A reunião entre Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Ceará (Sintro) e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) terminou novamente sem acordo, na manhã desta sexta-feira, 11, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O Tribunal apresentou proposta de 6,1% para os trabalhadores, que recusaram. Já o Sindiônibus ficou de avaliar a proposta.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também apresentou proposta de 10%, apenas para motoristas, cobradores e fiscais. As outras funções teriam reajuste de 6%. O sindicato patronal recusou a oferta e motoristas e cobradores devem apreciar o reajuste. Ainda nesta sexta-feira, 11, o Sintro deve realizar uma assembleia para avaliar as propostas e decidir se suspende a greve neste fim de semana.
Nesta segunda-feira, 14, o Sintro deve apresentar uma nova proposta de reajuste ao Sindiônibus, que deve emitir uma resposta na terça-feira, 15. Na quarta-feira, o MPT deve apresentar um parecer. Após isso, o presidente do TRT, Antônio Parente, deve convocar os sindicatos para nova audiência.
O procurador regional do Trabalho, Francisco Gérson Marques de Lima, comprometeu-se em dar prioridade ao caso e apresentar seu parecer em até 24 horas após o recebimento da documentação. Somente após esse prazo, o TRT decidirá sobre os percentuais de reajuste e as demais cláusulas sociais.
Na reunião desta manhã, o Sindiônibus pediu ao TRT que determinasse que 70% da frota de cada empresa seja garantida, e não a do sistema de transporte, para evitar a paralisação nas garagens. O sindicato patronal solicitou ainda que o Sintro seja multado em R$ 30 mil por dia - no primeiro e terceiro dia de greve - por ter descumprido a liminar expedida pelo TRT e feito paralisações nos terminais.
Cinco empresas de Fortaleza paralisadas
Em greve, motoristas e cobradores paralisaram cinco empresas de ônibus de Fortaleza na manhã desta sexta-feira, 11. Os veículos das empresas Aliança, Ceará Grande, Santa Maria, Fortaleza e Cidade Luz não saíram das garagens. A paralisação começou nas primeiras horas da manhã e deve permanecer durante todo o dia.
No terminal de Messejana e do Papicu, longas filas de usuários à espera dos coletivos, apesar do remanejamento de ônibus de outras empresas para suprir a demanda. Muitos ônibus estavam circulando sem os letreiros que informam o itinerário das linhas, confundindo os usuários.
Prefeitura não vai aumentar valor da passagem
“A prefeita Luizianne lins (PT) não vai dar reajuste de tarifa em função de greve ou por qualquer tipo de movimento de pressão”, avisou, nesta sexta-feira,11, em entrevista ao programa Paulo Oliveira (AM 810), o presidente da Etufor, Ademar Gondim. Ele lamenta que a greve dos motoristas e cobradores de ônibus persista e já considera essa ação um desrespeito que beira à baderna, pois o Sintro, sindicato dos profissionais, descumpre determinação da Justiça do Trabalho de manter 70% da frota rodando.
Ademar Gondim lembrou que o último aumento de passagem foi concedido pela Prefeitura em maio de 2009, quando a tarifa subiu de R$ 1,60 para R$ 1,80, registrando-se na época uma redução de passageiros. Ele reiterou que não virá aumento de passagem para resolver o impasse entre Sindiônibus, que ofereceu 5,5% de reajuste, e Sintro, que pede 45%.
O presidente da Etufor adiantou que, a partir das 8 horas desta sexta-feira, haverá nova reunião entre motoristas e empresários na sede do Tribunal Regional do Trabalho – 7ª Região em busca de uma solução que dê fim ao “quadro de dificuldades” em que está submetida a população usuária do transporte coletivo.
Fonte: O Povo online
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