Há dois anos com o mesmo valor (R$ 1,90), a tarifa de transporte coletivo urbano de Montes Claros foi reajustada domingo, dia 10. A passagem, que com o sistema de integração permite ao usuário percorrer dois itinerários, pagando por um só, passou a custar R$ 2,10, contrariando as empresas prestadoras do serviço, que pretendiam elevar o preço a R$ 2,40. De acordo com a Prefeitura, a atualização não é iniciativa do Município e, conforme cláusulas contratuais para a prestação dos serviços, é quase que obrigatória, atendendo exigências legais.
O reajustamento de cerca de 9,5 % foi definido depois de criteriosa análise por parte de técnicos da Empresa Municipal de Planejamento e Trânsito de Montes Claros (McTrans), com base em estudo denominado GEIPOT, numa metodologia nacional, criada pela Empresa Brasileira de Planejamento e Transportes, seguindo determinação do Governo Federal. Segundo a MCTrans, “a tarifa continuará sendo uma das menores de Minas Gerais e do Brasil”.
A mesma planilha determina, ainda, as tarifas de táxi e do transporte escolar rural. Os valores são definidos com base em cerca de 20 insumos como diesel, pneus, peças, acessórios, salários de motoristas e cobradores, necessidade de renovação da frota, impostos, uniformes, plano de saúde e kits para alimentação dos trabalhadores das empresas prestadoras de serviço.
Para o reajuste, os valores dos itens, comprovados em notas fiscais apresentadas pelas empresas, dentro da realidade de Montes Claros, foram avaliados de novembro de 2009 a novembro de 2010, em dados digitalizados, mês a mês e levando em conta, ainda, a demanda de passageiros, bem como os quilômetros percorridos em cada trajeto. Neste sentido, quanto mais passageiros, menor o valor da tarifa. Com a concorrência dos mototaxistas, diminuiu o número de usuários de lotações, o que também contribuiu para a necessidade do reajustamento.
A analista de transporte e trânsito, Ana Luiza Pires, destacou a forma criteriosa com que os valores são definidos e lembrou que os números passam, ainda, por uma comissão formada por representantes da secretarias Municipal de Defesa Social e Fazenda, McTrans e Procuradoria Jurídica. Somente depois é que o resultado é apresentado ao Executivo, para que seja feito o decreto estipulando o valor final. Foi acatada a decisão técnica, descartando a solicitação das empresas no sentido de cobrar R$ 2,40 pela passagem de transporte coletivo em Montes Claros, o que beneficia a população carente, usuária do sistema, rotineiramente.
“Não medimos esforços para amenizar a situação dos passageiros, uma vez que a administração sabe das dificuldades dos trabalhadores e defende os interesses dos usuários, principalmente os que necessitam do sistema, no cotidiano”, afirma o presidente da MCTrans, Paulo Jacinto Pereira Faustino.
OUTRAS CIDADES – Estudos mostram que até em cidades menores, a passagem de ônibus coletivo é mais cara que em Montes Claros. Quando os estudos para definição do novo valor foram iniciados, em Santa Luzia, a passagem já custava R$ 2,40; em Sete Lagoas, R$ 2,05; em Ipatinga, R$ 2,20; em Uberlândia, R$ 2,25; em Uberara, 2,20 e em Ribeirão das Neves, R$ 2,10. Estes valores podem ter sido elevados, recentemente.
Fonte: Catrumano
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