Nesta terça-feira, os presidentes das 15 cooperativas se reuniram para analisar e discutir os prejuízos gerados pelo aumento da tarifa. Eles afirmaram que a média de passageiros por viagem era de 40 pessoas, porém, com a elevação do preço da tarifa, agora cerca de 10 passageiros entram em um ônibus executivo, o que, segundo eles, não dá nem para pagar a despesa dos ônibus.
"Não temos mais como continuar. Desde o aumento da tarifa, estivemos rodando no fim de semana e no feriado, então não teve como avaliar. Mas hoje, em um dia útil, já contabilizamos uma diminuição de 83%, e isso tende a aumentar, chegando até 90%", explicou o presidente da Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Amazonas (Fecootram), Equias Sobrinho.
Um dos principais pedidos da categoria é que a Prefeitura de Manaus apresente os estudos que levaram à decisão de elevar a tarifa à R$ 5,50, um reajuste de 83,3%.
Os trabalhadores dos ônibus cooperativos que iniciaram o movimento de protesto no dia 24, afirmaram que não vão cessar as mobilizações enquanto o valor tarifário não diminuir. "Pedimos que o valor volte a ser R$ 3. Em uma negociação com a prefeitura poderemos chegar até o valor de R$ 4. Mais do que isso, não tem como", afirmou Equias.
Mais de 3 mil pessoas dependem dos empregos nos micro-ônibus e, de acordo com Equias, o que está acontecendo é uma verdadeira “catástrofe social”. "Foram mais de 45 milhões investidos na aquisição desses ônibus, nos equipamentos das nossas garagens e oficinas. O prefeito Amazonino não pensou nisso. Ele só pensou nos grandes empresários e em enriquecer o bolso deles que nem são do Amazonas. Nós, caboclos trabalhadores, fomos descartados. O prefeito usou, abusou e está jogando fora os executivos que ajudou o transporte coletivo quando estava um caos. Nós auxiliamos a população e a prefeitura em todos os sentidos. Isso é uma falta de respeito", desabafou.
A nova tarifa dos executivos não deixou apenas os motoristas indignados. A estudante Leila Tavares, 20 anos, disse que o valor é abusivo e impossível de ser pago. "Sou uma estudante, eu dependia do executivo para chegar mais rápido nos lugares, além de ir confortavelmente. Agora eu não sei se vou continuar usando o executivo, o valor é impossível de ser pago", disse Leila que ainda comentou estar esperando pelo ônibus na parada há quase uma hora.
Outra prejudicada é a empregada doméstica Julia Soares, 43 anos, que depende diariamente do ônibus de linha 440 para chegar na casa de sua patroa. "Até semana passada, quando o ônibus demorava esse tempo todo, eu pegava um executivo e chegava a tempo. Agora não dá mais. R$ 5,50 dá pra ir e voltar em um ônibus normal, mesmo que tenhamos que esperar muito tempo e irmos no desconforto".
Fonte: D24 AM
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