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Greve de ônibus marcada para hoje é suspensa em Fortaleza

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) suspendeu a greve de ônibus, anunciada para ter início hoje, e convocou a categoria para participar de duas assembleias gerais, nesta terça-feira, às 9h e às 15h, na sede do Sintro.
Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará concedeu uma entrevista coletiva, ontem, com o objetivo de avisar que a paralisação prevista para o início desta terça-feira não seria realizada.

A medida foi tomada após audiência realizada na tarde de ontem, em caráter de urgência, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), entre o sindicato dos trabalhadores e o Sindicato das Empresas de Ônibus do Estado do Ceará (Sindiônibus). Na ocasião, o sindicato patronal apresentou proposta de reajuste salarial de 8,5%, o que representa ganho real de 3,45% para a categoria.

Com essa decisão, o salário dos motoristas passará dos atuais R$ 1.273,00 para R$1.381,00. O dos cobradores equivale a 60% do salário dos motoristas. Além disso, a cesta básica aumentaria de R$ 60,00 para R$ 70,00. Outro ganho seria o fim das duas "pegadas" por dia. "O que estava acontecendo é que os motoristas trabalhavam três horas de manhã e de tarde tinham que trabalhar mais quatro horas para completar a jornada de trabalho. Mas, segundo a proposta, isso não acontecerá mais", frisa Domingos Neto, presidente do Sintro.

O sindicalista chamou a imprensa para uma entrevista coletiva na noite de ontem, a fim de informar a suspensão da greve. Ele afirma que, apesar de não ser o reajuste que a categoria almejava, as propostas são interessantes e apresentaram avanços. Contudo, deixa claro que o estado de greve está mantido e que, somente hoje, a categoria decidirá, em assembleia, se aceita a contraproposta dos patrões. "A categoria é soberana, somente ela poderá dizer se terá ou não greve", salienta. A reivindicação inicial da categoria era de reajuste salarial de 25%. Depois baixaram para 15%, valor que está mantido.

Impasse

Alguns pontos das reivindicações, entretanto, deixaram de ser atendidos pelo sindicato patronal. Dentre eles, o plano de saúde, que continuará sem ser disponibilizado aos trabalhadores, e o fim da dupla função dos motoristas de micro-ônibus, que têm de receber passagens e passar o troco para os usuários.

"Não foi possível dessa vez, mas ficou o compromisso deles (Sindiônibus) de tentar acabar com essa dupla função. A promessa é de que essa cláusula será decidida depois", afirmou Domingos Neto.

De acordo com informações do Sintro, a categoria é composta, atualmente, por 10.600 trabalhadores. Desse total, cerca de 6 mil são motoristas de ônibus e 4.600 cobradores. O transporte público da cidade de Fortaleza movimenta, diariamente, em torno de um milhão de passageiros na Capital.
Aumento
8,5% foi o percentual de reajuste apresentado pelo Sindicato Patronal aos motoristas e cobradores. O total representa ganho real de 3,45% nos salários
Prefeitura decide entrar no debate
A suspensão do início da greve dos motoristas e cobradores ocorreu após negociações e intermediações durante o dia e início da noite de ontem. No acordo, Sintro, Prefeitura de Fortaleza, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e o Sindicato das Empresas de Ônibus do Estado do Ceará (Sindiônibus) participaram.

Nesta terça-feira, acontecerão, além das assembleias comandadas pelo Sintro para decidir os rumos da greve, encontro na Prefeitura, marcado para as 17 horas, entre dirigentes do Sindiônibus, da Empresa de Transportes Urbano de Fortaleza (Eutufor) e a prefeita Luizianne Lins para discussão do processo de como serão repassados os custos desta negociação.

"A Prefeitura resolveu entrar na discussão e convocou o Sindiônibus para conversar sobre medidas que fossem tomadas para evitar o início da greve. Hoje, vamos continuar discutindo propostas concretas e fazendo esforços para que nenhum fortalezense seja prejudicado com paralisação", disse Luizianne Lins, em coletiva, ontem. Ela acrescentou que o primeiro passo é não ter a greve, que esse ponto será intermediado entre os sindicatos envolvidos. O segundo passo é se terá ou não aumento no valor da passagem, que segundo ela, se empenhará para que não ocorra.

Sindiônibus

O presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, disse ter ficado satisfeito com os entendimentos iniciais e considerou importante a proposta sugerida pelo SRTE. "Esta proposta veio com a característica de suspender a greve e, ao mesmo tempo, deixar que as partes interessadas trabalhem e que possa se chegar a um entendimento. O mais importante é que isso garanta para população que não há mais chance de paralisação dos transportes. Entendo que a greve traria prejuízos não só para a população, mas para nós e também para os rodoviários", afirmou Dimas.

O dirigente informou que, hoje, leva à prefeita os estudos dos impactos financeiros que esse reajuste vai representar.

Luana Lima / Diário do Nordeste

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Greve no Metrô do Recife completa hoje 35 dias

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Os usuários do metrô do Recife vão ter que aguardar mais um pouco para que a situação seja normalizada, com esta greve que já dura mais de um mês na qual os trens só circulam em horários de pico, muitos usuários estão sofrendo nas estações e dentro dos trens, se a situação já é caótica, ficou pior desde que a greve começou.
O que deixa a população revoltada é a omissão do Governo Federal em resolver logo o problema, pois um serviço tão essencial a população, não vem sendo tratado como prioridade, se já não bastasse a falta de investimentos,  trens superlotados e agora 35 dias parados é no minimo uma falta de atenção aos usuários.
Segundo o SindMetro-PE, haverá amanhã às 18 hs na Estação Recife uma Assembléia com os trabalhadores para informarem o rumo da greve, porém o fim da greve depende de uma reunião que acontecerá entre 4ª e 6ª feira com a direção da CBTU.
Os metroviários reivindicam um reajuste de 5,13% em seus salários, além de melhorias nas condições de trabalho e um plano de saúde nacional. Por outro lado, o Governo Federal apresentou uma proposta de reajuste de apenas 2% para este ano que foi rejeitado pela categoria.
Ainda fazem parte das reinvidicações a abertura de um concurso público já aprovado pelo governo e até hoje sem ser feito para suprir a defasagem de funcionários, tanto na parte de mão de obra como de maquinistas operacionais.

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Em Fortaleza, Motoristas e cobradores de ônibus iniciam greve a partir de meia-noite, diz Sintro

Motoristas e cobradores de ônibus de Fortaleza vão deflagrar greve da categoria a partir de meia-noite desta terça-feira, 18, segundo informações presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro), Domingos Neto.

Domingos Neto adiantou que a categoria respeitará a Lei de Greve, com a manutenção de 30% da frota operando normalmente. Nesta segunda-feira, o transporte vai operar normalmente. Nesta manhã, no Terminal da Parangaba, o Sintro divulgou carta-aberta para a população.

O presidente do Sintro não descarta a possibilidade de o movimento seja abortado até meia-noite, caso os empresários ofereçam proposta que agrade à categoria. “Estamos esperando que o Sindiônibus (Sindicato das Empresas de Ônibus do Ceará) procure o Sintro hoje ainda,para que tragam uma contraproposta para evitar greve”, disse Domingos Neto, em entrevista à rádio O POVO/CBN.

O Sindiônibus ainda não entrou em acordo com a categoria, que  solicita reajuste de 15%, cesta básica de R$ 80 e o fim da função dupla de motorista e cobrador no micro-ônibus, além de vale refeição de R$ 12. O Sindiônibus propõe aumento de 4,88% e manutenção dos valores já praticados nos benefícios.

O sindicato reivindica aumento para R$ 1.463,95 para motoristas e de R$ 844,10 para cobradores. Os salários atuais são, respectivamente, de R$ 1.273 e R$ 734. A cesta básica é de R$ 70 e o vale refeição é de R$ 7.

Redação O POVO Online

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Na Grande Vitória, Áreas que vão receber o BRT terão seus imóveis valorizados em até 150%, dizem especialistas

Por onde passar, o BRT - sistema de transporte coletivo que inclui os corredores exclusivos para ônibus – promete deixar um rastro de valorização. Pelo menos essa é a consequência que os especialistas do setor imobiliário esperam para as áreas que vão receber o projeto na Grande Vitória.

Há regiões onde o preço do metro quadrado poderá sofrer um acréscimo de até 150%, como explica o consultor imobiliário José Luiz Kfuri. Segundo ele, os espaços de maior valorização estão onde há menos adensamento imobiliário – áreas menos procuradas –, como o entorno da Avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, e a região de Jardim América, em Cariacica.

Sobre os valores, Kfuri aponta que ainda é cedo para estimar, visto que a implantação do projeto só estará concluída em 2016.

O consultor acredita que nas regiões já valorizadas, como a Reta da Penha e a Praia de Santa Helena, o entorno das áreas de embarque e desembarque se tornarão atrativos para o ramo de comércio e serviços. "Mas isso só será viabilizado se houver complementares às estações. Ninguém vai sair daquele espaço para comprar um produto", diz.

Atrativo

Segundo o presidente da Associação das empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi), Juarez Gustavo Soares, as intervenções viárias têm como consequência natural a valorização das áreas contempladas.

"As regiões consolidadas não devem sofrer um acréscimo alto. Esse projeto representa uma grande oportunidade para os espaços menos visados e para a revitalização do Centro de Vitória.


Projeto


O BRT vai ligar os terminais da Serra, a começar por Carapina, até os de Vila Velha e Cariacica. O ponto de partida será na Reta do Aeroporto.

A implantação total sairá por R$ 772 milhões – R$ 242 do governo do Estado e R$ 530 financiados pelo BNDES. Até o final deste mês deve ser finalizada a licitação que vai contratar a empresa responsável pelo projeto executivo – que deverá ser desenvolvido em 18 meses. Só depois desse período deve começar a implantação do projeto na Grande Vitória.

Raio-X do sistema

Rio de Janeiro

Casas e apartamentos que ficam no entorno das pistas rápidas já tiveram valorização de mais de 150% por causa do novo sistema. Um terreno próximo à Estação Veridiana, do Transoeste (Barra-Santa Cruz), por exemplo, há oito meses custava R$ 60 mil. Hoje, a proprietária não negocia por menos de R$ 150 mil

Estados Unidos

Em Cleveland, o BRT Healthline transformou o bairro Midtown. Terrenos abandonados e com ferros-velhos ganharam construções novas e até um hospital. Mesmo durante a crise de 2008, imóveis dobraram de preço por causa do corredor

Colômbia

Em Bogotá e Medellín, o mercado de compra e venda de casas registrou aumento entre 30% e 50% devido aos BRTs Transmilenio e Metroplús, respectivamente

Análise
Crescimento certo para Cariacica

Qualquer intervenção urbana repercute em valorização, ou desvalorização. Elevados, por exemplo, costumam não ser bem aceitos. No caso do BRT, quem estiver próximo a esses meios de transporte rápido certamente terá valor agregado a seu imóvel ou terreno. A quantidade é que vai variar. Existem áreas que já sofreram grande especulação imobiliária e não vão suportar mais valorização, pois o crescimento maior dos preços passa a inviabilizar a comercialização. Onde não existe nada, como a região de Cariacica, o crescimento vai acontecer de forma significativa. Ainda mais com a crescente demanda por imóveis nas classes média e média baixa. O percentual do aumento dos valores vai depender da capacidade dessas regiões de absorver toda a demanda. Para uma área crescer, duas características são fundamentais: acesso facilitado e infraestrutura. Logo, é preciso atrelar um plano de implantação de infraestrutura nessas regiões.
Frederico Goulart / Gazeta Online


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Em Belém, BRT vai retirar ônibus da Almirante Barroso

Uma das mudanças no transporte público com a implantação do BRT (Bus Rapid Transit em inglês ou sistema de trânsito rápido de ônibus) será a retirada completa dos ônibus que hoje circulam na avenida Almirante Barroso e rodovia Augusto Montenegro. Essas linhas serão transformadas em linhas "alimentadoras". O nome vem da função: alimentar o sistema BRT. Os ônibus passarão pelas áreas mais internas dos bairros buscando passageiros e levando até o mais próximo possível das paradas ou estações do BRT, mas sem entrar nas vias principais.

A alteração vai exigir o reordenamento completo das linhas e áreas atendidas pelas linhas metropolitanas (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará), o que deverá ser feito numa primeira licitação que pode ocorrer até novembro deste ano. Porém, pelos requisitos que estão sendo estabelecidos pela Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel), 20% das empresas atuais ficarão de fora do sistema. Quando o BRT estiver próximo de ser implantado, as linhas reordenadas serão adaptadas para se tornarem alimentadoras.

O diretor de Transportes da CTBel, Paulo Serra, explica que alguns passageiros sequer precisarão usar os ônibus BRT e poderão se deslocar apenas com as linhas alimentadoras. Isso será possível porque para transportar os passageiros que irão usar o BRT, os ônibus menores precisarão ir nas áreas mais internas dos bairros. Porém, há passageiros que precisarão utilizar dois ou três ônibus, sendo um ou dois alimentadores e um BRT. Mesmo fazendo tantas viagens, só será necessário pagar apenas uma passagem para o trajeto completo num período de duas horas (ou mais, ainda em avaliação) pelo sistema de Bilhete Único (BU). O tempo de viagem será reduzido em 60%.

Victor Furtado / O Liberal

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Em Goiânia, Presidente da Metrobus apresenta VLT

O presidente da Metrobus, Carlos Maranhão, apresentou em audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia, o projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera. “O VLT terá 30 composições com dois trens de 30 metros cada. Uma vai comportar 750 passageiros por viagem e vai ter uma velocidade média de 23,5 km/h, diminuindo o tempo de cada viagem de 50 minutos para 34 minutos. O Eixo terá 12 estações e cinco terminais. A distância média entre cada estação será de 850 metros”, explicou Maranhão. O projeto ainda abrange uma ciclovia, recuperação das pistas laterais e requalificação total da Avenida Anhanguera.
O presidente afirmou que o projeto está em fase final e passa agora por uma avaliação técnico-econômica por um conselho da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano. Depois disso, “o plano ficará disponível por 30 dias para consulta pública e ainda serão realizadas audiência públicas a partir do início de julho. O passo seguinte será a licitação pública, que dura em média 60 dias”. Carlos Maranhão avalia que já no início de novembro os contratos estarão prontos para serem assinados.

Maranhão informa que serão investidos aproximadamente R$1,2 bilhão, com recursos do governo federal (25%), do governo estadual (25%) e da iniciativa privada (50%). “Esta obra, fruto de uma PPP (Parceria Público Privada), deve durar cerca de 18 meses e ficar pronta em maio de 2014”, completa o presidente da Metrobus.

Fonte: Goiás Agora

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Belém terá 500 mil carros até o fim do ano

domingo, 17 de junho de 2012

Dirigir pelas ruas de Belém não é tarefa fácil. Engarrafamentos, poluição, falta de sinalização. São diversos os fatores que contribuem para os transtornos no trânsito. E a situação pode ficar ainda pior. Até o final do ano, a Região Metropolitana de Belém terá uma frota de 500 mil veículos, segundo dados apresentados pela Unidade Central de Planejamento do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran).

A estimativa é que, só em Belém, sejam 350 mil veículos em circulação. Número que assusta quem precisa enfrentar o trânsito diariamente. “Já acho que tem carro demais agora, imagina aumentando. A sensação é que a gente perde tempo demais todos os dias por causa do trânsito”, opina a universitária Márcia Monteiro.

O crescimento da frota de veículos é uma realidade à nível nacional. Todas as grandes capitais já registram o aumento do fluxo de veículos. “Comparado com a realidade de outras capitais, o número de veículos aqui não é tão alarmante, mas eles têm um sistema de transporte melhor. Em muitos lugares não precisam tanto dos veículos para viagens rotineiras. Belém está em desvantagem porque nunca foi feito um investimento maciço no setor de transporte”, afirma a engenheira Patrícia Bittencourt, especialista em engenharia de transportes.

Os transtornos causados pelo grande aumento do número de veículos já são conhecidos pela população. Mas devem ser intensificados, caso não haja alternativas para melhorar o trânsito. “Serão todas as externalidades negativas do uso do automóvel, como mais acidentes, congestionamentos, poluição sonora e visual”, enumera Patrícia.

Essas consequências estão entre as maiores reclamações para quem precisa enfrentar o trânsito. Francisco Candeira encara turnos de 24h no trânsito e ainda não se habituou ao estresse do dia a dia. Taxista há 10 anos, ele afirma que a situação parece piorar com o tempo. “É um engarrafamento imenso e ninguém faz nada. A gente perde tempo, dinheiro, gasolina. Com o BRT ainda fecharam as transversais, o que piora tudo. Quando estou de folga, a última coisa que eu quero é estar no trânsito”, diz.

TRANSPORTE
Para a engenheira, Belém deveria investir mais em alternativas para melhorar o sistema de transporte. “Uma das saídas é investir em transporte público de qualidade, fazer com que as pessoas deixem seus veículos e usem o transporte público ou sigam à pé ou de bicicleta. A mobilidade urbana precisa ser tratada como uma política pública, não pode ser uma coisa eleitoreira”.

O sistema de transporte hidroviário também seria uma possível solução para aliviar os congestionamentos. “Explorando o sistema hidroviário conseguiríamos desafogar em até 20% corredores como a Augusto Montenegro e a Almirante Barroso. Toda cidade que tem esse potencial aquaviário deveria recorrer a ele e aqui acontece o contrário”, diz.

Dirigir pelas ruas de Belém não é tarefa fácil. Engarrafamentos, poluição, falta de sinalização. São diversos os fatores que contribuem para os transtornos no trânsito. E a situação pode ficar ainda pior. Até o final do ano, a Região Metropolitana de Belém terá uma frota de 500 mil veículos, segundo dados apresentados pela Unidade Central de Planejamento do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran).

A estimativa é que, só em Belém, sejam 350 mil veículos em circulação. Número que assusta quem precisa enfrentar o trânsito diariamente. “Já acho que tem carro demais agora, imagina aumentando. A sensação é que a gente perde tempo demais todos os dias por causa do trânsito”, opina a universitária Márcia Monteiro.

O crescimento da frota de veículos é uma realidade à nível nacional. Todas as grandes capitais já registram o aumento do fluxo de veículos. “Comparado com a realidade de outras capitais, o número de veículos aqui não é tão alarmante, mas eles têm um sistema de transporte melhor. Em muitos lugares não precisam tanto dos veículos para viagens rotineiras. Belém está em desvantagem porque nunca foi feito um investimento maciço no setor de transporte”, afirma a engenheira Patrícia Bittencourt, especialista em engenharia de transportes.

Os transtornos causados pelo grande aumento do número de veículos já são conhecidos pela população. Mas devem ser intensificados, caso não haja alternativas para melhorar o trânsito. “Serão todas as externalidades negativas do uso do automóvel, como mais acidentes, congestionamentos, poluição sonora e visual”, enumera Patrícia.

Essas consequências estão entre as maiores reclamações para quem precisa enfrentar o trânsito. Francisco Candeira encara turnos de 24h no trânsito e ainda não se habituou ao estresse do dia a dia. Taxista há 10 anos, ele afirma que a situação parece piorar com o tempo. “É um engarrafamento imenso e ninguém faz nada. A gente perde tempo, dinheiro, gasolina. Com o BRT ainda fecharam as transversais, o que piora tudo. Quando estou de folga, a última coisa que eu quero é estar no trânsito”, diz.

TRANSPORTE
Para a engenheira, Belém deveria investir mais em alternativas para melhorar o sistema de transporte. “Uma das saídas é investir em transporte público de qualidade, fazer com que as pessoas deixem seus veículos e usem o transporte público ou sigam à pé ou de bicicleta. A mobilidade urbana precisa ser tratada como uma política pública, não pode ser uma coisa eleitoreira”.

O sistema de transporte hidroviário também seria uma possível solução para aliviar os congestionamentos. “Explorando o sistema hidroviário conseguiríamos desafogar em até 20% corredores como a Augusto Montenegro e a Almirante Barroso. Toda cidade que tem esse potencial aquaviário deveria recorrer a ele e aqui acontece o contrário”, diz.

Sistema de rodízio não resolve a questão
A implantação de um sistema de rodízio para circulação de veículos foi discutida na Câmara Municipal de Belém como uma alternativa para desafogar o trânsito. Segundo a engenheira, essa não seria ainda a melhor saída para Belém. “Essa é uma ação que só deve ser implementada quando há um sistema de transporte de qualidade. Acredito que apenas São Paulo possui esse sistema e isso não resolveu o problema deles”.

Para a especialista, o sistema poderia até acarretar outros problemas. “Lá em São Paulo as pessoas começaram a adquirir outros veículos, com terminações diferentes nas placas e mais velhos. O rodízio exige ainda uma fiscalização muito grande”.

Outras etapas também devem ser levadas em consideração antes de cogitar a implantação do sistema de rodízio. “Tem outras etapas que ainda não foram ‘queimadas’, como fiscalizar a fila dupla, estacionamento irregular, regulamentar carga e descarga de mercadorias, rever os estacionamentos ao longo da rua. Essas medidas já aliviam muito o trânsito”, enumera.

FACILIDADES
Um dos motivos que pode m contribuir para o aumento da frota de veículos são as facilidades em adquirir um carro ou uma moto atualmente. Maior número de parcelas e taxas menores geraram uma intensa procura nas concessionárias. “O governo fechou um acordo com as montadoras, reduziu os juros e o imposto sobre o IOF, os bancos facilitaram o crédito. Ficou muito mais vantajoso”, diz Evaldo Sena, gerente de vendas de uma concessionária em Belém.

A redução das taxas e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) trouxe descontos significativos nos preços dos veículos. “Houve uma redução de R$2 mil a R$4 mil reais no valor dos carros. Um aumento de quase 80% no fluxo das vendas. Acho que vamos conseguir voltar a ter uma média de 300 carros vendidos por mês”.


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Cidade de Natal terá menos ônibus nas ruas com a licitação do transporte coletivo

Haverá uma mudança no sistema de transporte coletivo de Natal até o final do ano. Só que não vai ser uma mudança brusca e repentina, perceptível de um dia pro outro pelos usuários. Uma licitação vai aperfeiçoar o sistema. Mudança administrativa que, obviamente, se refletirá nas ruas. Novas linhas podem ser criadas, outras extintas, algumas rotas aumentadas. O que é certo é que haverá menos ônibus. Hoje são 834. Após licitado o sistema, serão 772, uma queda de 7,5%. Isso pode acarretar problemas no futuro se aumentar o número de usuários, tendo em vista o crescimento populacional registrado pelo IBGE. Entre 2000 e 2010, por exemplo, a população cresceu 12,8%. Só que nos últimos dez anos, houve redução no número de usuários da ordem de 1,48%.

Diminuir a quantidade de ônibus nas ruas da capital é apenas uma das várias mudanças feitas na licitação do transporte. Só saberemos a dimensão real do novo realinhado do sistema após apresentação das propostas na concorrência, que é pública. A prefeitura pretende consolidar a forma de gestão do sistema de ônibus e o do transporte alternativo da capital, agora denominado "complementar". O edital da licitação do transporte coletivo está em fase final e deve ser publicado até o final do mês de junho.

Após a publicação, será dado um prazo de 45 dias corridos para análise das empresas ou consórcios que desejem operar o sistema. Então, haverá a abertura das propostas. Em 15 dias, se não houver impugnações das concorrentes e nenhum outro imbróglio, o resultado será publicado no Diário Oficial do Município e já poderá ter o contrato assinado. Daí, serão mais 120 dias para ser implantado. O que a população espera é que haja melhorias significativas, especialmente nos quesitos mais deficitários do sistema: superlotação, insegurança, regularidade das viagens, profissionalismo e eficiência. Além disso, outra polêmica é o preço (e o reajuste) da tarifa inteira, que hoje custa R$ 2,20.

Outro porém para que o certame seja deflagrado éque ainda é preciso a aprovação de uma Lei Autorizativa, que já foi enviada pelo Executivo à Câmara Municipal e tramita nas comissões daquela casa Legislativa. Mas o que parece tão distante de acontecer até o final do ano pode ser considerado rápido se for levado em conta que a licitação do transporte de Natal vem sendo adiada há pelo menos nove anos, quando venceu o primeiro prazo para concessão das linhas de ônibus às sete empresas que operam até hoje: Guanabara, Santa Maria, Reunidas, Cidade do Natal, ViaSul, Conceição e Riograndense. Na época, o município prorrogou as permissões por mais sete anos, prazo que terminou em 27 de junho de 2010. Houve nova prorrogação no ano passado, embora a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público tenha requisitado à justiça, em abril de 2011, a deflagração da concorrência pública.

A prefeita Micarla de Sousa (PV), declarou que a licitação será um divisor de águas. A apresentação das propostas elaboradas pela administração municipal irá nortear e definir o procedimento delicitação para concessão do serviço de transporte coletivo de passageiros no município.

Vencerá a licitação a empresa ou consórcio que apresentar menor preço de outorga onerosa, considerando os quesitos técnicos e preço oferecido pelo sistema. O município já estabeleceu um valor mínimo de 0,5%, ou seja, uma parte dos lucros do sistema, que terá que ser investido na melhoria da mobilidade urbana de Natal. "Vencerá a empresa que melhor comprove capacidade técnica, o preço e ofereça um percentual maior de lucro ao município", diz Haroldo Maia, secretário-adjunto de transportes de Natal e presidente da comissão técnica de acompanhamento da licitação.

MudançasSerão licitados três lotes: um com viagens originadas na Zona Norte, outro na Zona Sul (que abrangerá as Zonas Leste e Oeste), e um terceiro lote chamado "Complementar", que substituiria o atual sistema opcional/alternativo. Esse sistema operaria nas regiões limítrofes, onde circulam poucas linhas, e como alimentadores das rotas mais utilizadas. "Haverá 692 ônibus convencionais e 80 microônibus. Só que a redução não é ruim para o sistema. Isso poderá ser estabelecido com aumento no número de viagens, ônibus no estilo sanfonado. Tudo foi feito com base nos estudos de equilíbrio econômico-financeiro", garante Haroldo Maia, responsável pelo processo licitatório.

Algumas regras do novo jogo já foram apresentadas em audiência pública realizada no dia 25 de maio. Também através de licitação, a Semob contratou uma consultoria de São Paulo (Oficina Consultores Associados) para fazer os estudos de demanda, estatísticas e o desenho do novo sistema. A empresa especializada traçou o que considerou como a real situação dos transportes públicos, com informações precisas das principais demandas em cada bairro. Das mudanças, a maior polêmica surgiu em torno do transporte opcional/alternativo. Haverá redução no número de linhas, de 177 para 80, e eles não poderão circular em vários bairros como Quintas, Tirol, Alecrim, Petrópolis e Cidade Alta.

Contudo, apesar da polêmica, omunicípio garante que os usuários serão beneficiados. "A nova proposta estabelece uma rede única do sistema, com cartão único e a opção do transporte complementar operado por microônibus. Alguns trechos pouco utilizados serão redesenhados. Natal passará de 125km2 de cobertura para 134 km2 de cobertura. Vamos otimizar o sistema", diz Haroldo Maia.

Fonte: Diário de Natal
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