Aparentemente, a “1ª Greve Geral dos Passageiros do Transporte Coletivo Urbano de Cuiabá” contra a tarifa de R$ 2,30 não teve a adesão esperada. Ontem pela manhã, o fluxo de usuários dentro dos coletivos e nos pontos de ônibus era normal. Mas isso não significa que a população concorda com o valor, que pulou dos R$ 2,05 para R$ 2,30 no dia 12 de julho passado, quando foi derrubada a liminar que, desde dezembro de 2008, impedia a prefeitura de Cuiabá de aumentar o preço da passagem. “Não tem o que discutir. É caro demais. Mas, em Cuiabá não tem outra opção se você não tem carro. A gente não tem metrô e com o salário que a gente ganha não compensa pegar táxi”, lamentou o pedagogo, Fabio Lira Gomes, 28 anos. A opinião também é compartilhada pela dona-de-casa Leonici Barbosa. “Não sabia do movimento, mas não tinha como deixar de vir para o Centro. Tenho uma consulta marcada e, como meu marido não pode me levar, tenho que pegar o ônibus”, comentou. “Mas o valor é muito alto. Imagina quem precisa pagar quatro passagens para trabalhar”, acrescentou. Leonici Barbosa aproveitou para reclamar dos atrasos constantes e da demora dos coletivos que atendem o bairro onde mora, o Parque Atalaia. “Demora até meia hora”, afirmou. Quem também não estava satisfeita era a usuária Terezinha Maria dos Santos, 63 anos, que abordou a reportagem no ponto próximo ao Ganha Tempo, na avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), para reclamar da falta de respeito por parte do motorista do coletivo que ela havia acabado de descer. “Ele falou que os velhos estão tomando conta dos ônibus. Eu quis falar alguma coisa para ele, mas fiquei nervosa, tremendo. Imagina se fosse uma pessoa com problema de coração”, disse. Terezinha dos Santos não soube informar a linha ou o número do veiculo em que estava. O movimento que pretendia mobilizar os usuários não tem “pai”. Há alguns dias, cartazes foram fixados nas principais e mais movimentadas paradas pedindo à população para que deixasse de utilizar o transporte coletivo durante o dia de ontem. “1ª Greve Geral dos Passageiros do Transporte Urbano de Cuiabá: contra R$ 2,30. Segurança e mais respeito aos usuários do transporte coletivo. Não use o ônibus neste dia 31 de julho”, pedia o cartaz.
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