A conclusão da segunda fase da linha 4 do Metrô de São Paulo (Amarela) está prevista para junho a setembro de 2014 com 11 anos de atraso, segundo o cronograma do governo do Estado. A obra será entregue em pleno período eleitoral, quando o governador Geraldo Alckmin deve disputar candidatura pelo PSDB para tentar a reeleição. A segunda fase compreende a conclusão das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia e a ampliação do numero de trens em circulação, dos atuais 14 para 29.
Os novos prazos de conclusão, informados pelo serviço do Metrô de atendimento à comunidade, preveem que as estações Higienópolis, Oscar Freire, Fradique e Morumbi serão entregues em junho de 2014 e a estação terminal Vila Sônia, em setembro.
De acordo com declarações feitas pelo secretário dos Transportes do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes (PSDB), no ano passado, a previsão de entregar as obras no segundo semestre, durante o período eleitoral, seria mera coincidência. A assessoria de imprensa da Secretaria dos Transportes mantém a previsão de conclusão no segundo semestre do ano que vem, mas não confirma o cronograma informado pelo Metrô.
O primeiro trecho da linha 4 (Butantã-Luz), hoje com seis estações, começou a funcionar em maio de 2010 com horário reduzido e, um ano depois, com horário normal. A linha possui uma terceira fase prevista, com a expansão até Taboão da Serra. A linha 4, administrada pelo Consórcio ViaQuatro, é a primeira privatizada pelo governo de São Paulo. A estimativa de custo total da linha é de R$ 3,8 bilhões, sendo 70% custeado pelo governo do estado e o restante pela CCR, empresa que controla o Consórcio ViaQuatro. A previsão é de que seja operada pelo consórcio por 30 anos, a contar do término das obras.
Prevista inicialmente para ser entregue em 2003, a conclusão da segunda fase da linha 4 é uma das mais lentas da expansão do Metrô de São Paulo. É considerado um dos sistemas de trens metropolitanos com expansão mais atrasada entre as grandes cidades do mundo pela Comunidade de Metrôs (CoMet), um sistema de avaliação comparativa entre sistemas ferroviários que conta com 14 membros, entre eles o Metrô de São Paulo, de Santiago, de Nova York e de Pequim.
Em funcionamento desde 1974, o metrô de São Paulo tem atualmente 74,3 quilômetros de rede e 68 estações. A capital do Chile, Santiago, tem 103 quilômetros de linhas e 108 estações de metrô, e 60 quilômetros foram construídos nos últimos dez anos.
A falta de investimentos na expansão do metrô de São Paulo faz com que o sistema detenha o título de mais superlotado do mundo, com mais de 11,5 milhões de passageiros por quilômetro de linha, segundo a CoMet. A comunidade afirma que o ideal é dez quilômetros de linha para cada 2 milhões de usuários. Por esse cálculo, a região metropolitana de São Paulo, com perto de 20 milhões de habitantes, deveria ter pelos menos 100 quilômetros de linha de metrô.
A conclusão das estações previstas na fase 2 da linha 4 não deverá diminuir o atual volume de pessoas que usam a linha 4 atualmente, segundo a Secretaria de Transportes. O fluxo deve aumentar dos atuais 750 mil passageiros para 970 mil. Usada como ligação para acesso à região central por moradores da zona sul que utilizam a linha 5 (Capão Redondo – Largo 13), a expectativa é que somente com a interligação direta da linha 5 ao restante do sistema metroviário haja o reflexo para desafogar estações como a Luz, República e Faria Lima, atualmente com grandes filas em horários de pico nos pontos de acesso às plataformas de embarque.
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