Como em outras áreas, na de transporte e trânsito, também, o poder público no Recife coleciona promessas, e a maior delas sempre foi a de tornar menos caótica a circulação de veículos na região central da cidade. A prefeitura, na verdade, nunca conseguiu nem mesmo evitar o agigantamento do problema a ponto de fazer a procura por uma vaga em certos trechos, sobretudo com a chegada de dezembro, tarefa para motorista que precisa ser reavaliado urgentemente por um psicólogo. O mundo inteiro enxerga que a saída para transformar o centro das grandes cidades em área aprazível e atraente é oferecer transporte público de qualidade e associado a modais indispensáveis para um deslocamento rápido e seguro.
No entanto, não havendo infraestrutura adequada e investimentos em metrôs e ciclovias, o que sobram são ônibus desconfortáveis, táxis e automóveis disputando um espaço estrangulado por natureza e pela falta de visão e/ou determinação política. Deixando de fazer o que o futuro cobra sem cansaço, o Recife então folheia olivro das velhas fórmulas na tentativa apenas de empurrar o pior para depois e o pior é um colapso, fácil de ser imaginado a partir do movimento de fim de ano.
Se a requalificação da Avenida Conde da Boa Vista foi um tiro que saiu pela culatra, de pouco ou nada adianta, por exemplo, a prefeitura se debater para, enfim, apresentar projetos de construção de edifícios-garagem. Todos os bons (e sérios) especialistas em trânsito sabem que eles não resolvem, são apenas parte do repertório de desculpas crônicas usadas com o propósito de deixar para depois medidas que já deveriam ter sido tomadas há pelo menos 20 anos. Por falta de aviso e de diagnóstico é que não foi.
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