De acordo com a Pesquisa Origem/Destino 2007, realizada pelo Metrô de São Paulo a cada 10 anos, das 25,5 milhões de viagens/dia realizadas na capital, cerca de 156 mil (0,6%) são feitas por bicicletas. Em 1997, apenas 56 mil viagens eram feitas por bicicletas, o que representa um aumento de 183% neste tipo de viagem no período. “A bicicleta é o modal cuja utilização mais cresceu no intervalo entre as duas pesquisas”, afirma a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-SP).
Atualmente, a CET prepara a licitação para a contratação de um projeto para a implantação das três ciclovias em regiões distantes do centro da capital paulista, num total de 55 km de percurso. Serão 26 km de infra-estrutura cicloviária no Jardim Helena, na zona Leste; outro circuito no Jardim Brasil, na zona Norte, com 17 km de extensão; e o terceiro trecho será o circuito Grajaú/Cocaia, na zona Sul, que terá 12 km, sendo 5 km de ciclovia e 7 km de ciclofaixa. A companhia afirma que esses locais foram definidos com base em uma pesquisa que indica o maior nível de utilização da bicicleta como meio de transporte. No entanto, ainda não há previsão para que as ciclovias entrem em funcionamento.
Mas o diretor da Federação Paulista de Ciclismo (FPC) Marcos Mazzaron acredita que ainda faltam políticas públicas para incentivar o uso de bicicleta como meio de transporte. Para ele, a construção de mais ciclovias interligando pontos da cidade é um incentivo. A extensão das ciclovias na capital paulista hoje é considerado abaixo do ideal, diz ele.
“Em vários países da Europa, o uso de bicicletas é cada vez mais frequente e é superincentivado por empresas privadas. As pessoas utilizam a bicicleta para ir ao trabalho, fazer compras. A opção por esse transporte tem se tornado uma tendência mundial”. Mazzeron lembra, no entanto, que Sorocaba, no interior paulista, é referência, com pelo menos 85km de ciclovias e sistemas para utilização de bicicletas.
Segundo ele, além da recém-inaugurada ciclovia da zona leste, que facilita o transporte de funcionários de empresas da região, a construção de ciclofaixas de lazer (que funcionam apenas nos finais de semana) “ambientou” o paulistano à utilização desse meio de transporte. “Se você perguntar para cem pessoas, 90 vão saber o que são as ciclofaixas. É uma ação de lazer, que transformou esse sistema em um grande parque linear.” Atualmente, de acordo com a CET, a capital paulista tem 30km de ciclofaixas, ligando o Parque das Bicicletas aos parques do Ibirapuera, do Povo e Villa-Lobos. A ciclofaixa funciona aos domingos, das 7h às 14h, e conta com monitores para orientação de usuários.
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