do risco de morrer nos assaltos.
Antigamente, o dinheiro do caixa roubado tinha que ser pago pelos cobradores em duas parcelas, descontadas do salário, mas agora basta comprovar o roubo. Algumas empresas de ônibus instalaram câmeras para inibir a ação dos bandidos, mas nem todos os veículos possuem o monitoramento. “De alguma maneira câmeras são algumas medidas de segurança, mas, na minha opinião, também seria necessário reforçar o policiamento em pontos de mais riscos”, opina Jackson.
Segundo o delegado de Repreensão a Roubo (DRR), Felipe Maciel, é difícil prevenir assaltos. “Como os coletivos são de empresas particulares, não é o Estado que faz a instalação dessas câmeras. É possível apenas instalar câmeras em alguns pontos de ônibus de risco ou colocar policiais militares em algumas linhas”, sugere. “Geralmente, as empresas seguem uma conduta de prevenção, procuram traçar itinerário com melhor visibilidade, não circulam em alguns locais em determinados horários”, explica.
De acordo com o delegado, o maior número de assalto ocorre em Ceilândia, Itapoã, Santa Maria, Samambaia, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Gama e Taguatinga. “São cidades que têm o maior índice de criminalidade também. Esses assaltantes geralmente são oportunistas que agem em dupla ou sozinhos”, comenta o delegado.
Algumas estratégias para coibir a ação dos bandidos já foram pensadas pela Polícia Militar, como, por exemplo, revista nos coletivos e nos passageiros. “A PM realiza operações de ponto de bloqueio em locais de maior incidência durante a noite. Os ônibus são parados na blitz e é feita revista dos passageiros e abordagem de algum suspeito”, explicou a tenente-coronel Hilda Ferreira, chefe de Comunicação Social da PM.
Fonte: Tribuna do Brasil
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