Quem deixar para comprar a passagem apenas dentro dos ônibus do transporte coletivo de Joinville irá pagar o bilhete mais caro do País.
Isto porque o preço da tarifa embarcada, reajustada para R$ 4,50 desde segunda-feira, é o mais alto entre as cidades brasileiras que já definiram os aumentos das passagens do transporte público, considerando apenas os ônibus.
É o que aponta o levantamento divulgado esta semana pela Agência Brasil — a maioria dos municípios não diferencia valores de compras antecipadas e embarcadas. Mas os bilhetes comprados antes do embarque, por R$ 3,70, ainda pesam menos no bolso dos joinvilenses se comparados aos preços de algumas cidades.
Em Brasília, a passagem de determinadas linhas custa até R$ 4,00, enquanto em Belo Horizonte o preço chega a R$ 4,45. Cariocas e paulistanos passaram a pagar R$ 3,80, sendo que em São Paulo (SP) a passagem da integração de ônibus e trilhos custa R$ 5,92. Por outro lado, há cidades em que o bilhete sai por menos de R$ 3,00 (veja lista abaixo)
A Prefeitura de Joinville justifica que a cobrança mais cara na hora do embarque permitiu que o preço da passagem antecipada ficasse na casa dos R$ 3,70, quatro centavos abaixo do que apontavam as planilhas avaliadas para o reajuste. Somente 5% dos usuários da cidade, informa o município, compram bilhetes embarcados.
Apesar do percentual alegado, na segunda-feira à noite dois telejornais nacionais mencionaram Joinville como a cidade com a passagem de ônibus mais cara do Brasil, o que reforçou as reações negativas ao aumento. As reportagens consideraram apenas a cobrança de R$ 4,50 na comparação. Esse valor também é o principal alvo das manifestações contrárias ao novo reajuste, especialmente nas redes sociais.
Mensagens de protesto, muitas em versões bem-humoradas, lembram que ir e voltar a qualquer lugar da cidade pode custar até R$ 9,00 ao passageiro.
Primeira manifestação será nesta quarta-feira
A primeira grande manifestação contra o aumento da passagem de ônibus em Joinville será nesta quarta-feira, às 18 horas, com concentração na Praça da Bandeira. A maior convocação é do Movimento Passe Livre.
Além de questionar o novo reajuste, como ocorre a cada aumento e deve se repetir mais vezes nas próximas semanas, o protesto também promete chamar a atenção para causas como a tarifa zero e a falta de licitação para a concessão do transporte público.
O Movimento Passe Livre defende que o transporte poderia ser gratuito por meio do chamado imposto progressivo, que implicaria em cobrar mais de quem tem mais posses e de minimizar a cobrança de quem tem renda menor.
Veja os preços cobrados nas capitais entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016
Aracaju
R$ 3,10 em janeiro de 2016
Belém
R$ 2,70 em maio de 2015
Belo Horizonte
R$ 3,70 a R$ 4,45 em janeiro de 2016
Boa Vista
R$ 2,80 a R$ 3,10 em janeiro de 2016
Brasília
R$ 2,00 a R$ 4,00 em janeiro de 2016
Campo Grande
R$ 3,25 em novembro de 2015
Cuiabá
R$ 3,10 em fevereiro de 2015
Curitiba
R$ 3,15 a R$ 3,30 em fevereiro de 2015
Florianópolis
R$ 3,10 a R$ 3,50 em janeiro de 2016
Fortaleza
2,75 em novembro de 2015
Goiânia
R$ 3,30 em fevereiro de 2015
João Pessoa
R$ 2,70 em julho de 2015
Macapá
R$ 2,75 em setembro de 2015
Maceió
R$ 2,75 (reajuste em discussão)
Manaus
R$ 3,00 em janeiro de 2015
Natal
R$ 2,65 em julho de 2015
Palmas
R$ 2,95 em maio de 2015
Porto Alegre
R$ 3,25 em fevereiro de 2015
Porto Velho
R$ 2,60 (sem aumento)
Recife
R$ 2,45 em janeiro de 2015
Rio Branco
R$ 2,90 em dezembro de 2015
Rio de Janeiro
R$ 3,80 em janeiro de 2016
Salvador
R$ 3,30 em janeiro de 2016
São Luís
R$ 2,60 em abril de 2015
São Paulo
R$ 3,80 a R$ 5,92 em janeiro de 2016
Teresina
R$ 2,50 em janeiro de 2015
Vitória
R$ 2,45 (sem aumento)
Informações: Agência Brasil
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