Trânsito caótico não é problema apenas da capital paulista. Há anos motoristas enfrentam engarrafamentos intermináveis em quase todos os municípios do ABC. Além da falta de investimentos na malha viária e em transporte público, o aumento da frota de veículos tem contribuído para o gargalo. Só nos últimos 10 anos a região ganhou mais de 663 mil veículos, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Enquanto os sete municípios contavam com 772,6 mil veículos em 2001, no último mês de 2011 tinham 1,4 milhão de carros, caminhões e motos nas vias da região.
O município com a maior frota é São Bernardo: são 479,3 mil veículos, seguido por Santo André, com 442,5 mil, e Mauá, com 163,2 mil. Quando o cálculo leva em consideração apenas os veículos, a região contabiliza mais de um milhão de carros, 36,8 mil caminhões e 185,9 mil motos.
Segundo Humberto de Paiva, professor adjunto de Transporte e Mobilidade Urbana do Curso de Engenharia Ambiental do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da UFABC (Universidade Federal do ABC), a população cresceu 8% na região enquanto a frota aumentou 86% na última década. “O aumento da frota que está circulando nas ruas foi de 34%. Na pequena Rio Grande da Serra, a circulação aumentou 163%”, diz. O especialista afirma que os dados do Denatran indicam os veículos licenciados num determinado município e não os que estão necessariamente circulando nele.
“Se a tendência for mantida, a demanda por transporte coletivo deverá crescer em torno de 5% ao ano e a de transporte individual 3%, o que é mais acelerado do que no resto da região metropolitana e deverá exigir uma atenção maior”, alerta.
Caminhões
Para o professor, apesar de considerados os ‘vilões do trânsito’, os caminhões não são tão culpados assim. “Os caminhões são vítimas como todos os demais. Restringir a circulação deles é uma medida paliativa para recuperar parte da capacidade do sistema. Assim que os caminhões saírem os automóveis, em alguns anos, irão ocupar o seu espaço e voltaremos à estaca zero”, comenta.
Para o professor, apesar de considerados os ‘vilões do trânsito’, os caminhões não são tão culpados assim. “Os caminhões são vítimas como todos os demais. Restringir a circulação deles é uma medida paliativa para recuperar parte da capacidade do sistema. Assim que os caminhões saírem os automóveis, em alguns anos, irão ocupar o seu espaço e voltaremos à estaca zero”, comenta.
O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC confirmou no começo do mês que a restrição à circulação de caminhões em algumas das principais vias da região começará em abril. A proibição está sendo esboçada desde o final do ano passado e chegou a ser adiada, a pedido das empresas de transporte da região. A proibição será aplicada entre 6h30 e 8h30, e entre 17h e 20h.
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