Mais da metade da população de São Paulo está disposta a deixar o carro para utilizar o transporte público diariamente, num contexto de adotar novas práticas a fim de colaborar com o meio ambiente. É o que revela a quarta edição da pesquisa de percepção sobre mobilidade na capital paulista feita pelo Ibope para o Movimento Nossa São Paulo. O levantamento, divulgado hoje, mostra que 52% dos paulistanos estão dispostos a utilizar o transporte coletivo, ante um índice de 40% verificado na mesma pesquisa realizada no ano passado. A insatisfação com o trânsito permanece alta: 68% consideram a situação ruim ou péssima.
O levantamento revela que, de forma geral, 76% dos paulistanos deixariam de usar veículo próprio caso houvesse uma boa alternativa de transporte público. Talvez por isso, 67% disseram que os governos deveriam dar mais atenção ao transporte coletivo. A pesquisa, com margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos, faz parte da programação da Semana da Mobilidade, que vai de 16 a 22 de setembro, este o Dia Mundial Sem Carro.
Mas a avaliação dos paulistanos em relação ao serviço de ônibus na cidade é bastante negativa. Todas as notas ficaram abaixo da média de 5,5 - as notas vão de 1 a 10. Os itens avaliados foram lotação dos ônibus (nota 3,4), tempo de duração da viagem (4,1), acessibilidade para pessoas com deficiência (3,8), tarifa (4,0), tempo de espera nos pontos de ônibus ou terminais (4,3) e pontualidade (4,3).
De acordo com o Ibope, na pesquisa, permanece a proporção dos que possuem e não possuem carro: metade tem e metade não tem. O porcentual de quem usa automóvel todos os dias ou quase diariamente variou dentro da margem de erro, de 29%, no ano passado, para 26%, este ano. No entanto, na comparação com 2008 houve queda de quatro pontos porcentuais: 30% para 26%.
O tempo médio gasto de deslocamento na capital paulista para realizar a principal atividade do dia é de 1 hora e 49 minutos, ante 1 horas e 57 minutos em 2009. Já o tempo médio para efetuar todos os deslocamentos diários se manteve praticamente igual: passou de 2 horas e 43 minutos no ano passado para 2 horas e 42 minutos este ano. Diante disso, é compreensível que 68% considerem a situação do trânsito ruim ou péssima. No ano passado, o porcentual era de 71%.
Desrespeito
Aumentou a percepção de que há desrespeito no trânsito de São Paulo, segundo o levantamento. Subiu de 68%, no ano passado, para 79% a opinião de que motociclistas são desrespeitados. Também aumentou de 69% para 75% a percepção de desrespeito aos ciclistas. E, por fim, passou de 65% para 72% a proporção dos que acreditam que pedestres são desrespeitados.
Fonte:
Estadão
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