Os moradores de Cidade Tiradentes, na Zona Leste da capital paulista, passam até seis horas dentro do ônibus todos os dias para ir e voltar ao trabalho no Centro. São três horas para ir de casa para o Terminal Princesa Isabel. A distância até a região central é grande, mas a viagem poderia ser mais rápida se os ônibus não quebrassem tanto pelo caminho.
“Eu estou desde as 4h30 para poder chegar 8h no Hospital das Clínicas”, reclama a dona de casa Maria Regina de Souza, em um ponto de ônibus do bairro.
“A gente já chega estressado porque a condução nossa todo dia é a mesma coisa. Tem dias que você fica 40 minutos esperando a condução e não passa”, reclama José Roberto Soares, representante comercial.
Segundo os moradores de Cidade Tiradentes, a superlotação dos coletivos é rotina. “A perna dói, os braços doem segurando no ferro”, conta outra passageira. “Se não segurar, você cai. Não temos segurança nenhuma. Já vi uma vez motorista no celular”, completa outro passageiro.
Entre os depoimentos, há relatos de baratas e ratos dentro dos ônibus. Quando chove, passageiros contam que existem goteiras. Contudo, o problema mais recorrente é a quebra dos veículos no meio do trajeto. “Muitos quebram no caminho”, diz um rapaz.
A equipe de reportagem do SPTV acompanhou a rotina desses passageiros. Às 6h30 da manhã, um ônibus quebrou e passageiros tiveram que embarcar em outro. Já 7h20, o ônibus que a equipe estava também quebra e as pessoas tiveram que descer na Avenida Celso Garcia.
“É o encaixe das rodas. Como ele estava muito pesado, o espigão ficou torto e o pneu apegando na lataria. O carro não é velho, a manutenção é precária”, conta o motorista Antonio Carlos Nascimento. Os próximos ônibus vêm lotados e os passageiros querem ir para o trabalho. “O trabalho nem cansa muito. Essa condução que é horrível”, fala uma das passageiras.
São 34 km de Cidade Tiradentes até o Terminal Princesa Isabel. O gerente da regional leste da SPTrans, Wagner Chagas, disse que as melhorias estão sendo feitas. “Nas últimas semanas já fizemos algumas mudanças na linha. Já foram trocados 20 ônibus dessa linha. Daria para fazer a viagem mais rápida, mas a linha trafega por corredores de tráfego intenso.”
Fonte: G1.com.br
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