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Governo do DF faz intervenção nas empresas de ônibus do Grupo Amaral

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Um decreto publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (25/2) institui uma situação inédita na capital do país: a intervenção em parte do sistema de transporte público coletivo do Distrito Federal. A partir desta manhã, o governo do DF assumirá o controle, a administração e a operação das empresas Viva Brasília, Rápido Veneza e Rápido Brasília, integrantes do Grupo Amaral, do ex-senador Valmir Amaral (PTB-DF).

Para promover a medida, o governo preparou uma operação diretamente coordenada pelo governador Agnelo Queiroz (PT) e pelo vice Tadeu Filippelli (PMDB). Acompanhados por policiais, técnicos e analistas do DFTrans e técnicos da Secretaria de Transportes vão assumir a administração das empresas que transportam 100 mil passageiros por dia. São mais de 2,2 milhões por mês. A operação das linhas ficará a cargo da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), sob a supervisão do presidente da empresa pública, Carlos Alberto Koch, com o aproveitamento da frota, estrutura e pessoal das três permissionárias privadas. Cobradores e motoristas serão mantidos, mas o governo terá o controle do fluxo de caixa, da arrecadação e da parte administrativa.

Reequilíbrio
O mecanismo é denominado na Lei Orgânica do DF como “assunção” dos serviços. O objetivo do governo é o reequilíbrio para manter a operação e fazer valer as obrigações das três permissionárias que vêm sendo sistematicamente descumpridas há meses tornando-as campeãs em reclamações de passageiros de ônibus principalmente na saída Norte do DF. As empresas têm a concessão de linhas em Planaltina, Sobradinho, São Sebastião, Paranoá e Itapoã em ligação com o Plano Piloto. Para atender a necessidades diárias e manter o sistema em operação, o GDF abriu uma linha de crédito para custear despesas emergenciais, com um limite de R$ 15 milhões.

A avaliação do governo é de que pela rotina de atrasos, superlotação e uso de veículos com idade avançada provocando desconforto, riscos e prejuízos diários para quem precisa do transporte público, as empresas de Valmir Amaral podem provocar um colapso no sistema. Com a obrigação de manter pelo menos 350 ônibus em operação, as permissionárias têm se valido de menos de 200, muitos em condições precárias. O resultado é uma péssima qualidade dos serviços. “O governo não vai permitir que a população seja penalizada, ficando sem transporte diário. Agimos agora, de forma firme, com respaldo jurídico, para assegurar a operação das linhas que estavam sob a responsabilidade dessas empresas, da mesma forma que agimos no início do governo para retomar o controle da bilhetagem eletrônica”, afirmou o governador Agnelo Queiroz ao Correio.

Acordo descumprido
A decisão foi amadurecida nos últimos meses. Em julho do ano passado, o Grupo Amaral firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o DFTrans, intermediado pela 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O acordo foi totalmente descumprido. Por isso, segundo o vice-governador, o Executivo não teve outra opção a não ser assumir os serviços. “Essa decisão é fruto de mais de oito meses de trabalho. O governo adota tal medida para evitar o colapso. Busca a manutenção do sistema de transporte. Nossa meta é perseguir a melhoria da qualidade dos serviços para a população”, diz Filippelli.

Entre as cláusulas ignoradas, estão os compromissos de manter 300 ônibus nas ruas e fazer um aporte de investimentos de R$ 880 mil por mês. O DFTrans criou uma comissão de fiscalização para acompanhar o cumprimento do TAC, como foi determinado pelo Ministério Público. Esse trabalho detectou que apesar da palavra dada pelo Grupo Amaral, as falhas persistem.

A "assunção" dos serviços é a primeira na história do DF, mas já ocorreu em municípios do Rio de Janeiro e São Paulo. Técnicos da Secretaria de Transportes estudaram experiências, como a ocorrida em Petropólis (RJ) recentemente. Nos últimos meses, houve um intenso trabalho de bastidores. Até mesmo representantes do Sindicato dos Rodoviários foram procurados com a promessa de que não haverá demissões. Pelo contrário, a medida poderá facilitar o pagamento dos empregados.

Irregularidades
Não há previsão de conclusão dos trabalhos do GDF no Grupo Amaral. Num segundo passo, a Secretaria de Transparência e Controle do DF deverá realizar auditorias para detectar eventuais irregularidades, fraudes e sabotagens. O trabalho foi discutido em reuniões sigilosas durante toda a semana passada. No sábado e domingo, os detalhes operacionais foram tratados pelos técnicos.

A decisão de assumir o controle das empresas foi analisada também pelo corpo jurídico do governo, segundo o qual há previsão na Lei Orgânica do DF para medida drástica, uma vez que cabe ao Poder Público fiscalizar a qualidade dos serviços de transporte coletivo e garantir que o sistema funcione sem risco de colapso. “Agiremos sempre, dentro da mais absoluta legalidade, para resguardar os direitos da população do Distrito Federal, em especial o direito ao transporte público de qualidade. É por isso que estamos licitando todo o sistema e fazendo mudanças profundas nessa área. Tiraremos o DF do último lugar, entre as 17 maiores cidades da América Latina, em qualidade de transporte público”, disse o governador.

A situação do Grupo Amaral, que já reuniu um conglomerado de empresas na área de transporte público, aéreo e concessionária de veículos, vem se deteriorando nos últimos anos. Uma disputa familiar dividiu o poderio de Valmir Amaral, suplente que exerceu o mandato no Senado durante sete anos, entre 2000 e 2007, com a cassação do titular, Luiz Estevão. Nos tempos de poder político e econômico, Amaral conseguiu em 1999 até mesmo indicar um funcionário de suas empresas como diretor do antigo DMTU (Departamento Metropolitano de Transportes Urbanos), hoje DFTrans, o órgão responsável pela fiscalização e controle do sistema de transporte público coletivo do DF. Com a licitação em curso que vai dividir o DF em cinco bacias, as empresas do Grupo Amaral ainda não conseguiram vencer nenhum trecho. Devem ficar fora da operação.

No ano passado, Amaral teve parte dos bens bloqueados pelo Tribunal de Justiça do DF em decorrência de uma briga pela dissolução societária de 11 empresas do Grupo. Entre os bens tornados indisponíveis estavam uma Ferrari Califórnia, um Porsche Panamera S, um helicóptero Eurocopter EC-120 Colibri, um Lamborghini Gallardo e um apartamento de 160 metros quadrados no Setor Sudoeste.

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Usuários de ônibus de Sorocaba pagam tarifa de R$ 1 aos domingos

Todos os domingos a passagem de ônibus para quem tem o cartão social custa R$ 1,00. A Urbes – Trânsito e Transportes lembra que a redução no valor da tarifa é possível graças ao programa "Domingão", lançado pela prefeitura em dezembro de 2007 e que concede o desconto na passagem aos domingos e feriados.

A Urbes destaca que aqueles usuários que ainda não têm o cartão Cidadão podem se beneficiar em qualquer tempo. É só retirar o cartão nas bilheterias dos terminais urbanos ou em qualquer unidade das Casas do Cidadão, onde é preciso apenas apresentar um documento de identidade e adquirir dois créditos.

O cartão Cidadão é de uso contínuo, ou seja, um único cartão pode ser usado por toda a família durante a mesma viagem. Os créditos são descontados no validador de acordo com o número de passagens pela catraca.

Os técnicos da Urbes orientam os usuários a consultar a tabela horária da sua linha. As consultas podem ser feitas pelo site da Urbes - Trânsito e Transportes e pelo telefone 118.

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Usuários reclamam das péssimas condições do metrô de Teresina

O metrô de Teresina, ampliado há dois anos, ainda guarda muitos problemas. As condições de funcionamento dos trens, falta de segurança e a demora na espera pelo transporte são as principais reclamações entre os usuários. Com a projeção inicial de transportar até 30 mil pessoas, o metrô não chega a atender nem 1/3 dos passageiros previstos na capital.

No terminal do bairro Dirceu, os usuários reclamam da estrutura do local. “Se está chovendo os bancos ficam todos molhados e durante o período seco é a poeira que nos incomoda. O pior é que não tem ninguém para limpar o terminal”, afirma Francisca Rufino de Moura.

Durante a viagem o G1 Piauí pôde constatar o desconforto dos passageiros e a temperatura elevada dentro dos vagões. Não há entrada para ventilação e o ar condicionado não funciona. Os usuários também denunciaram que as portas ficam abertas durante a viagem, fato flagrado pela reportagem.

A estação da Praça da Bandeira, no Centro, não tem acessibilidade, já que o elevador e a escada rolante não funcionam há muito tempo. A única forma é percorrer os 40 degraus.

No ano passado uma série de descarrilamentos resultou na interdição temporária do metrô em Teresina.

“A população sofre muito por conta das péssimas condições do Metrô. A gente vive de promessas, a Companhia Metropolitana de Teresina promete muito e não cumpre nada”, afirma um maquinista que não quis se identificar.

‏O funcionário denuncia ainda a falta de segurança nas estações. “Não tem iluminação. A pessoa que trabalha vendendo passagem fica exposto ao perigo de ser vítima de assaltantes, além de pessoas que de vez enquanto caem do metrô em movimento”, relata o maquinista.

Por Ellyo Teixeira
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Com estações fechadas, metrô opera sem problemas no RJ

O metrô do Rio de Janeiro não registrou problemas significativos no primeiro fim de semana após o fechamento das estações de General Osório e Cantagalo, na zona sul do Rio. Alguns usuários desavisados se mostraram surpresos ao encontrar as portas dessas estações fechadas. Muitos deles iam à praia e reclamaram do fato de ter que descer na estação Siqueira Campos, em Copacabana, para pegar um ônibus disponibilizado pela concessionária para ir até uma das estações que estão com o serviços paralisados.

Foi o caso do estudante André Marcondes, 20, que saiu de Del Castilho para ir à praia, no Posto 8, em Ipanema. Ele disse não ter tomado conhecimento da informação do fechamento das estações. "Sempre venho à praia de metrô, e tive essa surpresa hoje. É uma pequena complicação, acaba sendo chato, mas fazer o quê, né?", afirmou.

A duas estações foram fechadas ontem. A Cantagalo, em Copacabana, permanecerá sem operar por 15 dias. Já a estação General Osório, em Ipanema, ficará dez meses fechada. A paralisação desses serviços se deve às obras de interligação entre as linhas 1, que vai da Tijuca a Ipanema, e 4, que está sendo construída, e vai ligar a zona sul à Barra da Tijuca. Está sendo aberto um túnel de interligação entre as estações Cantagalo e General Osório.

A concessionária Metrô Rio informou que as linhas de ônibus que fazem a extensão para outros pontos do Rio, como Gávea e Barra, e que partiam da General Osório, vão sair da estação Siqueira Campos. 

Segundo o Metrô Rio, a Linha 4 vai transportar, a partir de 2016, pouco mais de 300 mil pessoas por dia, com uma estimativa de retirada de 2 mil veículos por hora das ruas. A Linha 4 terá seis estações dispostas por cerca de 16 quilômetros de extensão.

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Investimentos em mobilidade urbana para a Copa diminuem R$ 3 bilhões em um ano

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Os investimentos previstos em mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014 diminuíram R$ 3 bilhões em relação à previsão inicial da Matriz de Responsabilidades da Copa, documento que estabelece os compromissos da União, estados e municípios com ações referentes ao evento.

Na Matriz inicial, de 2010, R$ 11,9 bilhões estavam previstos para serem investidos em projetos de mobilidade urbana nas 12 cidades-sede do Mundial. De acordo com as últimas atualizações do Portal da Transparência, a previsão atual de investimentos caiu para R$ 8,9 bilhões.
Veículo Leve sobre Trilhos em Brasília estão entre as obras excluídas
A diminuição pode ser explicada tendo em vista que, apenas em 2012, seis grandes obras foram retiradas da Matriz de Responsabilidades. Estes empreendimentos estavam orçados em R$ 4,7 bilhões e equivaliam na época a 38% dos investimentos totais em mobilidade urbana – que eram de R$ 12,3 bilhões no início do ano passado. Os dados foram obtidos por meio de um levantamento no Portal da Copa.

Veja tabela das obras aqui.

A construção do Veículo Leve sobre Trilhos em Brasília, do monotrilho de São Paulo, do corredor exclusivo para ônibus em Salvador e do corredor metropolitano em Curitiba estão entre as obras excluídas da Matriz. Em Manaus, foram retiradas a construção do corredor exclusivo para ônibus e do monotrilho, tornando a cidade a única das sedes que não receberá obras em mobilidade urbana.

As obras de mobilidade urbana nas cidades que receberão os jogos da Copa e estão previstas na Matriz de Responsabilidades possuem linha de crédito especial da Caixa Econômica Federal. Como o documento prevê que apenas empreendimentos que ficarem prontos até o início do Mundial podem receber recursos da Caixa, a retirada pode ser vista como uma manobra dos governos estaduais para as obras não ficarem sem o financiamento da União. Sendo assim, os governos podem pedir outra linha de financiamento ao Ministério do Planejamento, como os recursos do PAC Mobilidade.

Embora outras sete ações tenham sido incluídas na Matriz em 2012, o valor previsto para a execução destas é bem menor do que o montante que as obras retiradas representariam nos investimentos em mobilidade urbana. Juntas, conforme mostrado na tabela acima, elas somam R$ 641 milhões ao orçamento.

As obras de mobilidade urbana, juntamente com os aeroportos, são consideradas os principais legados que serão deixados aos brasileiros após a realização do Mundial. Em relatório de dezembro, o Tribunal de Contas da União observou que há morosidade na elaboração dos projetos e na contratação por parte dos entes federados responsáveis pelos empreendimentos.

Principais obras em mobilidade urbana

Corredor Exclusivo de Ônibus - São espaços viários delimitados, destinados prioritariamente à circulação de transporte público urbano, com ônibus operando em faixas preferenciais no nível da superfície. O planejamento para a Copa do Mundo de 2014 prevê a implementação de vários corredores exclusivos de ônibus nas cidades-sede, com destaque para as cidades de Cuiabá, Natal e Porto Alegre.

BRT (Bus Rapid Transit) – Traduzido como Linha de Ônibus Rápida, o BRT é um transporte coletivo sobre pneus, rápido, flexível e de alto desempenho. O conceito evoluiu a partir dos corredores exclusivos para ônibus, como alternativa ao metrô.

Além de segregar o tráfego geral e impor medidas de prioridade na circulação, o que facilita o trânsito das pessoas, o BRT também proporciona redução dos tempos de embarque e desembarque de passageiros, por ser composto de veículos com grande número de portas e de plataformas niveladas ao piso do ônibus. Outras vantagens são o pagamento fora do veículo, as estações fechadas e seguras e os mapas de informação em tempo real. Serão implantados BRTs nas seguintes cidades-sede: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro.

Veículo Leve sobre Trilhos - O VLT é um trem urbano de passageiros, cujo tamanho permite que sua estrutura de trilhos seja construída no meio urbano existente. Embora possua menor capacidade para transportar passageiros e velocidade inferior a dos trens de metrô, o VLT produz menos poluição e menor intensidade de ruído. Está prevista a construção e a operação dos seguintes VLTs até o início do Mundial: VLT Cuiabá/ Várzea Grande, no Mato Grosso e VLT Parangaba/Mucuripe, em Fortaleza (CE). Os VLTs terão capacidade de 20 mil passageiros/hora e percorrerão mais de 35 km.

Metrô – Estão previstos investimentos em estações e terminais de metrô nas cidades-sede de Fortaleza e Recife. O metrô tem elevada capacidade de passageiros, atinge alta velocidade e possui um curto intervalo de tempo entre embarque e desembarque.

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Prefeitura promete retomar obras do BRT na capital paraense

A Prefeitura Municipal de Belém promoverá, na próxima quarta-feira, dia 27, a primeira reunião pública para a discussão do projeto do Bus Rapid Transit (BRT) na capital. Convocada pelo prefeito Zenaldo Coutinho, a reunião será no Hangar Centro de Convenções da Amazônia, a partir das 18 horas, com previsão de duração de três horas. A prefeitura espera reunir mil pessoas no evento.

Segundo Zenaldo, a reunião servirá para ampliar a discussão com a população sobre o projeto, o que não ocorreu até agora. “É um momento importante e será um marco no que diz respeito ao projeto. Todos os que quiserem devem e podem participar”, convida Zenaldo Coutinho.

Cinco exposições serão feitas durante a reunião. A primeira será feita pela diretora do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) do Estado, Marilena Mácola. Ela explicará o projeto Ação Metrópole e detalhará como o BRT Belém estava inserido nele antes de ser retirado sem maiores explicações pelo ex-prefeito Duciomar Costa.

Em seguida, a diretora presidente da Autarquia de Mobilidade Urbana de Belém (Amub), Maísa Tobias, vai detalhar em que fase estão as obras do BRT e apontar as falhas do projeto, inclusive as de engenharia, deixadas pela gestão anterior.

Uma delas foi a intervenção, sem planejamento, apenas na avenida Almirante Barroso e no Entrocamento, criando um estado de caos no trânsito e de insatisfação na população. Outro ponto a ser abordado será a extensão da obra até Icoaraci, ignorada pelo projeto atual. Maísa Tobias também falará sobre as mudanças que a prefeitura fará no projeto para torná-lo viável.

O terceiro a falar será o secretário municipal de Urbanismo, Eduardo Leão. A ele caberá o detalhamento dos problemas legais do BRT, que hoje enfrenta severas restrições dos Tribunais de Contas da União (TCU) e dos Municípios (TCM) e até mesmo da Caixa Econômica Federal (CEF), que devolveu os 12 projetos executivos enviados pela gestão de Duciomar Costa por inconsistência técnica. Além disso, há a questão financeira: o município foi sangrado em R$ 100 milhões por causa do BRT, dos quais apenas R$ 44 milhões foram pagos, ficando R$ 56 milhões em dívidas para a atual gestão.

Depois do secretário de Urbanismo, falará o próprio prefeito, que mostrará como, apesar dos problemas legais e técnicos, o município pretende retomar imediatamente as obras, em parceria com o governo do Estado. Da reunião deverá ser tirada, ainda, uma carta de encaminhamento do BRT, que servirá de orientação para a gestão da obra pela prefeitura. “Queremos debater esse projeto com a população e debater com transparência. A ideia maior dessa reunião é que a gente possa tomar decisões em conjunto com a sociedade, da maneira mais transparente possível”, afirma Zenaldo Coutinho.

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Valorização do conhecimento para um transporte mais digno

O Professor Licinio aponta para a necessidade premente de investimentos em planejamento e conhecimento para a construção de uma mobilidade digna para todos.

A extensão e a qualidade da malha viária do Rio de Janeiro apresentam padrões relativamente inferiores aos encontrados em muitas outras metrópoles, inclusive de países em desenvolvimento. Como agravante, se tem que mais de 90% das viagens realizadas no Rio ocorrem nesse espaço viário, que se torna cada vez mais escasso e os consequentes congestionamentos mais críticos com o aumento da taxa de motorização.

Para se buscar reduzir a quantidade de veículos nas vias públicas e minimizar seus impactos, uma alternativa adotada em algumas das principais cidades do mundo é dispor de generosas redes de transporte público de alta capacidade, para atender às necessidades de deslocamentos por meios mais produtivos socialmente e menos agressivos ambientalmente.

Segundo parâmetros internacionais, as atuais linhas metroferroviárias e de barcas do Rio de Janeiro deveriam ser ao menos duplicadas. Entretanto, é comum que os críticos a essa proposta a considerem inviável, alegando o alto custo de construção de suas instalações físicas. No entanto, esse mesmo argumento não é aplicado aos elevados custos impostos pelo modelo existente, que conservadoramente ultrapassam aos dois bilhões de reais por ano derivados das perdas desnecessárias de tempo nos deslocamentos, de energia e principalmente de vidas humanas decorrentes dos acidentes de trânsito, além dos danos ambientais.

Pior que não ampliar a infraestrutura disponível é não aproveitá-la satisfatoriamente: são mais de 200 quilômetros de ferrovias subutilizados, o mesmo ocorrendo com a Baía de Guanabara quanto ao seu potencial uso pelo transporte aquaviário. Apenas os atuais ramais ferroviários equivalem a um patrimônio que supera os 20 bilhões de reais, que, contrariamente ao bom senso, transportam somente 3% das viagens motorizadas, quando já transportaram 15% há 50 anos atrás.

Mesmo reconhecendo a preocupação recente em aumentar a capacidade dos trens urbanos para cerca de 1.100.000 passageiros por dia, isso é ainda muito pouco para a sua extensão e pelo montante de investimentos governamentais em curso. Como já citado, esse valor corresponde a aproximadamente ao que existia no início dos anos 60 do século passado, quando a população do Rio representava metade da que se tem nos dias de hoje.

Portanto, além da aquisição de novos vagões, aprimoramentos gerenciais-tecnológicos e aperfeiçoamentos nos sistemas de sinalização e controle para aumentar a capacidade dos ramais ferroviários, é preciso:

- Melhorar a qualidade de serviço e a imagem dos trens urbanos, a fim de que se tornem mais atraentes para os usuários dos automóveis e dos ônibus, que vêm perdendo passageiros para as vans, que reproduzem a mesma concorrência indevida observada entre os ônibus e os trens;

- Criar novas linhas na Baia da Guanabara e fortalecer o transporte aquaviário, bem como ampliar o metrô além dos previstos 55 km e configurá-lo como sistema (e não simplesmente uma linha), concebendo uma rede de transporte estruturante e integrada, em conjunto naturalmente com as ferrovias e com os novos BRTs, alimentada pelos ônibus e modalidades de menor capacidade, cujos itinerários precisam ser reformulados;

- Integrar o sistema de transportes com o desenvolvimento urbano e as políticas habitacionais, promovendo um ambiente mais harmônico que resulte em viagens mais curtas, menos concentradas no tempo e orientadas às modalidades não motorizadas e de transporte público, dentro de um marco institucional articulado e capacitado para cumprir com a sua missão.

A formulação e a implantação dessas ações dependem fundamentalmente de investimentos em planejamento e conhecimento, assumindo a capacidade transformadora dos mesmos. Assim como fazem as sociedades mais organizadas e que desfrutam de uma melhor qualidade de vida, nas quais as decisões não são impostas por alguns grupos mais influentes, mas sim partilhadas e determinadas a partir de processos transparentes, participativos e respaldados tecnicamente. Esse é o caminho para utilizar os recursos que dispomos em sintonia com o interesse público e na construção de uma mobilidade digna para a população.

* Licinio da Silva Portugal é Professor do Programa de Engenharia de Transportes da COPPE/UFRJ e Coordenador da Rede PGV (http://redpgv.coppe.ufrj.br/)

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Consórcio Novo Recife vai requalificar e modernizar o Cais José Estelita

O projeto de requalificação urbanística do Cais José Estelita, denominado Novo Recife, passou por ajustes e pretende fazer mais referências à memória arquitetônica e histórica do lugar e melhorar a mobilidade na região. Dentre as novidades, estão a construção de um viaduto no Cabanga, cruzando a Avenida Engenheiro José Estelita, novos acessos para a Ilha do Leite e avenidas Sul e Dantas Barreto e a implantação de uma ciclovia de Boa Viagem à Avenida Norte. No sentido Centro/Zona Sul, será criada mais uma faixa de rolamento na avenida já existente, que possui três faixas nesse sentido, sendo uma ociosa, e duas no sentido contrário. Dentro do complexo, haverá uma via paralela ao cais com duas faixas. Na próxima quarta, o projeto será discutido mais uma vez em audiência pública na Câmara.

De acordo com o consórcio Novo Recife, formado pelas construtoras Moura Dubeux, Queiroz Galvão, GL Empreendimentos e Ara Empreendimentos, todo o complexo terá permeabilidade e irá se comunicar com os bairros de São José, Cabanga e Ilha do Leite. Quem vier da Zona Sul pela ponte Agamenon Magalhães poderá acessá-lo diretamente por um viaduto que será feito ao lado do Capitão Temudo, cruzando a Av. Engenheiro José Estelita. Dentro do complexo, o estudo prevê uma passagem em nível para a Avenida Sul, de onde será possível acessar a Imperial e a Ponte Joaquim Cardozo, desembocando na Ilha do Leite.

Para viabilizar esses acessos, o consórcio está se comprometendo com a prefeitura a requalificar vias inseridas nesse trajeto, o que inclui desapropriações num trecho da Avenida Central. Também está sendo negociada com o governo federal a retirada de partes ou de todo o muro da antiga Refesa que margeia a Avenida Sul. O muro, inclusive, é um dos entraves encontrados pelo consórcio para permitir que a área do entorno do complexo seja inserida no processo de urbanização que vai acontecer da beira do cais até a linha férrea.

“Faremos os acessos viários para carros e pedestres, mas não podemos avançar pois o terreno não é nosso”, explicou um dos arquitetos que assinam o projeto, Jerônimo da Cunha Lima. Segundo o arquiteto, se o projeto seguisse, por exemplo, o mesmo traçado de construção da Avenida Boa Viagem, aos invés de 12 edifícios, seriam erguidos 50 na mesma área.

Segundo os empreendedores, há uma grande expectativa para que o poder público utilize a atual linha férrea para a circulação de um VLT, que sairia do novo terminal marítimo de passageiros e iria até o encontro das linhas Sul e Centro, onde o usuário faria a conexão para o metrô. Já o viaduto das Cinco Pontas, cuja demolição foi sugerida pelo Iphan como uma das medidas mitigadoras do projeto, poderá ou não permanecer. O consórcio está disponibilizando R$ 2 milhões para fazer a derrubada. Caso a PCR não concorde com a ideia, o dinheiro será deslocado para outra ação compensatória a ser indicada pelo Iphan.

VLT - Ainda em relação ao projeto Novo Recife, a Prefeitura estuda uma forma de utilizar a linha férrea que passa pela área e é a mais antiga do Brasil, datada de 1885. De acordo com Braga, pode ser colocado um Veículo leve sobre trilhos (VLT) em cima do trilho, para ligar Afogados ao Centro. A questão está sendo debatida com o Porto do Recife e o Governo do Estado, por exemplo.

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