Outro aumento na tarifa de ônibus deve acontecer no próximo domingo em Florianópolis. A informação foi divulgada pelo secretário de Transportes, Mobilidade e Terminais, João Batista Nunes.
O reajuste será implementado pela Prefeitura é e deve chegar até a 9% do valor atual. Assim, o preço pode chegar a R$ 3,21 para o usuário que paga com dinheiro e R$ 2,59 para aqueles que utilizam cartão Passe Rápido.
O cálculo do aumento é baseado no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) - 6,3% nos últimos 12 meses - e no aumento do ganho real dos trabalhadores, que chegou a 2% recentemente.
Passagem mais cara do País
No início de 2011 mais de dez capitais sofreram aumento da tarifa de ônibus, entretanto, Florianópolis continuou sendo a capital com a tarifa mais alta. Sem contar o reajuste do próximo domingo, a passagem atual de R$ 2,95, possui um custo de R$ 0,25 mais caro que São Paulo, capital com maior número de habitantes no país e com as maiores distâncias percorridas.
Distância
A explicação apresentada pelas empresas, após o último reajuste em 2010, é a de que a população paga o preço por morar numa cidade onde o centro está distante mais de 20 quilômetros de áreas populosas, como Canasvieiras e Ingleses.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf), Valdir Gomes, existe um grande número de linhas com trajeto longo. Segundo ele, a geografia da cidade acaba por influenciar no custo alto da tarifa.
"Cerca de 35% das linhas de ônibus da cidade rodam mais de 20 quilômetros, situação única dentre as capitais", conta o empresário. Essas linhas acabam tendo o mesmo preço de viagens curtas, como o percurso Continente - Centro, devido à política de tarifa única, em vigor desde 2003.
Um exemplo é a linha da Caieira da Barra do Sul, de 47 quilômetros entre o centro e o ponto final. Segundo Gomes, o custo por passageiro desta linha fica em R$ 5,50. Em compensação, há linhas com menos de 10 quilômetros de extensão, com custo menor do que o praticado. Como exemplos, temos algumas que percorrem a região central ou que ligam o Terminal de Integração do Centro (Ticen) até a UFSC.
Para Waldir Gomes, devido à sua peculiaridade, Florianópolis deveria ter tarifas diferenciadas. "Defendo a tese de que devemos ter duas tarifas: uma urbana e outra distrital", relata. A tarifa urbana valeria para as linhas de até 13 quilômetros do Ticen. As que percorrem mais que isso - aí estariam incluídas a ligação com todas as praias - se encaixariam na categorial distrital.
O custo da mão de obra
Se divididos em partes, quatro são os principais fatores que compõe a tarifa de ônibus: mão de obra, impostos, combustível e manutenção da frota.
Para o empresário Waldir Gomes, o custo com mão de obra - razão do aumento que levou a R$ 2,95 - responde por quase 50% do preço final. Em segundo lugar, apesar do transporte coletivo não ser artigo de luxo, mas de primeira necessidade, vêm os impostos, responsáveis por 38% dos custos. Depois aparece o combustível, variando entre 8% e 25%, a depender do itinerário. A manutenção da frota fica com o restante.
Segundo o presidente do Setuf, outro ponto que joga o preço da tarifa de ônibus para cima são as gratuidades e descontos. Entre os que não pagam estão militares em serviço, aposentados, carteiros e deficientes físicos. Estudantes têm direito a 50% de desconto. "Com alguns pagando menos ou não pagando, essa conta chega para o usuário comum", finaliza Gomes.
Fonte: Economia SC
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