Portadores de necessidades especiais afirmam que não conseguem embarcar em ônibus adaptados porque motoristas das empresas de transporte urbano de Ribeirão Preto não estão treinados para manusear as plataformas de embarque desses veículos.
O estudante de Direito Anderson José da Silva, de 34 anos, que é cadeirante há 10, registrou um B.O. (Boletim de Ocorrência) em dezembro do ano passado, quando um motorista disse que "não poderia fazer nada" para embarcá-lo e seguiu com o ônibus.
"Ele [motorista] simplesmente falou para eu me virar, encontrar um outro meio, porque não sabia como baixar o elevador. É um descaso muito grande com a gente. Nós dependemos do transporte público", diz.
Um cadeirante não leva mais que cinco minutos para embarcar no coletivo. "O elevador de embarque é hidráulico. Não saber operar o sistema demonstra a falta de instrução do motorista. Ele, no máximo, irá auxiliar o cadeirante", diz Anderson Silva.
Além da falta de treinamento dos motoristas, os deficientes enfrentam plataformas que não funcionam por questões técnicas.
"Quando isso ocorre, a gente precisa esperar o próximo coletivo. Nem sempre temos garantia que vamos chegar ao compromisso no horário marcado", diz outra cadeirante, que não quis se identificar. Ela sempre embarca na Praça das Bandeiras, no Centro.
O Ministério Público Estadual pretende investigar o caso e apurar as reclamações dos cadeirantes.
As três empresas de transporte coletivo urbano de Ribeirão mantêm, juntas, 85 ônibus adaptados para deficientes, o que representam pouco mais de um quarto da frota de 330 veículos.
O assessor especial da Transurb (Associação das Empresas), Marcelo Rosa, nega que haja falta de treinamento.
Fonte: Jornal a Cidade
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