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No Recife, Linha Sul do metrô já está bem perto do limite

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Linha Sul do metrô, que interliga o Centro da capital ao sul da Região Metropolitana do Recife, é a nova promessa do sistema metroviário no Estado. O crescimento do ramal impressiona: em um ano, a demanda de passageiros aumentou 75%, enquanto que a Linha Centro, em operação há 25 anos, cresceu 12%. E a perspectiva é de mais passageiros este ano com o início da operação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e de três terminais integrados com ônibus. Mas a lógica do crescimento como sinônimo de evolução está sob risco devido ao lento investimento em infraestrutura do ramal, especialmente na quantidade e qualidade dos trens em operação. Diante desse cenário, uma pergunta fica no ar: a Linha Sul do metrô vai aguentar o salto que a demanda de passageiros deverá sofrer até o meio do ano, quando a estimativa é de que o número de usuários duplique?

A impressão é de que, com a operação atual, feita com cinco trens reformados e intervalos de 10,5 minutos no horário de pico, a Linha Sul já está no limite. O temor de passageiros e de alguns metroviários é que o ramal perca o perfil de ‘qualidade’ que adquiriu, inclusive conseguindo atrair pessoas que têm carro, mas optam pelo metrô. O temor é de que a Linha Sul passe a ter os mesmos padrões da Linha Centro, que tem dois ramais ligando a área central do Recife a Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe, e anda superlotada nos horários de pico.
Foto: Priscila Buhr/JC Imagem

A estatística da própria Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) comprova que a Linha Sul ainda vai crescer e muito no futuro. Hoje, o ramal transporta 40 mil passageiros por dia e deverá receber 50 mil novos usuários depois da entrada dos terminais integrados de ônibus de Cajueiro Seco (Jaboatão dos Guararapes), Aeroporto e Tancredo Neves (Zona Sul do Recife). Juntos, os três TIs deverão receber 130 mil novos usuários, mas segundo a CBTU, apenas 50 mil deverão utilizar o metrô.

A Linha Sul vem crescendo em demanda de passageiros desde 2009, quando o ramal passou a ter operação plena, do Centro do Recife a Cajueiro Seco. Em um ano, deu um salto de 75%. De patinho feio, virou um cisne, surpreendendo até mesmo os operadores do sistema, sempre otimistas. Além disso, a entrada do VLT em substituição às locomotivas a diesel que operam entre Cajueiro Seco e o Cabo de Santo Agostinho, deverá atrair mais pessoas. Hoje, a Linha Diesel tem intervalos de uma hora – que chegam a uma hora e meia com frequência devido às quebras dos trens – e, por isso, transporta 6 mil pessoas por dia. Mas quando os passageiros virem o trem velho e lento ser substituído por um VLT, irão optar por ele.

Como previsto, o olhar sobre a capacidade operacional da Linha Sul muda de acordo com quem analisa a questão. A CBTU garante que tem condições de transportar muito mais, enquanto o Sindicato dos Metroviários e alguns técnicos do sistema afirmam que, para manter um bom serviço, é fundamental a inclusão urgente de novas composições. “Não há motivos para preocupação. Hoje, transporto 40 mil pessoas por dia, com cinco trens e intervalos médios de 10,5 minutos. Devo receber mais 50 mil passageiros com os TIs, passando a transportar 90 mil. Digamos que a demanda da Linha Diesel duplique ou até triplique com o VLT, passando de 6 mil para 18 mil, passarei a transportar 110 mil. Mas a minha capacidade é para 200 mil passageiros mesmo com os cinco trens, considerando oito pessoas por metro quadrado. Ainda estamos analisando a possibilidade de colocar um sexto trem na operação”, garante o superintendente do metrô do Recife, Ricardo Beltrão.

Otimista, Beltrão também descarta a possibilidade de a Linha Sul perder qualidade e o passageiro de classe média conquistado. “Isso não acontecerá. Nossas composições estão reformadas e com ar-condicionado, nosso índice de quebras é muito baixo, comparado com o sistema de São Paulo, por exemplo, e para a Copa do Mundo teremos 15 novos trens em operação. Não é à toa que tivemos o melhor índice de aprovação dos usuários nos últimos 12 anos: 7,1%”, diz.

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Lenival Oliveira, pensa diferente. “No bom, tudo fica bem. O problema é que não temos trens de reserva no caso de acontecer uma pane ou falha grave. Em 2006, a Linha Sul transportava 17 mil pessoas por mês, agora são 40 mil por dia. É um crescimento muito grande. E sem a entrada dos terminais de ônibus”, atesta. Oliveira defende que a Linha Sul deveria ter, no mínimo, oito trens para oferecer um transporte com qualidade. “A verdade é que os TIs só deveriam começar a funcionar com os futuros trens. Se não for assim, teremos muita reclamação dos usuários”, prevê.

Por Roberta Soares / JC Online

2 comentários:

EU OPTEI PELO METRO E DEIXEI O CARRO EM CASA MAS SE A QUALIDADE MUDAR VOLTAREI COM MEU MONZA PARA AS RUAS,POIS ACREDITO QUE A PARTIR DE ABRIL NÃO SEJA POSSÍVEL TER CONDIÇÕES DE PEGAR METRO LINHA SUL,POIS HJ TENHO QUE DEIXAR PASSAR ATE DOIS TRENS POIS JÁ SE ENCONTRA CHEIO SEMPRE AS 18HRS.

Anônimo disse...

É realmente, perder a qualidade não seria uma boa em vésperas de copa do mundo. Os terminais integrados (Aeroporto, Tancredo e Cajueiro) já estão prontos, agora é questão de semanas para serem inaugurados, e eu já dei uma olhada, o TI Aeroporto parece que vai ter a linha Aeroporto/Boa Viagem e se for igual a Joana bezerra, o bicho vai pegar!

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