Todos os dias, Paulo Henrique usa o transporte público para ir ao trabalho e voltar para casa. Até chegar na parada, a primeira dificuldade: a falta de calçadas com rampa. Por isso, ele segue pela rua. No primeiro ponto de ônibus, Paulo precisa de paciência. Quatro ônibus passam até o primeiro que é adaptado. Mesmo ele fazendo sinal, o motorista não parou. O jeito é esperar até outro ônibus adaptado passar.
Depois de 15 minutos, o motorista para, o cobrador aciona o elevador e ajuda Paulo a entrar. O sistema funcionou, mas ele lembra de uma vez em que o elevador travou e todos os passageiros precisaram descer porque o ônibus não pôde continuar o percurso. “Fico até com vergonha, porque vou pegar o ônibus e ele quebra. Fui eu que quebrei porque parou”, fala o servidor público Paulo Henrique Gonzaga. Última viagem do dia: Paulo Henrique volta para casa. Mais alguns minutos na parada e para um ônibus. O cobrador tenta, mas o sistema não funciona.
O próximo adaptado que passa, para e a cobradora ajuda Paulo a entrar. Mas ele diz que não é fácil para um deficiente físico usar o transporte coletivo. Paulo contou que nessa quinta-feira, dia 3, ficou quase duas horas esperando um ônibus equipado passar. Na hora de descer, a cobradora ajuda novamente.
Dos 2.850 ônibus e micro-ônibus do Distrito Federal, 450 são adaptados. Os deficientes, que precisam do transporte público, dizem que não é fácil pegar ônibus no DF. “Se fosse em outra cidade precisaria de mais. Mas o que está aí hoje adaptado, se todos funcionassem regularmente, acho que já seria o suficiente”, fala José Antônio dos Santos, do Movimento por Cidadania. “Na verdade é uma aventura ter que ficar esperando. Muitas vezes passam cinco, seis ônibus e não ter o ônibus adaptado para você utilizar aqui na cidade”, conta o servidor público Oldemar Barbosa.
De acordo com o Sindicato dos Donos das Empresas de Ônibus, os elevadores passam por manutenções periodicamente e os problemas pontuais são resolvidos, assim que os carros chegam nas garagens.
Fonte: DFTV
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