Mostrar saídas para equilibrar o espaço disputado nas ruas cada vez mais engarrafadas do Centro é um dos maiores desafios da revisão do Plano Diretor de Campo Grande, que deve ser entregue até o fim desse ano pela Prefeitura para aprovação na Câmara Municipal.
“Por exemplo, o comércio quer mais vagas de estacionamento, mas em algumas vias é preciso considerar as faixas exclusivas de ônibus”, explica Dirceu Peters, diretor-presidente do Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano).
A mobilidade urbana é um dos pilares que devem ser incluídos no Plano Diretor, atualmente em fase de discussão entre Prefeitura e sociedade civil, conselhos e associações. Depois dele, vem um plano específico de mobilidade urbana. E problemas para resolver não faltam.
As tais faixas de ônibus hoje mal existem na Capital. A exceção fica para o corredor na Avenida Duque de Caxias, no caminho para o aeroporto, e da faixa preferencial da Rui Barbosa. Na Afonso Pena, um dos pontos críticos do fluxo hoje, a queda de braço entre comércio, carros e passageiros impede que avancem as obras por ali.
“Do lado esquerdo, o canteiro central é tombado e não pode ser alterado, então o corredor precisaria ficar do lado direito, onde atualmente ficam as vagas para os carros”, detalha Peters .
Também de nada adianta dar mais espaço para os ônibus se há mais pessoas nos carros do que dentro do transporte coletivo. “É sabido que o número de passageiros caiu. Não dá para melhorar o serviço ou discutir o valor da passagem se não tiver gente usando”, diz o gestor.
É difícil dizer agora a quantidade de passageiros que se desloca com o transporte coletivo e as linhas que deveriam ser ampliadas. Os dados estão com a Assetur, que reúne as empresas de ônibus da Capital, que deve entregar uma pesquisa origem-destino como parte de seu compromisso com o Executivo.
O levantamento, que inclui a população toda da cidade – dos passageiros aos motoristas do transporte individual e até os ciclistas – ainda não foi entregue pela empresa.
Falando em bicicletas, elas também entrarão nas diretrizes do novo Plano Diretor. Apesar da cidade contar com uma boa malha cicloviária – são 90km de vias, segundo o Instituto Mobilize – as principais ciclovias não tem ligação entre si.
A Assetur foi procurada para obter números atualizados sobre os passageiros que utilizam o serviço e da pesquisa origem-destino, mas não se manifestou até o fechamento da reportagem.
O Plano - O Plano Diretor dá diretrizes para o planejamento urbano em diversos setores e, segundo o Estatuto das Cidades, deve ser revisto uma vez a cada dez anos para garantir que o município receba repasses para infraestrutura.
O processo é conduzido por uma consultoria externa, a Urbtec, de Curitiba, que entregará um diagnóstico da situação atual da cidade. A entrega final deve ocorrer até o dia 11 de dezembro.
Informações: Capo Grande News
0 comentários:
Postar um comentário