Duas medidas para melhorar o trânsito na cidade de São Paulo foram anunciadas pela Prefeitura nas últimas semanas: a eliminação de 3.400 vagas de estacionamento na região da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul da capital, e a proibição da circulação de ônibus fretados em uma área de 70 km². A primeira entrou em vigor no dia 13 de julho, a segunda está prevista para o dia 27 próximo. Para especialistas, no entanto, elas só devem incentivar ainda mais o uso de automóveis.
Para o consultor de trânsito Horário Figueira, a eliminação valeria à pena se fosse criada uma faixa exclusiva para ônibus neste espaço. “Enquanto não é possível fazer o corredor, com faixas de ultrapassagem, faz-se uma faixa à esquerda, que em uma semana dá para ser implantada”, defende.
Segundo ele, há um consenso entre engenheiros de tráfego de que em vias onde passam mais de 30 ônibus por hora já é justificável a criação de faixas exclusivas. “Em avenidas como a 9 de Julho e a Paulista, onde há semáforos, passam cerca de 800 automóveis por hora. Se fossem só ônibus passariam cerca de 150. Considerando que cada um leva até 70 pessoas. A relação é que cada faixa de ônibus transporta 10 vezes mais que a de carro”, explica.
De acordo com o professor de engenharia de tráfego da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro “Transporte Público Urbano” (livraria do Cidadão), Antonio Clovis Ferraz, a eliminação de vagas na região da Berrini, a princípio, é uma "medida interessante" já que, com ela, há o ganho de cerca de dois metros de largura de cada lado. “E, sem as vagas, o trânsito também não fica prejudicado pelas manobras dos motoristas”, afirma.
Por outro lado, considera que a medida seria bem-vinda se o fluxo de veículos continuasse o mesmo e não aumentando a cada dia. Conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (DETRAN), de maio para junho de 2009 a cidade ganhou 24.455 carros, passando para uma frota de mais de 4.850.880 automóveis. No total, com ônibus, caminhão e moto, são 6.558.463 veículos na capital.
“Reduzindo o fluxo na Berrini, carros de outras vias congestionadas vão começar a passar por ela. Além de perder as vagas de estacionamento, não irá melhorar a fluidez”, afirma Ferraz.
“Reduzindo o fluxo na Berrini, carros de outras vias congestionadas vão começar a passar por ela. Além de perder as vagas de estacionamento, não irá melhorar a fluidez”, afirma Ferraz.
"A relação é que cada faixa de ônibus transporta 10 vezes mais que a de carro''
Para o consultor de trânsito Horário Figueira, a eliminação valeria à pena se fosse criada uma faixa exclusiva para ônibus neste espaço. “Enquanto não é possível fazer o corredor, com faixas de ultrapassagem, faz-se uma faixa à esquerda, que em uma semana dá para ser implantada”, defende.
Segundo ele, há um consenso entre engenheiros de tráfego de que em vias onde passam mais de 30 ônibus por hora já é justificável a criação de faixas exclusivas. “Em avenidas como a 9 de Julho e a Paulista, onde há semáforos, passam cerca de 800 automóveis por hora. Se fossem só ônibus passariam cerca de 150. Considerando que cada um leva até 70 pessoas. A relação é que cada faixa de ônibus transporta 10 vezes mais que a de carro”, explica.
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